Discurso de Lula da Silva (excerto)

___diegophc

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

o congresso sobre Álvaro Cunhal

***Expresso

Página Inicial  ⁄  Política  ⁄  Cunhal ficcionista "escreveu para memória futura"

Cunhal ficcionista "escreveu para memória futura"

Num congresso "meio político meio académico", que evoca o centenário do "Mestre", as principais intervenções são as que fazem novas leituras do intelectual e do escritor.
Paulo Paixão
 

Jerónimo de Sousa na abertura do congresso "Álvaro Cunhal - O Projeto Comunista, Portugal  e o mundo de hoje"ANDRE KOSTERS/LUSAJerónimo de Sousa na abertura do congresso "Álvaro Cunhal - O Projeto Comunista, Portugal e o mundo de hoje"
Álvaro Cunhal dizia, como recordam alguns comunistas, que todas as memórias contêm uma parte de ficção. Justificava assim o líder histórico do PCP o facto de não escrever as suas memórias, no sentido clássico desse testemunho na primeira pessoa.
Se "Memórias" nunca escreveu, já a produção ficcional foi significativa, com o pseudónimo de Manuel Tiago. É precisamente essa dimensão de Cunhal que desde sábado, primeiro dia do congresso evocativo do centenário do nascimento do político comunista, em Lisboa, passará certamente a ser vista, ou pelo menos mais discutida, à luz de nova interpretação.
José António Gomes, escritor e professor do ensino superior, interveio sobre as "motivações" - "conscientes ou inconscientes" - da escrita literária do ex-líder do PCP. E da sua conclusão pode dizer-se que, doravante, mesmo na falta da autobiografia ou de relatos factuais sobre a vida de Cunhal, os historiadores devem levar mais a sério a ficção assinada por Manuel Tiago.
Gomes socorre-se da chave dada por José Mattoso para decifrar a "importância do texto literário no ensino da História". Segundo o historiador, "a ficção também revela o sentido do que convencionamos chamar o real. Esse sentido não se capta apenas por meio da narrativa verídica que é a História (...) Paradoxalmente, a ficção pode dizer mais e melhor aquilo de que o homem necessita para se tornar ele próprio".
Com tal balanço conceptual, Gomes afirma que os "textos narrativos" de Cunhal - como o "Até Amanhã, Camaradas" (um dos romances mais representativos do neo-realismo português") ou "A Estrela de Seis Pontas" - dão a "conhecer o que nenhuns outros estariam em condições de nos dar a conhecer, fazendo-o através do poder da ficção literária, e não de outro modo".
Por isso, defende o doutorado em literatura portuguesa, "Cunhal escreveu também por dever de memória. E, ouso dizer, para memória futura". No fundo, segundo José António Gomes, um político experimentado sabe bem todas as rotas para levar a água ao seu moinho. "Se a escrita literária consegue fazer-nos sentir o pulsar do mundo, viver o que não vivemos, através do poder da palavra narrativa e do imaginário, nunca Álvaro Cunhal, com a sua cultura artística e política, poderia ficar indiferente a este poderoso instrumento".

