Discurso de Lula da Silva (excerto)

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sábado, 22 de setembro de 2012

Galerias romanas da Rua da Prata abrem a visitas por três dias


fugas




 (com vídeo de Joana Bougard)

-notícias

Por Carla B. Ribeiro
21.09.2012





Uma vez por ano, podem ser visitadas as galerias romanas da Rua da Prata, em Lisboa. Chegou a hora: abrem de 28 a 30 de Setembro.
A abertura anual das galerias, na R. da Conceição (ao n.º 77), costuma levar milhares em romaria ao local, e este ano não deverá ser excepção: o espaço é de acesso livre, das 10h às 18h, sendo a visita em grupos e acompanhada por técnicos do Museu da Cidade.
Paralelamente, há propostas de percursos - As Águas Termais de Alfama, A Cerca Velha, Registos de Santos em Alfama e Na Cidade com Rafael Bordalo Pinheiro - e visitas guiadas ao Museu do Teatro Romano. Inscrições obrigatórias nos números 217513209 ou 217513210.
A abertura ocorre no âmbito das Jornadas Europeias do Património, este ano sob o tema "O Futuro da Memória" e cujas actividades se estendem um pouco por todo o país. 


Baixa romana
A visita às galerias faz-se através de um alçapão que se abre no meio da rua da Conceição, entre eléctricos e automóveis. O passeio é curto e labiríntico por estas escuras e tropicalmente húmidas galerias do tempo do imperador Augusto (séc. I d.C.). Sob elas continua algum mistério: permaneceram escondidas da História durante séculos até o terramoto de 1755 as revelar (a descoberta data de 1771). Hoje, dá-se por quase certo que são criptopórticos, construções em abóboda que os romanos usavam em terras instáveis para servirem de plataforma de suporte a outras edificações, e que terão estado também ligadas a actividades portuárias e comerciais.

Por Luís J. Santos e Joana Bourgard (vídeo)
Uma vez por ano, é certa a romaria de milhares de pessoas ao submundo da Lisboa romana, em plena Baixa. As Galerias Romanas da Rua da Prata abriram a visitas gratuitas de 23 a 25 de Setembro, integradas nas Jornadas Europeias do Património. E nós fomos espiá-las. Uma visita às entranhas da cidade para revisitar dois milénios de história.

Uma vez por ano, é certa a romaria de milhares de pessoas ao submundo da Lisboa romana, em plena Baixa. As Galerias Romanas da Rua da Prata abrem a visitas gratuitas de 23 a 25 de Setembro, integradas nas Jornadas Europeias do Património. Antecipámo-nos e já fomos espiá-las. Uma visita às entranhas da cidade para revisitar dois milénios de história.


