Discurso de Lula da Silva (excerto)

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terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

"Tropa de Elite" - Fascismo no cinema

Fevereiro 25, 2008

Fascismo no cinema


A notícia de que "Tropa de Elite" ganhou o prestigiado prêmio "Urso de Ouro" do Festival Internacional de Berlim foi recebida com deleite no Brasil. O país deveria pendurar sua cabeça de vergonha. Por Conor Foley - The Guardian (*).

A notícia de que "Tropa de Elite" ganhou o prestigiado prêmio "Urso de Ouro" do Festival Internacional de Berlim foi recebida com deleite no Brasil. O país deveria pendurar sua cabeça de vergonha.

"Tropa de Elite" tornou-se o filme brasileiro mais popular de todos os tempos quando foi liberado ano passado. Estima-se que 11 milhões de pessoas assistiram às cópias piratas do filme antes do seu lançamento oficial, tendo quebrado recorde de bilheteria quando chegou aos cinemas.

O filme segue o sucesso de "Cidade de Deus", que conta a árida história de como as favelas em volta do Rio de Janeiro gradualmente caíram nas mãos dos traficantes de drogas. "Tropa de Elite" se baseia no mesmo tema, tendo início, cronologicamente, de onde "Cidade de Deus" terminou. A cena de abertura mostra um baile funk no qual adolescentes narcotraficantes dançam ao mesmo tempo em que abertamente sacodem suas armas automáticas. Dois policiais à paisana tentam armar uma cilada, que não sai como esperado. Eles acabam encurralados na favela, sendo resgatados com a chegada do Bope (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro), comumente conhecido como "Tropa de Elite".

O filme é visualmente impactante e a trilha sonora contribui para o drama, mas a trama é deplorável e os diálogos são fracos. O enredo se desenvolve em torno do destino de três homens: Capitão Nascimento, o chefe do Bope, e dois policiais que ele resgata, Neto e Matias.

Nascimento quer abandonar a polícia, pois sua esposa está grávida, mas primeiro ele deve encontrar alguém que o substitua, sendo este evidentemente o modo como o sistema de recrutamento da polícia brasileira opera. Neto e Matias decidem entrar para o Bope e se submetem ao processo de recrutamento, que envolve, principalmente, duro exercício físico, porque, como nos é dito, essa é uma boa maneira de arrancar-se a corrupção pela raiz. Matias, que é negro, freqüenta a faculdade onde seus colegas, universitários brancos, sentados em círculo, discutem Foucault e condenam a brutalidade da polícia. Poderiam os clichês serem mais banais?

Alguns dos estudantes, incluindo a namorada de Matias, estão envolvidos em um projeto social na favela, mas parece que não fazem muito além de fumarem maconha, fornecida por um traficante local. Eles são posteriormente assassinados pelos mesmos traficantes, que também mataram Neto e o desenlace sangrento do filme ocorre à medida que o Bope entra na favela atirando na busca dos assassinos.

O filme causou polêmica porque mostrou a polícia torturando mulheres e crianças para obter informações sobre o líder da quadrilha. Aparentemente, enquanto estava ocorrendo a filmagem no set, um oficial do Bope interrompeu os atores e lhes disse: "Olha, você está fazendo tudo errado. Você deve segurar o saco plástico assim, para que não fique nenhuma marca". Nos cinemas Brasil afora, as pessoas gritaram e aplaudiram durante a cena e o capitão Nascimento fictício, que é baseado em personagem real, foi amplamente aclamado como um herói nacional".

Ninguém nega a realidade na qual "Tropa de Elite" é baseado. Favelas como Complexo do Alemão parecem realmente zonas de guerra, onde a polícia é considerada um exército de ocupação. Mas o Brasil é também o país mais desigual do mundo e, ao ignorar as razões sociais da violência, o filme enaltece uma estratégia que por si só demonstra seu fracasso. Um governador populista do Rio uma vez ofereceu pagamento em espécie aos policiais que matassem criminosos, o famoso "bônus do oeste selvagem", mas a taxa de crimes continuou a aumentar.

Aproximadamente meio milhão de brasileiros foram assassinados na última década, o que torna o país mais violento do que a maioria das zonas de guerra. Os brasileiros estão zangados e com medo do que está acontecendo em seu país, procurando desesperadamente por soluções.

Em um determinado ponto no filme, Matias confronta um grupo de pessoas em passeata protestando contra a morte de seus colegas universitários assassinados, acusando-os de só se importarem quando a violência atinge a classe média. Demonstrações como estas são comumente organizadas por ONGs como "Eu sou da Paz", que também incrementa programas sociais em favelas. Uma série de estudos tem demonstrado que estes programas, que o filme extrapola ao difamá-los, têm obtido sucesso na redução dos crimes.

"Tropa de Elite" acusa a classe média brasileira de alimentar a onda de crimes através do consumo de drogas, o que é provavelmente verdade, mas sua mensagem excessivamente política é de cinismo e desespero. As cenas de tortura e violência não são apenas chocantes por causa do seu impacto, mas também porque desumanizam os moradores das favelas a quem são infligidas.

A violência no Brasil é um sintoma de um largo conjunto de problemas sociais, em relação aos quais os brasileiros devem assumir sua responsabilidade. A maioria da classe média brasileira nunca pôs o pé numa favela e fala sobre elas como se fossem outro país. Filmes como "Tropa de Elite" ajudam a mantê-la nessa alienação.

(*) Artigo publicado originalmente no jornal inglês 'The Guardian' em 18/02/2008, por ocasião da premiação do filme "Tropa de Elite" no Festival de Berlim. Tradução de João Paulo Gondim Cardoso, colaborador do Fazendo Media. Clique aqui para ler o original.