Plural, mas sem atritos


O docente, e também militante comunista, interveio na primeira sessão, sábado de manhã, sobre o tema "O homem, o comunista, o intelectual e o artista". O congresso "Álvaro Cunhal - o projecto comunista, Portugal e o mundo de hoje" decorre na Faculdade de Letras de Lisboa, terminando no domingo. A partir das 10h00, realiza-se a sessão "O processo de transformação social, o Partido e as massas". Depois do almoço, o tema é "O capitalismo: os seus limites e o socialismo como alternativa".
Sábado de manhã, na abertura dos trabalhos, ao saudar os participantes, o secretário-geral dos comunistas, Jerónimo de Sousa, salientou que se trata de um congresso "aberto a diferentes tipos de participação e participantes, não apenas militantes comunistas". Jerónimo destacou a "riqueza e amplitude" da obra e da luta de Cunhal, assim como a "multiplicidade de olhares" que a mesma permite.
Mas esta "multiplicidade de olhares" não deve ser vista - a avaliar pelo balanço do primeiro dia de trabalhos - como divergências, mesmo se unicamente ligeiras, sobre um determinado papel ou desempenho de Cunhal. A existir, e existe, ela espelha-se na diversidade de facetas em que, ao longo de décadas, Cunhal se exprimiu "na" e "para" a sociedade portuguesa.
Uma diversidade de facetas originada por um lado pelo lugar e condição ocupados por Cunhal: em liberdade, plena e depois vigiada, na clandestinidade, nas prisões do regime fascista, de seguida no exílio e por fim no regresso a um país finalmente livre. Por outro lado, uma diversidade de facetas devida aos vários instrumentos tocados pelo líder histórico dos comunistas: o político, o teórico do comunismo, o criador literário, o pintor, o crítico de arte...

Pacientes até certo ponto...


José Barata Moura (professor catedrático de Filosofia da Faculdade de Letras e antigo Reitor da Universidade de Lisboa) fez a primeira intervenção de fundo no congresso, presenciado por largas centenas de pessoas. Tantas que tendo esgotado a lotação do anfiteatro tiveram de assistir aos trabalhos nos largos corredores e átrio da faculdade, em grandes ecrãs de TV que a eficaz máquina comunista atempadamente montou. Aquela imagem, bem portuguesa, de uma sala a rebentar pelas costuras e pessoas de pé nos corredores durantes horas, é coisa que não se vê nas organizações do PCP.
O filósofo, também destacado militante comunista, falou sobre "Álvaro Cunhal e o partido: uma relação dialéctica". Sem cair nos lugares comuns descritivos de outras intervenções ouvidas no primeiro dia do congresso, quando era dissecada a realidade política nacional, histórica ou recente, Barata Moura fez uma intervenção densa no conteúdo, mas bastante coloquial na forma e muito apelativa no encadeamento dos argumentos.
Barata Moura traçou a "linha-mestra" no "pensamento e nas actuações" de Cunhal, dizendo que "o eixo fundamental se prende com a construção (paciente) e com a defesa (intransigente) da natureza de classe e da identidade comunista do Partido".
Mas foi sobre as relações entre Cunhal e o PCP, e a relação do partido com o legado do seu líder histórico, que o orador mais captou a atenção da plateia. Em vez da "afirmação absoluta", Cunhal, através da "palavra justa e do gesto exemplar", impôs a "verdade dialéctica", disse Barata Moura. O peso da dialéctica seria, horas depois, também sublinhado pelo economista Sérgio Ribeiro (ex-deputado do PCP): "Álvaro Cunhal bem merece o adjectivo de Mestre. O Mestre é o ensinamento da verdade na vida; não é Deus..."; "Deus é o dogma, o Mestre é a verdade dialéctica".
Cunhal "foi um revolucionário por inteiro", prosseguiu Barata Moura, "agindo com reflexão, e reflectindo para agir". Uma tarefa só possível pelo trabalho de todos: "No testemunho vivido de que a causa comunista não é coisa de solitários", acrescentou.
Numa das intervenções mais atentamente seguidas - os dotes do orador prendem qualquer assistência -, Barata Moura concluiu, citando Cunhal, que "a revolução democrática e nacional ainda está por completar". Mas para o filósofo o tempo de espera pelos "amanhãs que cantam" não é eterno: "A paciência é uma virtude revolucionária. Mas não deve ser malbaratada".