Subitamente, um alçapão no meio da rua da Conceição em pleno bulício da Baixa, entre eléctricos e automóveis. Descem-se meia dúzia de degraus ínfimos, desaparece-se da face da terra, encolhe-se o corpo e Lisboa parece desaparecer - mas não, é apenas mais uma das camadas da cidade, aqui em versão Olisipo, a denominação romana da capital lusa.
Meia dúzia de degraus são o suficiente para darmos por nós a viajar dois milénios durante um pequeno passeio por uma parte destas escuras e tropicalmente húmidas galerias do tempo do imperador Augusto (séc. I d.C.), que, por mais estudadas, parecem eternizar-se numa aura de mistério e exercerem um fascínio contínuo sobre os milhares de visitantes que fazem fila durante os únicos três dias por ano em que abrem ao público - de 23 a 25 de Setembro, integradas nas Jornadas Europeias do Património.
"Cuidado com a cabeça", vai avisando o nosso guia, o arqueólogo António Marques, do Museu da Cidade. E cuidado com os pés e onde se encosta, avisamos nós: as galerias, do tempo do imperador Augusto, permanecem inundadas ao longo de todo o ano e só quando se aproxima a época das visitas é que chega o corpo dos bombeiros para drená-las, operação que antes demorava dias e actualmente é despachada numa noite. Mas a água é omipresente e, obviamente, há um elevado grau de humidade.
Nós passeámos ainda com a equipa de técnicos a ultimar os preparativos para receber os visitantes, incluindo cuidados com a rede eléctrica, que este ano, informa Marques, precisou de mais trabalhos que noutros períodos, incluindo substituição de tubagens, mas os visitantes, por estes dias - em grupos de 20 e em visitas em redor dos 20 minutos -  já deverão ter tudo pronto à sua espera.
As galerias permaneceram séculos escondidas da História até que o terramoto de 1755, ao mesmo tempo que destruía sem compaixão boa parte de Lisboa, as revelou, vai contando o nosso guia. A descoberta data de 1771. Desde essa altura, foram alvo das mais diversas teorias, incluindo julgarem-se termas, fórum municipal ou possuírem "águas milagrosas" para curar certas maleitas. Hoje, dá-se por quase certo que são criptopórticos, construções em abóboda que os romanos usavam em terras instáveis para servirem de plataforma de suporte a outras edificações, e que terão estado também ligadas a actividades portuárias e comerciais.
Entre tanto trabalho pós-terramoto, pouca importância se deu à preservação desta parte importante da história alfacinha e lusa: apenas foi salvo um pedestal romano onde uma inscrição em latim assinala Esculápio, o deus da Medicina. Já as estruturas romanas foram adaptadas para alicerçar a construção pombalina superior. As visitas regulares, a estras outrora conhecidas como Conservas de Água da Rua da Prata, começaram já década de 80 do século passado, sendo agora habitual a sua abertura integrada na semana das anuais Jornadas do Património - a não ser que as águas subam tanto que impeçam a visita, o que já sucedeu. Como não há lugar a reservas, o cenário repete-se todo o ano: muita gente à espera em fila pela vizinha rua dos Correeiros acima.
Durante a visita, a uma parte das galerias - já que existe outra parte conhecida mas cortada a visitas por uma parede do caneiro da rua da Prata - vamo-nos desviando de poças e paredes húmidas e seguindo os passos e ensinamentos do nosso guia. Quem espera do passeio toda uma revelação monumental, poderá ficar seriamente desiludido. Trata-se mais de uma lição de história in loco. Com a particularidade de ser dada entre paredes milenares e podermos cheirar as entranhas da Baixa enquanto sentimos e ouvimos vinda de cima a sua vida, particularmente a cadência do icónico eléctrico 28 que cruza o sistema vital do centro histórico alfacinha.
O passeio faz-se na semipenumbra, com focos teatrais, pela rede de galerias perpendiculares. Vão-se espiando pequenas celas escuras, que deverão ter servido de áreas de armazenamento, núcleos de água, arcos em cantaria, até ao clímax aquático: a Galerias das Nascentes, que é também chamada de "Olhos de Água". Uma galeria com uma fractura contínua de onde brota incessantemente toda a água que invade o espaço. E daqui nascia um poço, o "poço das águas santas", o tal de onde, ainda no século XIX, a população ia encher bilhas de "águas milagrosas". E de onde vêm estas águas? "Dos níveis freáticos que correm por baixo da cidade", explica o arqueólogo, "das ribeiras da Almirante Reis e Avenida da Liberdade que antigamente corriam a céu aberto".    
Além da lição de história, do feito por fim conseguido de penetrar nas galerias e dos pés e roupa mais ou menos húmidos conforme a sorte ou a falta de jeito, há que ter em conta também a experiência, seguramente inesquecível para quem não tem nada a ver com trabalhos subterrâneos por Lisboa, de descer e subir das profundezas no meio de uma rua da Baixa com, no nosso caso, o 28 a vibrar ao lado da cabeça. 
Para complementar a visita, sugere-se um salto ao vizinho Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros, em edifício do banco Millenium BCP - Rua dos Correeiros, nº 9. Dias 23 e 24 de Setembro está aberto até às 22h (desde as 10h); dia 25 das 10h às 12h e das 14h às 18h. O núcleo integra estruturas arqueológicas da cidade, descobertas durante escavações.
Galerias Romanas da Rua da Prata
Rua da Conceição (a rua do eléctrico, junto ao nº 77)

