Discurso de Lula da Silva (excerto)

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sábado, 23 de abril de 2011

"Era de noite e levaram", "Abandono", "O Pintor Morreu" e "Cantar Alentejano"


João Abel Manta - Preso político


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Carregado por  em 14 de Set de 2009
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Era de noite e levaram
Era de noite e levaram
Quem nesta cama dormia
Nela dormia, nela dormia

Sua boca amordaçaram
Sua boca amordaçaram
Com panos de seda fria
De seda fria, de seda fria

Era de noite e roubaram
Era de noite e roubaram
O que na casa havia
na casa havia, na casa havia

Só corpos negros ficaram
Só corpos negros ficaram
Dentro da casa vazia
casa vazia, casa vazia

Rosa branca, rosa fria
Rosa branca, rosa fria
Na boca da madrugada
Da madrugada, da madrugada

Hei-de plantar-te um dia
Hei-de plantar-te um dia
Sobre o meu peito queimada
Na madrugada, na madrugada

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http://sintonizate.net/music/jose-afonso/356122.html
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Carregado por  em 1 de Mar de 2008
David Mourão Ferreira neste poema, musicado por Alain Oulman,  presta homenagem aos presos politicos do  Regime Fascista Português
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Carregado por  em 23 de Mai de 2007
Zeca Afonso No Coliseu ( José Afonso )
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Segunda-feira, 18 de Dezembro de 2006


A morte saiu à rua num dia assim

Faz 3.ª feira 45 anos que o pintor José Dias Coelho, militante do PCP, foi assassinado pela PIDE, na Rua da Creche, em Alcântara, Lisboa. Tinha então 38 anos.
Dias Coelho aderiu, ainda adolescente, à Frente Académica Antifascista, e, já como aluno da ESBAL, fez parte do MUD Juvenil, participando em várias lutas estudantis em 1947. Naquela escola superior foi um dos dirigentes da frente pró-Associação Académica e das lutas em defesa da paz e contra a reunião da NATO em Lisboa em 1952. Em consequência disso foi expulso da ESBAL, proibido de ingressar noutra faculdade do país e demitido do lugar de professor do ensino técnico no Liceu Camões.
A rua onde foi assassinado tem hoje o seu nome. É, portanto, um lugar de memória já consagrado. Para 19 de Dez.º estão previstas cerimónias durante a tarde, incluindo o relançamento do seu livro A resistência em Portugal (pelas Edições Avante!e a inauguração da exposição «José Dias Coelho, artista militante e militante revolucionário» (na Junta de Freguesia de Alcântara, R. dos Lusíadas, 13).
A canção de José Afonso «A morte saiu à rua» é uma homenagem a José Dias Coelho, aqui fica a sua letra:
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A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome pra qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai
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O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o pintor morreu
~
Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina, à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou
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Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada, há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas duma nação
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Nb: parte da inf. extraída daqui; vd. tb. estudos de Júlia Coutinho, "José Dias Coelho. Breve cronologia pessoal e afluentes" e "José Dias Coelho . A coerência do ser e do fazer"; testemunho de José Cardoso Pires aqui.

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