Lisboa Open House – cinco ideias
**
São mais de 50 edifícios que se podem visitar durante sábado e domingo, o que obriga a uma escolha. As hipóteses são muitas: há casas particulares e edifícios públicos, palácios, teatros, edifícios comerciais, igrejas, zonas como o Bairro de Alvalade (“à procura dos Verdes Anos de Belarmino”), e locais tão inesperados como as instalações da RTP ou a Estação de Tratamento de Águas Residuais de Alcântara. Alguns estão habitualmente abertos ao público, outros não. Mas mesmo naqueles que podemos visitar noutras alturas do ano, temos neste fim-de-semana a oportunidade de o fazer numa visita guiada, em alguns casos com os arquitectos responsáveis pelo projecto.
A escolha passará, obviamente, pelos interesses pessoais, mas deixamos aqui algumas pistas, com cinco sugestões de locais possivelmente menos conhecidos ou mais difíceis de visitar habitualmente.
Teatro Thalia (Fortunato Lodi/Gonçalo Burne com Diogo Seixas Lopes e Patrícia Barbas, 1842/2012)
O teatro foi projectado no século XIX pelo arquitecto italiano Lodi para o entretenimento particular do Conde Farrobo. Fê-lo à semelhança do Teatro Nacional D. Maria II mas numa escala mais reduzida. O Thalia, onde se representaram diversas óperas, foi destruído por um incêndio e esteve muito tempo em ruínas, mas o local, que está na dependência do Ministério da Educação e Ciência, foi recentemente recuperado e pode novamente acolher espectáculos.
Antigo Hotel Vitória (Cassiano Branco, 1936-37)
É actualmente centro de trabalho do Partido Comunista Português, e um dos prédios mais marcantes da Avenida da Liberdade, com as suas varandas a terminar em estruturas circulares. Durante o período em que funcionou como hotel, os seus quartos foram frequentados por espiões alemães durante a II Guerra Mundial.
Casa Sofia e Manuel Aires Mateus – Sofia e Manuel Aires Mateus, séc. XVIII/2003-06
Não é todos os dias que se tem a oportunidade de visitar a casa particular de dois arquitectos, recuperada pelos próprios. Neste caso, é um edifício do século XVIII situado na encosta do Castelo, com um jardim e vista sobre as coberturas da Baixa e o rio. Pode-se perceber como é que os arquitectos adaptam um edifício secular às necessidades actuais, e ouvir histórias como a da descoberta inesperada de uma cisterna durante as obras.
Centro de Comando Operacional de Lisboa – Gonçalo Louro & Cláudia Santos Arquitectos Lda, 2007
Também não é todos os dias que se pode entrar no espaço que acolhe todos os sistemas de comando e controlo da circulação ferroviária da zona centro. O edifício tem, explica a organização da Open House, “características técnicas e funcionais de grande complexidade, nomeadamente na construção espacial da sala de comando.”
Supremo Tribunal de Justiça – vários autores, séc. XVIII
É uma lição de História entrar no local que representa o topo da organização judiciária em Portugal. O Supremo Tribunal de Justiça, a funcionar desde 1833, foi logo instalado no Palácio. O edifício formava o terceiro dos seis quarteirões pombalinos no lado Nordeste da Praça do Comércio, reconstruída após o terramoto de 1755.
Sem comentários:
Enviar um comentário