Visitas: Gratuitas. Dias 23, 24 e 25 das 10h às 18h
Informações: Divisão de Museus e Palácios da Câmara Municipal de Lisboa. Tel. 217513200. www.museudacidade.pt
Percursos temáticos: Além da visita às Galerias, de 23 a 25 de Setembro (10h - 18h, sem marcação prévia), integradas nas Jornadas Europeias do Património, este ano sob o tema "Património e Paisagem, o Museu da Cidade propõe ainda um vasto leque de percursos temáticos, incluindo "As Águas Termais de Alfama"; A "Cerca Velha" de Lisboa; "Registos de Santos em Alfama"; "Na Cidade com Rafael Bordalo Pinheiro"; Visitas guiadas ao Museu do Teatro Romano - "O Teatro na Paisagem de Olisipo". Percursos com marcação prévia (Tel.: 217513209 - 217513210) e com número limite de inscrições.





Enviado por  em 07/03/2009
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Há guerra na net para eleger igreja portuguesa como melhor recanto de Espanha


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Por Luís J. Santos
A Igreja da Madalena, na Olivença de administração espanhola, está na final de uma competição que elege os melhores e mais pitorescos recantos espanhóis. Este monumento manuelino chega a esta fase, onde todos podem votar, muito graças ao forte empenho de comunidades online portuguesas. E está a um passo de vencer a competição, quer termina dia 26.
Olivença já está habituada à disputa, velha de mais de dois séculos, sobre ser portuguesa ou espanhola. A Espanha anexou o território em 1801 mas ainda hoje Portugal não reconhece tal anexação desta cidade fronteiriça localizada na Extremadura espanhola, naturalmente repleta de história e traços da cultura lusa. Incluindo monumentos como a Igreja de Santa Maria Madalena (conhecida como Igreja da Madalena), agora no centro de uma nova guerra mas na Internet: há milhares de portugueses a tentar levar o monumento à vitória numa eleição "à 7 Maravilhas" mas dedicada a entronizar "El Mejor Rincón [recanto] de España", evento e marketing lançado pela empresa Repsol, que também edita guias turísticos.
"Este templo paroquial de princípios do século XVI, obra-prima do estilo manuelino, recorda-nos o passado português de Olivença (Badajoz), hoje uma das mais belas villas da Extremadura". É assim que é apresentada a igreja de matriz portuguesa no site onde se desenrola a competição. O monumento chegou à fase final, que disputa com outra "maravilha", mas natural, a Lagoa de la Gitana, em Castela-La Mancha.
Pela net lusa, encontram-se vários movimentos de apoio e incentivo ao voto na Madalena. Nomeadamente o Café Portugal, portal dedicado à cultura e tradições portuguesas - que mereceu até o apoio de Marcelo Rebelo de Sousa à iniciativa no seu espaço televisivo na TVI. E particularmente, tendo em conta a sua dimensão (quase 550 mil aderentes), o Descobrir Portugal, comunidade do Facebook que se redobra em incentivos ao voto ("Votar na catedral construída pelos portugueses é dar visibilidade a Olivença", sublinham). Do lado espanhol, a igreja também recolhe fortes apoios, com direito a divulgação pelo turismo e autarquia locais.
Após uma primeira ronda com dezenas de "rincones" em jogo, passados os quartos-de-final e as semifinais, a grande final Madalena x Laguna de la Gitana decorre agora até dia 26 de Setembro. Para participar na votação, basta um registo no site; depois disto, é possível votar duas vezes por dia no recanto favorito.  

"Promoção" ou "provocação"?