A palavra é uma arma


Se José Barata Moura abriu o dia com a relação dialéctica entre Cunhal e o PCP, Ruben de Carvalho fechou a manhã com uma a leitura sobre o poder da palavra de Cunhal sobre as massas. O jornalista, e membro do comité central do PCP, falou sobre "a força material das ideias".
O campo teórico foi dado por Marx. "O poder material tem de ser derrubado com poder material, mas a teoria converte-se em poder material quando se apodera das massas", recordou Ruben de Carvalho. É sob este ângulo que o também responsável pela Festa do Avante analisou o papel de Cunhal, olhando para os discursos do ex-líder, mormente em comícios. Com uma ressalva, como salientou, pois um estudo mais apurado dos referidos textos ainda está por fazer.
Recordando que nos milhares de páginas com intervenções de Cunhal (só entre 1974 e 1988 foram editados 23 volumes) tanto há textos lidos, ou improvisados, em acções programadas antecipadamente, como em iniciativas realizadas a reboque da agenda política, Ruben afirmou: "Em muitos casos não será fácil sequer concluir se se fez o discurso para o comício ou o comício para o discurso...".
Mas deixando de parte a questão do ovo e da galinha, "as palavras pronunciadas num comício por Álvaro Cunhal eram, logo nesse momento, uma força material que nenhum adversário, aliado ou inimigo, podia ignorar porque não eram apenas ideias e palavras, mas massas e vontades", disse Ruben de Carvalho. Então, ditas na "presença física das massas que constituem o comício", essas palavras transformavam-se "imediatamente num facto político".

Desmontar os revisionismos


Manuel Loff, que interveio no painel sobre "Democracia e Socialismo", na tarde de sábado, teve a porventura mais vibrante, e certamente mais aplaudida, intervenção do congresso. Foi o discurso mais fora da caixa, em relação a um padrão de intervenções, de militantes do PCP, uns dirigentes do partido, outros figuras prestigiadas no meio académico.
O historiador centrou-se numa obra de Cunhal publicada em 1999 ("A verdade e a mentira na revolução de abril") para abordar o revisionismo histórico no pós 25 de abril.
Loff abordou as grandes linhas de "branqueamento" do regime deposto em 1974. A primeira delas consiste em "ocultar, omitir e até mesmo desmentir" os crimes da PIDE. Para isso, chegaram a ser entrevistados, e tratados com mesuras, agentes da antiga polícia política. Desse caldo de cultura saía a mensagem de que "as torturas da PIDE eram, afinal, calúnias dos comunistas".
Outra linha de branqueamento passa por uma "especulação teórica", segundo a qual não houve em Portugal "uma ditadura fascista". Neste raciocínio, Salazar e Caetano deram unicamente corpo a um "regime autoritário".
Por fim, os esforços revisionistas para desculpar o fascismo passam por atribuir legalidade ao regime do Estado Novo, pois estaria protegido por uma Constituição. Nessa lógica de "falsificação da História", "os comunistas é que actuavam contra a lei", disse o historiador, com ironia.
Manuel Loff, um dos poucos oradores no congresso - talvez mesmo o único - que não é militante do PCP (embora tenha já sido candidato independente pela CDU), identificou alguns participantes nessa campanha revisionista. Um dos mencionados é Rui Ramos, o historiador com quem manteve acesa polémica há cerca de um ano, precisamente sobre este tema.
O professor da Faculdade de Letras do Porto referiu-se aos que nunca viram em Salazar vestígio de um fascista ou de um ditador, mas lograram vislumbrar que Portugal "viveu sob uma ditadura intelectual marxista desde a segunda guerra mundial". É como se "o fascismo português fosse uma invenção dos antifascistas".




Página Inicial  ⁄  Política  ⁄  Carlos Brito acusa o PCP de "culto da personalidade"

Carlos Brito acusa o PCP de "culto da personalidade"

A revista do PCP "O Militante" faz uma crítica cerrada a um livro de Brito sobre Álvaro Cunhal e chama ao ex-dirigente do partido "oportunista", com "ânsia de protagonismo pessoal".
José Pedro Castanheira
 