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in Consciência net

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YouTube - Trailer Oficial do Filme Tropa de Elite

Tropa de Elite (aka Elite Squad)Direção: José PadilhaRoteiro ...

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- 2 min 40 seg -


seta3.gif (99 bytes) Imagens
- Clique nas imagens para vê-las ampliadas em uma nova janela.



imagens retiradas daqui -FILMES - Tropa de Elite


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Berlin

The Elite Squad

Tropa de elite (Brazil)

'The Elite Squad'
Wagner Moura stars as the leader of a deadly military police unit in Berlin Golden Bear winner 'The Elite Squad.'

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A Universal Pictures Brazil (in Brazil)/Weinstein Co. (in U.S.) release of a Weinstein Co. (U.S.)/Zazen Producoes, Posto 9, Feijao Filmes (Brazil) production, in association with the Latin American Film Co., Costantini Films, Quanta, Universal. (International sales: the Weinstein Co., New York.) Produced by Marcos Prado, Jose Padilha. Co-producers, Eliana Soarez, James D’Arcy. Executive producers, Maria Clara Ferreira, Bia Castro, Genna Terranova, Scott Martin, Eduardo Costantini. Directed by Jose Padilha. Screenplay by Padilha, Rodrigo Pimentel, Braulio Mantovani.

With: Wagner Moura, Andre Ramiro, Caio Junqueira, Milhem Cortaz, Fernanda Machado, Maria Ribeiro, Fabio Lago, Fernanda de Freitas, Paulo Villa, Marcelo Valle, Marcello Escorel, Andre Mauro, Paulo Hamilton, Thogun, Rafael d’Avila, Emerson Gomes, Patrick Santos, Erick Maximiano Oliveira, Bruno Delia, Andre Santino, Ricardo Sodre.
Brazil’s powerful military police are elevated to Rambo-style heroes in “The Elite Squad,” a one-note celebration of violence-for-good that plays like a recruitment film for fascist thugs. Weinstein coin was injected on the basis of the script only, but after editing was over, tyro features helmer Jose Padilha decided a rewrite was in order, tacking on an omnipresent narration that’s meant to strengthen identification but instead will alienate intelligent viewers. Though pic was Brazil’s top grosser of 2007, arthouse auds elsewhere won’t coddle to the inescapable right-wing p.o.v.

Boffo biz at home was accompanied by major debates over the glorification of brutish police methods, especially since Brazilian cops already have a reputation for Dirty Harry-style vigilantism. On the one hand, “Elite Squad” is an honest picture of violence in the favelas, or slums, of Rio de Janeiro, and the rampant official corruption that sustains it. But pic presents its case by celebrating police psychopaths and ridiculing any attempts at social activism, or even emotion. Charges of fascism by pic’s critics aren’t merely knee-jerk liberal reactions, but an unimpeachable statement of fact.

BOPE is the elite squad in question, a small tactical force sent into the favelas to kill without thinking (not coincidentally, black uniforms and the group’s skull symbol recall the SS Death’s Head Brigade). Capt. Nascimento (Wagner Moura) is getting ready to pass the baton of command to someone else. With wife Rosane (Maria Ribeiro) pregnant, he’s feeling a tinge of paternal warmth that could jeopardize the hard-ass heartlessness his job requires.

Parallel to Nascimento’s story is that of a couple honest police rookies, intellectual Andre Matias (Andre Ramiro) and impulsive Neto (Caio Junqueira). Nascimento’s narration continuously comments on their progress as the two chafe under the police force’s systemic corruption. When their commander sends them into a slum rave, fully expecting their deaths, BOPE comes to the rescue, ending the battle just in time for Nascimento to get a call from his wife telling him her water broke — how’s that for timing?

Neto and Matias are so impressed with BOPE’s righteous dedication they decide to switch forces; after passing them through predictably sadistic basic training, Nascimento considers one of them as his replacement. Meanwhile, Matias tries to reconcile his studies, and relationship with namby-pamby NGO do-gooder Maria (Fernanda Machado), with the “no emotion” requirements of the elite squad. Neto seems poised for the captaincy, but then a battle with drug dealer Baiano (Fabio Lago) changes the hierarchy.

“Either a cop stays dirty or he chooses war,” intones Nascimento’s incessant voiceover as he explains the way the system works: Regular policemen are simply on the take, social workers are hopelessly ineffectual and naive, and pot-smoking rich kids are as bad as the dealers. Whereas the cops enter the favelas to get their payoff money, BOPE raids the slums to kill, no questions asked. After all, that’s what these scum deserve, isn’t it?

Script was co-written by Rodrigo Pimentel, himself a former BOPE officer, though Padilha encouraged improvisation throughout the shoot. Braulio Mantovani (“City of God”) was signed as script doctor, but together with the helmer, they changed the entire structure in the editing process, adding the problematic voiceover, presumably in a bid to bring one character’s mindset to the fore.

Perfs are suitably intense but, like the pic itself, lack any kind of nuance. Lula Carvalho’s camera never stops moving, bouncing and swerving with such unmodulated motion that auds will need to find their sea legs. More tempered lensing would have created a smoother build-up, though “Elite Squad” isn’t exactly out for the subtlety prize. Darkly saturated colors are in keeping with the general air of danger and militaristic cool.

Camera (color), Lula Carvalho; editor, Daniel Rezende; music, Pedro Bromfman; production designer, Tule Peake; costume designer, Claudia Kopke; sound (Dolby Digital), Leandro Lima; assistant director, Rafael Salgado; casting, Fatima Toledo. Reviewed at Berlin Film Festival (competing), Feb. 11, 2008. Running time: 114 MIN.

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Date in print: Mon., Feb. 25, 2008, Weekly

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in

variety.com/review



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