Discurso de Lula da Silva (excerto)

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quinta-feira, 5 de junho de 2008

Humberto Delgado, o filme

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Maio 07, 2008

Humberto Delgado, o filme

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10 de Maio de 1958. Café Chave de Ouro em Lisboa. Este é o primeiro acto público do candidato à presidência da República, Humberto Delgado. O espaço está cheio de personalidades dos mais diversos quadrantes políticos. São todos contra o regime de Oliveira Salazar. Depois da apresentação feita por Vieira de Almeida, o general Humberto Delgado apresenta-se como um candidato sem compromissos. Está pronto a receber os apoios de grupos políticos e de todas as pessoas que acreditem no seu programa. Humberto Delgado sabe os riscos que corre, mas não deixa de criticar duramente Salazar e a União Nacional. Questionado pelo correspondente da France Press sobre o que faria a Salazar se fosse eleito, a resposta foi rápida:
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-"Obviamente, demito-o".
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32 anos antes, Humberto Delgado tinha participado no golpe militar do 28 de Maio de 1926, que derrubou o regime republicano. Poucos anos depois deu lugar ao Estado Novo. Na altura era um entusiasta de Salazar. Mas progressivamente foi-se afastando do presidente do Conselho de Ministros. Pouco antes da sua candidatura, exerce funções militares nos Estados Unidos, o que lhe dá uma nova visão do mundo e percebe a importância da democracia. Agora como candidato à presidência começa a ser conhecido como o General sem medo. As manifestações de apoio vêem de vários sectores e desafiam o regime. No Porto e em Lisboa os apoios aumentam o que leva a uma subida da repressão policial. Américo Thomaz anuncia a sua candidatura e os comícios de Humberto Delgado alargam-se a todo o país. A 8 de Junho têm lugar as eleições presidenciais. É a primeira vez que um candidato da oposição chega até ao fim. Perante uma votação viciada e os resultados manipulados, Humberto Delgado perde. Para continuar a acção política, cria o Movimento Nacional Independente, mas pouco pode fazer. O regime de Salazar demite-o de todos os cargos. Perante a perspectiva de ser preso, Humberto Delgado refugia-se na Embaixada do Brasil em Lisboa. A 21 de Abril de 1959 parte para o Rio de Janeiro. Nunca mais volta a Portuga (1)l. Morre assassinado pela PIDE a 13 de Fevereiro de 1965.
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A não ser clandestinamente, para participar em vários putchs militares. (VN)
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