Carlos Brito saiu do PCP em 2003JORGE SIMÃOCarlos Brito saiu do PCP em 2003
O culto da personalidade "tem comandado os atos e os textos do PCP comemorativos do centenário" de Álvaro Cunhal. A acusação é de Carlos Brito, que foi um dos principais dirigentes do PCP e seu líder parlamentar, antes de se autossuspender do partido, em 2003, após uma suspensão de dez meses imposta pela direção partidária.
O ex-candidato do PCP à Presidência da República em 1980 pormenoriza: "Em obediência ao culto da personalidade, os grandes e indiscutíveis méritos de Álvaro Cunhal são, nas comemorações, exaltados religiosamente e os seus desacertos e erros, alguns humaníssimos, são à força silenciados, o mesmo acontecendo às críticas, até as mais ténues, enquanto quem ousa ou usou fazê-las, é pura e simplesmente varrido da história do partido - e tanto a fotografia, como o próprio nome. O supremo sectarismo, bem no estilo estalinista!"

'Desistentes e dissidentes que reviram e reviraram os ideais'


As acusações de Carlos Brito constam de um comentário feito a pedido do Expresso à crítica publicada na revista "O Militante" ao seu livro "Álvaro Cunhal. Sete fôlegos de um combatente". Publicado em 2010 pelas Edições Nelson de Matos, só agora o livro mereceu uma crítica por parte do PCP: um texto de oito páginas do número de Julho/Agosto daquela revista. O autor é o ex-deputado e médico psiquiatra José Manuel Jara, que justifica a publicação do texto, três anos depois da saída do livro, "pela atualidade de uma crítica de base ideológica", pelas comemorações do centenário de Cunhal, mas também pelos 80 anos de Brito.
Numa referência a Brito - que presidiu ao grupo parlamentar, entre 1976 e 1991, de que Jara fez parte -, mas também a Raimundo Narciso, o principal operacional da ARA (o braço armado do PCP), o autor garante que "contrariamente aos desistentes, aos dissidentes que reviram e reviraram os seus ideais, mudando ou não a etiqueta, o PCP mantém-se o partido das classes trabalhadoras, comunista e revolucionário".
O crítico de Brito diz que o "narrador" de hoje está "visivelmente divorciado do outro Carlos Brito, combatente no processo revolucionário". Um Brito que não alcança "a complexa ligação entre teoria e prática na ação e luta do Partido Comunista, guiado pelo marxismo-leninismo", além de revelar uma "confusão (...) entre tática e estratégia". "O estilo narrativo de Carlos Brito", escreve o ex-deputado - "com opiniões pouco fundamentadas, à mistura com factos objetivos, dá uma perspetiva confusa da revolução e da contra-revolução. A mais clara omissão, no entanto, numa visão geral da sua obra, é a sua minimização do inimigo de classe, da própria luta de classes e dos movimentos de massas, do adversário político, do golpismo de direita, do terrorismo fascista, do 'socialismo' de cartaz e do esquerdismo pseudo-revolucionário."

'Indício de complacência e inconfessada conivência'


O texto aborda as várias dissidências do partido, desde o famoso "documento dos seis" à "terceira via", passando pela Renovação Comunista. "Cada um, a seu modo, calculava como dar a volta ao coletivo, por fora ou por dentro, de cima ou de baixo" - acusa Jara. "A brandura com que Carlos Brito encara a rebelião, além de traduzir um laxismo incompreensível para uma figura tão destacada da direção, é forte indício de complacência e inconfessada conivência." E mais à frente: "A prova real da total desafeição ao PCP e à ideologia comunista por parte da quase totalidade dos membros que romperam veio a confirmar-se pouco tempo depois, quando muitos emigram bem depressa para lugares de relevo no PS (e até no PSD), sem qualquer pudor, ávidos de pertencer à 'classe política' regente. E sobre isto, Carlos Brito nada diz. Se estes elementos tivessem levado de vencida os seus projetos teríamos certamente em Portugal um irmão gémeo do PS, com uma bandeira quiçá mais encarnada, para ajudar a festa comum da social-democracia."
A última parte do texto é dedicada à associação "Renovação Comunista" - que Jara chama de "coisa", de que Brito seria "inspirador e guia". "A revisão preconizada não é a teoria nova, não é a transformação criativa do marxismo. É a cedência em toda a linha. É o abdicar, é rever os princípios. É a nova mensagem para agradar ao adversário. É o desapego da luta de classes, é o parlamentarismo como fim em si. Era, até há bem pouco, a visão idílica da Europa...com todos. O oportunismo é um derrotismo histórico reformista. Mesmo que o embrulho seja em papel de cor vermelha."