"Passaram-se dois séculos e Olivença continua a conservar o rosto e a doçura de quando era lusa", lê-se na ficha de "candidatura" da catedral. Mas há quem não tenha gostado nada de tal "candidatura". Do lado dos defensores da Olivença como parte de Portugal, o grupo português Amigos de Olivença, que tem entre os seus objectivos "pugnar, por meios não violentos, pela reintegração de Olivença", adiantou, em comunicado, que a escolha da igreja para tal eleição "não será certamente inocente e deverá levar todos os portugueses a questionar quais os reais motivos dos organizadores do evento". Para este grupo, não passa de uma "provocação". "Esta 'honra' assume os contornos de uma indecorosa tentativa de legitimação da ocupação do território de Olivença junto da opinião pública portuguesa", opinam.
Já a associação Além Guadiana, composta em grande parte por "oliventinos que partilham o interesse pelo estudo, a recuperação, a promoção e o prazer da cultura portuguesa em Olivença", apela ao voto na igreja e defende a eleição como uma promoção cultural e patrimonial. Até porque, sublinham na sua apresentação, têm objectivos "estritamente culturais", "à margem de qualquer fim de carácter político ou territorial" .
Na próxima semana já se saberá se uma igreja portuguesa de corpo e alma ostentará, de facto, a coroa de "melhor recanto de Espanha".

A Igreja da Madalena
Segundo o resumo patrimonial do Turismo de Olivença, é considerada uma "jóia" oliventina e do património manuelino português, data da primeira metade do séc. XVI e foi mandada construir para servir como templo do local de residência dos bispos de Ceuta. O bispado de Ceuta iniciou aqui residência em 1512, tendo sido estreada por Frei Henrique de Coimbra, confessor do rei D. Manuel e o primeiro a celebrar uma missa no Brasil. Falecido em 1532 e foi sepultado no templo (existe um túmulo de mármore no local). No exterior, destacam-se falsas ameias, pináculos, gárgulas e a porta principal, com uma portada atribuída a Nicolás de Chanterenne, artista que em Portugal, além de outras obras, criou a porta do Mosteiro dos Jerónimos ou um retábulo de mármore do Palácio da Pena. O interior divide-se por três naves com oito colunas que parecem evocar as amarras de um navio. Em grande destaque, os trabalhos em talha dourada do séc. XVIII, retábulos neoclássicos em mármore colorido e azulejaria.



Charles Landseer: - Diário gráfico de uma viagem feita a pensar na independência do Brasil



Exposição
21.09.2012 - 22:15 Por Lucinda

Que se saiba, Landseer não escreveu sobre a viagem, mas desenhou. O seu "diário" da missão que negociou os termos em que Portugal e Inglaterra reconheciam o imperador D. Pedro está agora em Cascais

A praia de Copacabana vista do Forte do Leme, praticamente sem casas, o Corcovado só com vegetação, a lagoa Rodrigo de Freitas rodeada de campos, um escravo chicoteado no tronco em praça pública, a última vista do porto do Rio de Janeiro como se alguém tivesse acabado de pegar fogo ao mar. E depois há Portugal, com os marinheiros e as sugestivas lavadeiras de Lisboa, o Convento de Mafra e o Mosteiro da Batalha, as cachoeiras de Sintra a antecipar as da Floresta da Tijuca, os camponeses da Madeira, as mulheres elegantes das ruas de Angra, e um barqueiro real chamado Francisco das Chagas. Charles Landseer registou tudo isto em 1825-1826 e guardou desenhos, aguarelas e esquissos num caderno que mais tarde lhe sairia das mãos para a biblioteca de um importante diplomata sem que o jovem artista britânico o pudesse evitar.

"Para um historiador como eu, que estudou o Brasil na política e na economia, na sociedade, descobrir estes trabalhos de Landseer foi lindo, deixou-me verdadeiramente feliz", diz Leslie Bethell, especialista em história latino-americana e comissário da exposição Charles Landseer: desenhos e aguarelas de Portugal e do Brasil, 1825-1826, que abre hoje no Centro Cultural de Cascais e que junta a fundação portuguesa D. Luís I e o Instituto Moreira Salles, brasileiro, que desde 1999 tem o álbum do britânico na sua colecção. "Se fosse um historiador de arte teria muitas teorias sobre o traço e a cor em Landseer, mas não posso ignorar que ele é por vezes muito bom. Não é como o nosso Turner, claro, mas estas imagens têm grande valor documental e chegam a ser muito sedutoras."

