Le véritable voyage de découverte ne consiste pas à chercher de nouveaux paysages, mais à avoir de nouveaux yeux. Marcel Proust - A La Recherche du Temps Perdu
QUARTA-FEIRA, 28 DE ABRIL DE 2010
Os transportes marítimos e fluviais 2
Nos meados do século XVIII os Galeões são substituídos por novos navios melhor adaptados à navegação transoceânica, ao transporte de mercadorias e aos combates navais. As velas triangulares substituem as velas redondas permitindo uma melhor navegação à bolina.
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Aparecem também navios mais ligeiros e por isso mais manobráveis e mais rápidos como as fragatas, as corvetas, e as fluyts.
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O comércio do Vinho do Porto
A gravura e a pintura de Duncalf 1736Esta estampa terá resultado de uma pintura a óleo (1,55 m X 0,90) provavelmente também da autoria de H. Duncalf, que segundo Xavier Coutinho esteve no Museu N. Soares dos Reis e hoje está no Gabinete de História da Cidade.Na Biblioteca Nacional Digital estão algumas reproduções de detalhes da pintura onde se pode notar que existem algumas diferenças em relação à gravura.(DUNCALF, H., fl. 1736 - [Vista da cidade do Porto] [Visual gráfico : [detalhes]. - [S.l. : s.n., D.L. 2000]. - 6 rep. de obra de arte : color. ; 24x34 cm. - Autor artribuído (cf. Xavier Coutinho - Subsídios para o estudo da iconografia e urbanismo da cidade do Porto. Porto, 1982, p. 9, alínea b). - Reprodução de detalhes de pintura do século XVIII (1736?). - 1-O morro da Sé e o convento de São Francisco. - 2-O porto fluvial. - 3-O morro da Vitória. - 4-Uma tartana frente a Miragaia. - 5- A pesca ribeirinha. - 6- A faina comercial, em Vila Nova de Gaia - CDU 908(469.121)Porto"17"(084.1) BND).Legenda1 Os frades de S. Bento2 A Igreja da Vittória3 Os Agostinhos4 Os Congregados5 S. Domingos6 S. Francisco7 A Igreja da Sé8 O Paço do Bispo9 Os padres da Companhia10 A Igreja de S. NicolauNo rio ao fundo, vê-se o castelo de popa de fragatas de comércio com bandeira inglesa e próprias para a navegação de longo curso
detalhe da pintura, nesta é reduzido o número de embarcações e uma delas está fundeada noutra direcção
Launch of the HMS Alexander at Deptford in 1778
Óleo s/ tela 418 x 673 mm
National Maritime Museum, Greenwich, Londont
An English Sixth-Rate Ship Firing a Salute As a Barge Leaves; A Royal Yacht Nearby 1707
Óleo s/ tela 41,9 x 36,8 cm National Maritime Museum, Greenwich, London
na gravura
na pinturaSegundo Octávio Lixa Filgueiras:“Tudo parece indicar que a pequena embarcação de cabotagem situada logo à esquerda, trazendo a reboque o seu barco de serviço, ambos de feição caracteristicamente mediterrânica, possa classificar-se como uma tartana; vem subindo o rio, à voga, já com a vela de estai recolhida e o grande pano latino, armado no mastro inclinado par a proa, quase todo ferrado pelo marujo que marinhou verga acima, segundo a manobra usual; o arrais vai a dirigir, sem descuidar do personagem vestido de modo diferente dos tripulantes, o qual se mostra interessado nos fardos pousados sobre o convés enquanto o seu interlocutor pontua a fala com gestos largos;”…(FILGUEIRAS, O. L. – Algumas Cenas e Cenários Ribeirinhos de Vila Nova de Gaia em Gravuras dos Séculos XVII a XIX – Gabinete de História e Arqueologia de Vila Nova de Gaia – 1984)
na gravura
No meio do rio de velas enfunadas dois barcos à vela: o maior, que ainda segundo Filgueiras é um rabão branco “…apresenta armação completa, minuciosamente desenhada (incluindo o pano redondo, o estaio, os ougues, os braços, as escotas); por detrás “…um valboeiro com a sua vela de espicha, distingue-se o tripulante (único) a governar com o remo, em vez de espadela.”(FILGUEIRAS, O. L. – Algumas Cenas e Cenários Ribeirinhos…)
Na pintura não aparece o valboeiro.
Junto à Porta Nova estão dois valboeiros.