A 'pretensão policial' do crítico José Manuel Jara


O artigo da revista de organização do PCP refere-se à diferente apreciação feita sobre o movimento dos capitães entre, por um lado, Carlos Brito (que estava clandestino, no interior do país, onde era o responsável pelo setor militar) e, por outro, pelo Secretariado do PCP (colocado no exterior, por razões de segurança). Jara critica Brito por "narrar o seu próprio papel individual na história", procurando, "em vez de uma visão íntegra da ação partidária", fazer "ressaltar a sua maior clarividência sobre a eminência da ação militar". E acusa-o mesmo de "ânsia de protagonismo pessoal".
No seu comentário, Brito escreve que "os membros do Secretariado do Partido" e designadamente Cunhal "tiveram grande dificuldade em perceber a natureza originalíssima deste movimento militar, a sua independência, a rápida definição do inimigo, o amadurecimento de linhas de acção, a audácia, a estruturação e amplas forças envolvidas, que nada tinham a ver com as experiências militares oposicionistas do passado". Cita, a propósito, o manifesto da Comissão Executiva sobre o golpe das Caldas da Rainha, de 16 de Março de 1974: "Todas as vias putchistas ou oportunistas (de direita ou de esquerda) que não vêem nas massas populares o papel decisivo, todas as ilusões quanto a um fácil derrubamento da ditadura fascista não apressam, mas retardam o seu derrubamento."
É neste contexto que José Manuel Jara fala de uma "divergência calada" e "não documentada" de Carlos Brito em relação à direção do PCP e a Álvaro Cunhal, que levou "um longo tempo a eclodir como dissidência". Incomodado com a "pretensão policial" deste comentário de Jara e em particular com a alusão à "divergência calada", Brito cita uma carta, de que conserva cópia, escrita "em finais de Março de 1974, a Joaquim Gomes", membro da Comissão executiva e que ia reunir-se em Paris com o Secretariado do partido. "A , advogando que não há nada de novo debaixo do Sol" - escrevia Brito -, "impedirá o aproveitamento das condições que se criam com a existência de um amplo movimento de oficiais do QP [Quadro Permanente] que poderá em boa parte ser colocado ao lado do povo."

Cunhal: 'Contra a deificação dos vivos e dos mortos'


Carlos Brito aderiu ao PCP em 1954, tendo estado preso três vezes e cumprido mais de oito anos de prisão. Funcionário na clandestinidade durante mais de dez anos, foi cooptado para o Comité central em 1967, órgão a que pertenceu até 2000. Foi ainda membro da Comissão Política e da Comissão Executiva, trabalhando diariamente com o secretário-geral Álvaro Cunhal. Deputado entre 1975 e 1991, foi durante 15 anos o presidente do grupo parlamentar. 
No seu comentário escrito a pedido do Expresso, Carlos Brito considera que o seu livro de memórias sobre Cunhal foi submetido "a um julgamento inquisitorial". Comenta a acusação de oportunismo endereçada por Jara, que não hesita "em atacar quem não vê como ele, usando para o efeito os terríveis palavrões herdados do estalinismo para fustigar a heresia. Tem mesmo uma especial predileção pela palavra oportunismo. Mas haverá maior oportunismo do que o seu, sempre louvaminheiro em relação à direção, a todas as direções, atuais, antigas e futuras?" E retoma a alusão à "obediência cega ao culto da personalidade", citando o "premonitório" Álvaro Cunhal: "Se se é contra a deificação dos vivos, também se justifica ser contra a deificação dos mortos".






Sem comentários: