Cartografia do Judaísmo em Portugal
Em Portugal, por volta de 1143, existiam já importantes comunidades de judeus em Coimbra, Santerém, Lisboa e Évora.
Durante o reinado de D. Dinis (1261-1321), para além das anteriores, destacam-se as comunidades de Bragança, Chaves, Mogadouro, Rio Livre (Concelho de Chaves), Castelo Rodrigo, Monforte e Guarda.
Na segunda metade do século XIV foram identificadas comunidades em cerca de 30 locais espalhados por todo o reino. No Algarve sobressaíam as comunidades de Silves, Loulé e Tavira.
No final do século XV existiam mais de 140 judiarias, distribuídas pelas principais povoações de Portugal (4), incluindo os Açores e Madeira. Calcula-se que por volta de 1497, os judeus representassem entre 15 a 20 % da população portuguesa, um número sem paralelo em qualquer outro país na época.
Judiarias de Portugal no final do século XV
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Aveiro. (1) | ||
Braga. A sua judiaria está documentada desde o século XIV. As relações entre cristãos e judeus alternavam entre a paz e o conflito, obrigando a frequentes intervenções do rei. Entre os mais conhecidos descendentes de judeus da diocese de Braga destaca-se Francisco Sanches (1550-1622), médico, filósofo e matemático. - Barcelos - Guimarães, - Vila Nova de Famalicão, | ||
Bragança. No século XIII já existia aqui uma importante comunidade de judeus. A Inquisição fez na região, durante quase três séculos, uma verdadeira matança. - Argozelo, - Carção, - Freixo de Espada à Cinta - Miranda do Douro, - Mogadouro, - Rio Frio - Torre de Moncorvo. O cripto-judaísmo manteve aqui bem vivo até 1929. Uma sinagoga, funcionou até então numa casa particular junto à Igreja Matriz. - Vilarinho dos Galegos, - Vila Flor | ||
Beja - Alvito, - Garvão, - Odemira, - Ourique, - Mourão - Serpa, - Viana do Alentejo - Mértola | ||
Castelo Branco. - Alcains - Castelo Mendo - Belmonte (3) - Bemposta - Idanha - Medelim, - Monsanto - Monforte - Oleiros, - Penamacor, - Proença - Sabugal - Sarzedo - São Vicente da Beira, - Segura | ||
Coimbra. Durante séculos teve uma das mais importantes comunidades de judeus de Portugal. A primeira na judiaria, que existia já em 1139, ficava na actual Rua do Corpo de Deus. A segunda, ficava Rua Direita, Largo da Freiria. A Fonte Nova ou do Judeus (Rua Olímpio Nicolau Fernandes), relembra a sua presença no local. O Tribunal da Inquisição de Coimbra (1548-1821) foi o mais sanguinário de Portugal, cujos autos de fé eram realizados no Largo de Sansão (actual Praça 8 de Maio ).- Buarcos, - Condeixa, | ||
Évora. Aqui se situava uma das mais importantes e ricas judiarias de Portugal. Ficava situada entre as portas do Alconchel e do Reimondo (entre a Rua do Tinhoso e a Rua dos Mercadores, seguindo algumas travessas até à Rua do Reimondo), abrigando no seu interior duas sinagogas, a midrash, os banhos, o hospital e uma gafaria. Depois do Tribunal da Inquisição de Coimbra, o de Évora foi o mais sanguinário. - Aviz - Evoramonte - Benavila - Borba, - Estremoz, - Monsaraz - Montemor-o-Novo - Olivença, - Vila Boim | ||
Faro. No século XIII existia já aqui uma importante comunidade. A judiaria ficava situada no local onde hoje se encontra o Convento de Nª. Srª. da Assunção (Museu Infante D. Henrique). Possuia um oficina de copistas (1391). Foi em Faro que DomSamuel Gacon (ou Porteiro) editou o primeiro livro impresso em Portugal - Pentateuco (1487), uma obra fundamental nas sinagogas. Editou também o Talmud (1492), constituído pelo "Tratado do Divórcio" e o "Tratado dos Juramentos". - Aljezur - Alvor - Alcoutim, - Castro Marim, - Lagos - Porches, - Portimão, - Tavira, | ||
Funchal. | ||
Guarda. A judiaria começava junto à Porta d`El Rei e terminava perto do adro da Igreja de S. Vicente. Possuia uma oficina de copistas (1346). - Almeida. Oficina de copista (1484) - Almendra - Alverca - Castanheira - Castelo Rodrigo. No reinado de D. João I funcionava aqui o Serviço Real de Judeus, que se ocupava dos seus problemas civis. - Castelo Mendo - Celorico da Beira, - Covilhã, - Escarigo - Fundão, - Freixedo - Gouveia, - Linhares da Beira. A judiaria, de que ainda restam vestígios, estava situada em torno da Rua da Judiaria, uma travessa da Rua Direita (antiga Rua da Procissão), próximo do castelo. - Marialva - Melo, - Meda. Uma lâmpada do Shabat preserva-se na sacristia da igreja matriz da Meda - Pinhel - Salvaterra - Seia - Vilar Formoso, - Vila Franca das Naves | ||
Leiria. Nesta cidade funcionou a conhecida oficina de imprensa de Samuel d'Ortas e seus filhos, que editou a primeira edição do Almanach Perpetuum de Abraão Zacuto, em 1496. - Óbidos, | ||
Lisboa. A comunidade judaica de Lisboa era muito numerosa, e estava intimamente ligada à corte. A primeira sinagoga abriu em 1260. Em meados do século XV tinha três judiarias, mas muitos judeus viviam fora das mesmas. Possuía, neste século, excelentes oficinas de copistas e iluminadores de hebraicos. Em 1489, o Rabi Eliezer inicia a publicação de obras impressas. Possuía também uma magnifica Academia - Beth Hamidresh - situada entre o Largo do Carmo e da Trindade, no bairro da Pedreira, mais tarde bairro da Conceição. - Sacavém - Tojal - Alenquer - Torres Vedras. Tinha uma oficina de copistas (1391). - Sintra | ||
Porto. A comunidade judaica, muito significativa, possuía várias judiarias. Em 1386, D. João I mandou juntar os judeus que habitavam as Aldas e S. João Novo, assim como as judiarias do Castelo, da Minhota e de Monchique, num espaço dentro das muralhas no Morro do Olival. A Judiaria do Olival tinha duas portas, uma voltada para o Largo da Porta do Olival, outra para as "Escadas da Esnoga" (hoje, Escadas da Vitória) e para o caminho de Belmonte. A sinagoga situava-se no local onde hoje fica o Convento de São Bento da Vitória.Na Rua de S. Miguel, nº. 9-11, foi descoberta, em 2006, uma sinagoga clandestina dos séculos XVI/XVII. - Gaia - Matosinhos - Vila do Conde - Azurara - Arrifana | ||
Portalegre (2)
- Campo Maior
- Castelo Vide. A judiaria remonta ao século XIII e é uma das mais bem preservadas e promovidas de Portugal.
- Crato,
- Elvas. Possuia duas judiarias.
- Marvão.
- Monforte
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Ponta Delgada | ||
Santarém. A judiaria muito próspera localizava-se junto da Rua Direita e das portas da cidade. A primeira Sinagoga foi aberta em 1140. - Abrantes - Alenquer, - Pernes - Tomar, - Torres Novas, | ||
Setúbal. - Almada - Alcácer do Sal - Cacilhas - Palmela | ||
Viana do Castelo.- Barcelos, - Caminha, | ||
Vila Real - Chaves, - Mirandela - Rio Livre | ||
Viseu - Lamego, - Salzedas, - São João da Pesqueira, - Trancoso, - Vila Nova de Paiva - Vila Nova de Foz Côa, Bibliografia: (1) Neves, Amaro - JUDEUS E CRISTAOS NOVOS DE AVEIRO (2 ) Tavares, Maria José Pimenta Ferro, "Judeus e cristãos novos, no distrito de Portalegre", A Cidade: Revista Cultural de Portalegre (nova série). , nº 3, 1989, pp. 37 - 54 (3) Garcia, Antonieta Garcia - Os Judeus de Belmonte. Os caminhos da memória (Lisboa [1993?]). (4) Tavares, Maria José Pimenta Ferro, Os Judeus em Portugal no séc. XIV, Lisboa. Guimarães & Cª.,1979; idem, Os Judeus em Portugal no século XV, 2 vols. Lisboa. Universidade Nova. 1982; Idem, Os Judeus em Portugal no séc. XVI, Lisboa, Instituto de Alta Cultura.1970. |
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Discurso de Lula da Silva (excerto)
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quarta-feira, 6 de junho de 2012
Carlos Fontes - Judiasmo e Judiaris em Portugal
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