SOBRE AS OBRAS DE RECUPERAÇÃO 2015
Fernando Pereira
23/8 às 0:43
Escola Mutu-ya-Kevela será entregue a comunidade estudantil em 2017
A conclusão das obras de recuperação e ampliação da escola do I e II ciclo Mutu-ya-Kevela, encerrada ao público há mais de sete anos, está prevista para o primeiro trimestre de 2017. Recorda-se que os alunos da instituição estão acomodados em outras escolas, de acordo com as suas áreas de residência.
A informação foi avançada hoje, em Luanda, pela directora do Gabinete de Estudos e Planeamento e Estatística do Ministério da Educação (MED), Irene Figueiredo.
O projecto que está a ser executado pela empreiteira portuguesa Somague inclui também intervenção no Centro Pré-Universitário de Luanda (PUNIV), e está avaliado em 21 milhões de dólares.
A interlocutora esclareceu que numa primeira fase vão intervir apenas nas instalações do Mutu- Ya-Kevela e posteriormente no PUNIV, por pertencerem a mesma instalação.
A directora revelou que a obra, que arrancou em Março deste ano, consiste, fundamentalmente, em recuperar e não alterar, e ampliar o interior, mantendo por completo os traços anteriores da escola, ou seja aspectos como as paredes, as portas e até mesmo o mosaico.
Embora não especificando, Irene Figueiredo disse que vão aumentar o número de salas.
“A recuperação da escola Mutu-Ya-Kevela sempre foi uma preocupação do Executivo, pela sua história, pois representa uma das primeiras da cidade de Luanda no tempo colonial e de maior dimensão”, frisou.
Irene Figueiredo revelou ainda ser pretensão do Ministério da Educação manter a instituição escolar como do I e II ciclo, pelo facto de representar um nível de maior necessidade.
Por seu turno a engenheira civil, Rosina Araújo, fez saber que quando receberam a obra a escola tinha no seu todo 56 compartimentos, sendo que no modelo actual passará a ter 49 salas de aulas, incluindo laboratórios para aulas práticas, uma sala de professores, um secretariado, igual número para contabilidade e reprografia.
Apontou como novas divisões, uma enfermaria para primeiros socorros, uma cantina, uma sala de associação de alunos e uma de professores, duas salas de coordenação de pedagogia, vestiários para discentes, um wc para alunos com dificuldades de mobilidade, uma área de atendimento ao estudante e 4 campos desportivos
O Mutu-Ya-Kevela vai contar no seu corpo central com 2 pisos e uma cave, para a área técnica, sendo que o primeiro será para a área administrativa e de laboratórios, bem como para algumas salas de aulas, e segundo igualmente para salas de aulas e outros serviços adicionais.
O antigo Salvador Correia, baptizado com o nome de Mutu Ya Kevela desde 1975, com mais de 40 salas de aula.
Até ao seu encerramento definitivo, em 2008, em função do estado de degradação em que se encontrava, o maior liceu de Luanda acolhia cerca de 6 mil alunos do quinto ao oitavo ano de escolaridade.
Pelas salas de aula do Salvador Correia passaram alunos como Agostinho Neto, primeiro presidente de Angola, e José Eduardo dos Santos, actual Chefe de Estado, entre milhares de angolanos e portugueses que ali fizeram os seus estudos ao longo de várias décadas.
As origens do Salvador Correia remontam a 25 de Abril de 1890, quando cerca de três dezenas de cidadãos se reuniram em casa de Caetano Vieira Dias e decidiram solicitar ao governo português a criação de um liceu nacional em Luanda.
A ideia era criar um estabelecimento de ensino na capital angolana que ministrasse os programas em vigor nas escolas em Portugal, o que permitiria aos alunos transitar deste liceu para as escolas portuguesas.
A criação desse liceu só veio, no entanto, a ser decidida a 19 de Fevereiro de 1919, quando o Conselho de Instrução Pública aprovou por maioria uma proposta nesse sentido apresentada por António Joaquim Tavares Ferro.
Inicialmente denominado Liceu de Luanda, a escola começou por funcionar num edifício na baixa da capital angolana, assumindo em 1924 a designação de Liceu Nacional Salvador Correia de Sá e Benevides, numa homenagem ao homem que reconquistou Luanda para a coroa portuguesa em 1648 depois da cidade ter sido ocupada pelos holandeses.
O actual edifício, situado no cimo de uma encosta que desce para o mar, começou a ser construído em Novembro de 1938, tendo a inauguração ocorrido a 5 de Julho de 1942.
Em 1975, ano da independência de Angola, foi rebaptizado com o nome actual de Liceu Mutu Ya Kevela, em homenagem ao soba do Bailundo que liderou uma revolta contra as autoridades portuguesas em 1902 no planalto central de Angola.
Foi classificado como Monumento Nacional por despacho n.° 47, de 08.07.1992
Escrito pelo meu amigo VITOR SILVA
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