Segundo Filgueiras o barco “…que vem a descer cerca do bastião da Porta Nova, com um único tripulante, lembra os actuais rabões brancos (observe-se o bico da proa e a posição do mastro), apesar da existência do pequeno estrado para a manobra da espadela.”(FILGUEIRAS, O. L. – Algumas Cenas e Cenários Ribeirinhos…)
os barcos do Douro
Imagens do Portugal Illustrated Letters London, 1829 do rev. William Morgan Kinsey (1788-1851)
foto Beleza
foto Beleza
António Carvalho da Silva Porto (1850 – 1893) No Areínho 1880
óleo sobre madeira 37,4 × 56 cm Museu Nacional de Soares dos Reis
gelatino-brometo, s/d. AMB31, AFP/CPF/MC
In o Porto e os seus Fotógrafos, coord. Siza Teresa, Porto 2001, Porto Editora 2001postal do Araínho com a pesca do sável
"Um barco ligeiro e coberto de toldo conduziu-nos em pouco tempo por entre navios e numerosos botes por entre o cais mal construído, mas animado e cheio de mercadorias, até São João da Foz, onde costumam residir durante a estação calmosa os mais abastados habitantes do Porto. Alguns brigues mercantes ingleses, ligeiros e elegantes como navios de guerra, estavam ancorados muito peno da cidade; entre eles flutuava como um pato entre os cisnes uma ampla e pesada galeota holandesa; seguiam-se navios americanos e, finalmente, a grande distância, no lugar em que o Douro, na sua maior largura, vai reunir-se ao oceano, alguns navios mercantes portugueses que navegam para o Brasil, comparáveis a naus pela sua corpulência."Príncipe Felix Lichnowsky - Portugal, Recordações do ano de 1842«... as barqueiras de Avintes, que fariam o encanto e a admiração do Tamisa, regalando n'elle como no rio Douro, e remando em pé com os seus longos remos, semelhantes aos das gôndolas venezianas, tão pezados, tão difficeis de manobrar!»Ramalho Ortigão - Jonh Bull 1887“Desciam a rampa, que antecede o portão, alguns bandos de gente do povo, rindo, cantando, em plena festa; iam em direcção ao rio. As barqueiras de Avintes aproximavam os barcos da margem para os receber; outras, ainda a grande distancia, chamavam, com toda a força d'aquelles pulmões robustos, as pessoas que vinham por terra. Cruzavam-se os barcos, movidos pelos vigorosos braços d'estas engraçadas e joviaes remeiras, e carregados com os frequentadores das diversões campestres do Areinho e da pesca do savel. Tudo era riso e cantigas no rio.” Júlio Diniz (1839-1871) – Uma Família Inglesa - 1868
Na margem sul e no primeiro plano diversas personagens dedicam-se às actividades do rio: do lado esquerdo da imagem pescadores lançando uma rede sob o olhar atento de uma personagem de casaca, dois frades e um serviçal com uma cesta.
“…depois vêm os tanoeiros, o que está a atacar os arcos (de madeira) com o maço do ofício, o mestre recostado a uma pipa ao alto, tendo aos pés um garrafão para a pinga dos seus homens, e o oficial que, ao lado, monta as aduelas, conformando um novo casco (as pipas encontram-se, também, desenhadas a preceito, sem faltar, sequer, o pormenor das travessas de reforço dos tampos)…” “.(FILGUEIRAS, O. L. – Algumas Cenas e Cenários Ribeirinhos…)
“…as gentes do escaler, que se dirige a terra, para meter carga, são interpeladas por um homem que na praia ergue os braços, à esquerda do qual, no pequeno grupo de pessoas junto de duas pipas, e do fardo (ou caixa?), avantaja-se aos carregadores o encarregado, que consulta uma lista;” (FILGUEIRAS, O. L. – Algumas Cenas e Cenários Ribeirinhos…)
Francis Frith (1822-1898) & Co. Photograph of Oporto accross the river with boats and jetty in the foreground. Mounted on brown board. 1860/70 - Albumina 15,9 x 21 cm. David Balsells etc al. Napper I Frith. Un viatge fotogràfic per la Ibéria del segle XIX with an essay by Martin Barnes. Barcelona, Museu Nacional d'Art de Catalunya, 2007.
na gravura
na pinturaAo centro e à direita diversas personagens ligadas ao comércio do vinho como carregadores, tanoeiros e comerciantes.Primeiro um “…escaler dum navio carrega pipas; a operação, dirigida por um encarregado, processa-se como ainda se pode observar nos costumes do rio (observe-se que não esqueceu o pormenor das duas pranchas de carga); “.(FILGUEIRAS, O. L. – Algumas Cenas e Cenários Ribeirinhos de Vila Nova de Gaia em Gravuras dos Séculos XVII a XIX – Gabinete de História e Arqueologia de Vila Nova de Gaia – 1984)Repare-se que na pintura este grupo é representado de uma forma diversa já que enquanto o tanoeiro está numa posição semelhante, há uma personagem que se explica ao fidalgo sentado; o encarregado está sentado por detrás escrevendo e outras duas personagens conversam, uma delas apoiada numa pipa.
“…à direita, três personagens de qualidade social conversam entre si, à frente de mais fardos, enquanto na extrema, um clérigo corresponde à reverência de outro «fidalgo»;” (FILGUEIRAS, O. L. – Algumas Cenas e Cenários Ribeirinhos…)
http://doportoenaoso.blogspot.com/2010/04/os-transportes-maritimos-e-fluviais-2-o.html
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