Paula Rego - Salazar a vomitar a Pátria
Tristeza, vergonha e abominação: o tribunal da Relação de Lisboa, Portugal, acaba de dar razão à direcção de um hotel no despedimento com justa causa de um dos seus cozinheiros portador de HIV. Se não fosse trágica esta decisão "quarto mundista" seria no mínimo risível. Assim torna-se no espelho desta Nação com Rei mas sem Roque.
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.Clicar na imagem para se deliciar ou horrorizar
Credo, Jesus, Maria Santíssima
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É democrático, talvez não seja barato mas dá milhões
e lava sempre mais branco estilo eficaz tira nódoas.
Quem não puder ou quiser lubrificar-se ou ser massajado com óleo da oliveira,
pode apenas, como virtual Play Boy, Play Girl ou Play BiHF, lavar a vista
Há alguma Pia Casa WC que chegue a um bom e recatado
Bailado Rosa (Ballet Rose) ou Verde Gaio?
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PRETA E SOLTEIRA Procuro companheiro macho, a origem étnica não é importante. Sou muito boa fêmea e adoro BRINCADEIRAS. Gosto muito de passeios nas matas, gosto de andar de jeep, de viagens para caçar, acampar e pescar, de noites de inverno aconchegadas junto à lareira. Jantares à luz de velas fazem que vá comer-lhe à mão. Quando voltar a casa do trabalho esperá-lo-ei à porta, vestindo apenas o que a natureza me deu. Telefone para 21xxxxxx e pergunte pela Micas. Aguardo notícias suas... |
Sociedade : O Ballet de Bibi
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Colocado por Redacção
em 14/05/2004 20:22:00
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Nos dias que correm, falar sobre o caso Casa Pia, traz sempre algum incómodo e aborrecimento. A insistência e procura de novidades por parte dos media portugueses, dá-nos a sensação de total domínio da matéria. No entanto, há vários aspectos desta longa e interminável história que mesmo sendo semi-públicos já ninguém aborda.
Marisa Vieira
redaccao@ciberlab.net
Conhecer factos passados ajudam-nos a compreender o presente. As coincidências e analogias que vão surgindo ao longo dos tempos, ajudam-nos a raciocinar e tirar conclusões individuais, e quem sabe, seja um caminho para nos situarmos nos nossos papéis de cidadãos e a ter uma visão mais esclarecida sobre a importância de certas figuras públicas no caminho da nossa democracia.
Durante o Estado Novo - altura extremamente puritana da nossa história, com repressão moral, censura e religião como valor maior o escândalo foi de proporções gigantes, no entanto com a comunicação à população controlada, pouco ou nada se soube na altura sobre o que foi e quem fez parte do famoso "Ballet Rose", que abalou o governo de Salazar.
Este escândalo sexual envolveu, em particular, gente importante da política. O "nome de código" "Ballet Rose" deveu-se ao facto dos crimes sexuais de pedofilia e prostituição se praticarem numa casa - estilo mansão privada, pertencente a uma prostituta, onde os "senhores" acediam nos seus tempos de descontracção e tinham à disposição crianças do sexo feminino para praticarem todo o tipo de luxos sexuais. Este caso envergonhou a sociedade portuguesa e acabou por ser esquecido até pela lei. Acabou com a absolvição de muitos e com a condenação de apenas duas prostitutas...
Nos finais dos anos 70 a cena volta a repetir-se no palco da justiça portuguesa. "Peça de Ballet" ou sapateado de alguém que consegue por meios ainda indefinidos, escapar sempre às represálias dos crimes cometidos e dura até aos dias de hoje.
Casapiano desde os quatro anos de idade, de nome Carlos Silvino, mais conhecido por Bibi, jardineiro na mesma instituição, a 16 de Junho de 1980 por despacho da Secretária de Estado Teresa Costa Macedo, fica impedido de entrar no estabelecimento. Acusado de práticas homossexuais, foi interrogado em 1982 por suposto abuso sexual de dezenas de crianças, no entanto o processo ficou parado durante quatro anos no tribunal e acabou por prescrever.
Na mesma altura, ouve-se pela primeira vez falar do "Ballet Blue". Nome dado para, em modo de comparação com o escândalo do "Ballet Rose", baptizar o que se passava nas ruas do Restelo. O choque político foi grande quando se soube que as crianças da Casa Pia pertenciam a uma rede de pedofilia.
Em 1982 quatro crianças desaparecem da instituição. O caso, comunicado à PSP leva à descoberta das mesmas numa casa em Cascais habitada pelo então diplomata Jorge Ritto. O processo foi entregue ao Tribunal de Cascais, arquivado e seis anos mais tarde destruído.
Bibi, que entretanto já tinha voltado a ser funcionário, volta a ser denunciado em 1989 e desta vez é realmente expulso por "desobediência a ordens superiores e aliciamento de menores para práticas sexuais". Recorre à decisão e o Supremo Tribunal Administrativo prefere um acórdão que anula a punição, o readmite na Casa Pia e ainda lhe entrega uma indemnização pelos dois anos em que não recebeu salário. Desde 2000 que Bibi é motorista da instituição e em 2001 uma investigação na PJ inicia por queixas de pais.
Finalmente em Setembro de 2002 Carlos Silvino é expulso da Casa pia e o caso é comunicado ao Ministério Público. A 25 de Novembro é detido em consequência da notícia do jornal "Expresso" e a 1 de Fevereiro de 2003 é também detido, para espanto de todos, um dos homens mais respeitados de Portugal, Carlos Cruz. Os seguintes foram Ferreira Dinis, Hugo Marçal, Jorge Ritto, Paulo Pedroso e Herman José (sendo que este último ficou apenas ficou sujeito a termo de identidade e residência).
No dia 26 de Novembro, Teresa Costa Macedo entrega à PJ "provas sobre o alegado caso de pedofilia na Casa Pia" e afirma que as mesmas já deram entrada em 1981 e 82, juntamente com todo o material pornográfico e factual recolhido da tal casa de Cascais pela mesma altura. Nos arquivos da PJ não foram detectados nenhuns registos ou indicações referentes a qualquer caso de pedofilia nem directores da altura se "lembram" de algum caso do género.
O director nacional adjunto da Directoria de Lisboa da PJ, Artur Pereira, garante que o conhecimento de tais situações só chegou a esta instituição, com as denúncias de 2000 e 2002. A responsável por estes casos, na altura era a inspectora Deolinda, hoje subdirectora de Artur Pereira.
Questões como estas põem em causa a ética política do país, o segredo de justiça e tantas outras coisas que caracterizam um estado democrático. Porque afinal esse estado democrático em que achamos que vivemos baseia-se na divisão do poder em três: Assembleia da República, Governo e Presidente da República e Tribunais. Compete a cada um - e só têm razão de existência nestes termos - controlar possíveis excessos dos outros dois poderes e garantir equilíbrio às sociedades que escolheram a Democracia.
.em 14/05/2004 20:22:00
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Nos dias que correm, falar sobre o caso Casa Pia, traz sempre algum incómodo e aborrecimento. A insistência e procura de novidades por parte dos media portugueses, dá-nos a sensação de total domínio da matéria. No entanto, há vários aspectos desta longa e interminável história que mesmo sendo semi-públicos já ninguém aborda.
Marisa Vieira
redaccao@ciberlab.net
Conhecer factos passados ajudam-nos a compreender o presente. As coincidências e analogias que vão surgindo ao longo dos tempos, ajudam-nos a raciocinar e tirar conclusões individuais, e quem sabe, seja um caminho para nos situarmos nos nossos papéis de cidadãos e a ter uma visão mais esclarecida sobre a importância de certas figuras públicas no caminho da nossa democracia.
Durante o Estado Novo - altura extremamente puritana da nossa história, com repressão moral, censura e religião como valor maior o escândalo foi de proporções gigantes, no entanto com a comunicação à população controlada, pouco ou nada se soube na altura sobre o que foi e quem fez parte do famoso "Ballet Rose", que abalou o governo de Salazar.
Este escândalo sexual envolveu, em particular, gente importante da política. O "nome de código" "Ballet Rose" deveu-se ao facto dos crimes sexuais de pedofilia e prostituição se praticarem numa casa - estilo mansão privada, pertencente a uma prostituta, onde os "senhores" acediam nos seus tempos de descontracção e tinham à disposição crianças do sexo feminino para praticarem todo o tipo de luxos sexuais. Este caso envergonhou a sociedade portuguesa e acabou por ser esquecido até pela lei. Acabou com a absolvição de muitos e com a condenação de apenas duas prostitutas...
Nos finais dos anos 70 a cena volta a repetir-se no palco da justiça portuguesa. "Peça de Ballet" ou sapateado de alguém que consegue por meios ainda indefinidos, escapar sempre às represálias dos crimes cometidos e dura até aos dias de hoje.
Casapiano desde os quatro anos de idade, de nome Carlos Silvino, mais conhecido por Bibi, jardineiro na mesma instituição, a 16 de Junho de 1980 por despacho da Secretária de Estado Teresa Costa Macedo, fica impedido de entrar no estabelecimento. Acusado de práticas homossexuais, foi interrogado em 1982 por suposto abuso sexual de dezenas de crianças, no entanto o processo ficou parado durante quatro anos no tribunal e acabou por prescrever.
Na mesma altura, ouve-se pela primeira vez falar do "Ballet Blue". Nome dado para, em modo de comparação com o escândalo do "Ballet Rose", baptizar o que se passava nas ruas do Restelo. O choque político foi grande quando se soube que as crianças da Casa Pia pertenciam a uma rede de pedofilia.
Em 1982 quatro crianças desaparecem da instituição. O caso, comunicado à PSP leva à descoberta das mesmas numa casa em Cascais habitada pelo então diplomata Jorge Ritto. O processo foi entregue ao Tribunal de Cascais, arquivado e seis anos mais tarde destruído.
Bibi, que entretanto já tinha voltado a ser funcionário, volta a ser denunciado em 1989 e desta vez é realmente expulso por "desobediência a ordens superiores e aliciamento de menores para práticas sexuais". Recorre à decisão e o Supremo Tribunal Administrativo prefere um acórdão que anula a punição, o readmite na Casa Pia e ainda lhe entrega uma indemnização pelos dois anos em que não recebeu salário. Desde 2000 que Bibi é motorista da instituição e em 2001 uma investigação na PJ inicia por queixas de pais.
Finalmente em Setembro de 2002 Carlos Silvino é expulso da Casa pia e o caso é comunicado ao Ministério Público. A 25 de Novembro é detido em consequência da notícia do jornal "Expresso" e a 1 de Fevereiro de 2003 é também detido, para espanto de todos, um dos homens mais respeitados de Portugal, Carlos Cruz. Os seguintes foram Ferreira Dinis, Hugo Marçal, Jorge Ritto, Paulo Pedroso e Herman José (sendo que este último ficou apenas ficou sujeito a termo de identidade e residência).
No dia 26 de Novembro, Teresa Costa Macedo entrega à PJ "provas sobre o alegado caso de pedofilia na Casa Pia" e afirma que as mesmas já deram entrada em 1981 e 82, juntamente com todo o material pornográfico e factual recolhido da tal casa de Cascais pela mesma altura. Nos arquivos da PJ não foram detectados nenhuns registos ou indicações referentes a qualquer caso de pedofilia nem directores da altura se "lembram" de algum caso do género.
O director nacional adjunto da Directoria de Lisboa da PJ, Artur Pereira, garante que o conhecimento de tais situações só chegou a esta instituição, com as denúncias de 2000 e 2002. A responsável por estes casos, na altura era a inspectora Deolinda, hoje subdirectora de Artur Pereira.
Questões como estas põem em causa a ética política do país, o segredo de justiça e tantas outras coisas que caracterizam um estado democrático. Porque afinal esse estado democrático em que achamos que vivemos baseia-se na divisão do poder em três: Assembleia da República, Governo e Presidente da República e Tribunais. Compete a cada um - e só têm razão de existência nestes termos - controlar possíveis excessos dos outros dois poderes e garantir equilíbrio às sociedades que escolheram a Democracia.
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