Bethell, 75 anos, antigo director do Centre for Brazilian Studies de Oxford, fala com entusiasmo dos mais de 170 esquissos, desenhos, óleos e aguarelas desta exposição que fica em Cascais até 27 de Janeiro e que, segundo o administrador-delegado da Fundação D. Luís I, Salvato Teles de Menezes, faz "um travelling muito curioso pela cidade de Lisboa e os arredores na primeira metade do século XIX", mostrando ao mesmo tempo um "Brasil exuberante", sem nunca esquecer as pessoas. "É como um filme com quase 200 anos."

São as pessoas, explica Bethell no seu português solto, com um sotaque brasileiro delicioso, que mais parecem atrair o jovem Landseer, à data com 25 anos e que tinha recebido formação em casa e na Academia Real de Belas-Artes de Londres. Apontando para os marinheiros lisboetas e os escravos da Baía ou do Rio, Bethell explica porquê: "Ele sabe desenhar corpos - teve aulas de traço anatómico -, está muito atento às características dos vários tipos urbanos e sabe documentá-las, seja num desenho rápido de rua, seja numa aguarela que exige mais tempo."

Quem percorre a exposição fica com a sensação de que não há muitas diferenças de objectivos entre os esboços de Landseer e as fotografias que hoje tiramos com os nossos smartphones. "Ele quer prender na memória e no papel estas pessoas que vê." Sobretudo os escravos.

Um artista em missão
A viagem de ida e volta de Landseer ao Brasil, passando por Portugal (Madeira e Açores incluídos) e pela ilha espanhola de Tenerife, é feita em contexto diplomático. O jovem passa 18 meses longe de casa fazendo mais de 300 desenhos e aguarelas (a maioria no Brasil) enquanto artista da missão de Charles Stuart, um dos mais experientes embaixadores britânicos, encarregue de negociar por parte de Portugal e da Grã-Bretanha o reconhecimento do recém-independente império do Brasil.

"A situação geopolítica era delicada", mas a Grã-Bretanha não perdia de vista os portos do Brasil e o dinheiro que poderiam render à coroa. Perante a invasão napoleónica de 1807, que levou à ida da corte portuguesa para o Brasil, em troca da renovação do acordo de protecção à dinastia dos Braganças, a Inglaterra exigira que Lisboa pusesse fim a um monopólio de três séculos sobre o comércio colonial e que abrisse os portos brasileiros a outras nações, explica o professor inglês. "Stuart veio mostrar a D. João VI que reconhecer a independência brasileira era inevitável", diz. Chegou a 25 de Março de 1825 e a 17 de Maio tinha autorização para representar Portugal nas negociações com o Brasil. O acordo em que D. João VI reconheceu o filho D. Pedro como imperador do Brasil é de 29 de Agosto."Nesta exposição vemos muitos escravos, desenhos que são documentos antropológicos. E isso tem uma explicação. Os ingleses exigiam ao imperador D. Pedro que acabasse com o tráfico de escravos, algo que só viria a acontecer 30 anos depois da missão de Stuart, e a situação em que os cativos viviam impressionou muito Landseer." É o diplomata que confisca ao artista o álbum de desenhos que o jovem tencionava usar como ponto de partida para uma série de pinturas (que se saiba fez apenas cinco, as duas sobreviventes estão também expostas) e que o Moreira Salles comprou na leiloeira Christie"s. "Imagino-o a deixar uma aguarela a meio e a dobrá-la no álbum, pensando: "Volto a isto mais tarde, num cavalete." Pouca sorte."

A actual exposição, que faz parte do programa do Ano do Brasil em Portugal, foi já mostrada, com diferenças, em São Paulo, Minas Gerais e no Rio de Janeiro, onde a presidente da Espírito Santo Cultura, Maria João Bustorff Silva, a viu em 2010, sugerindo depois a sua apresentação na Europa. Bethell, que continua a tentar levá-la ao Reino Unido, sonha agora que algum visitante reconheça nos desenhos uma pintura que tem em casa: "Seria maravilhoso. Tão maravilhoso como vir viver a minha aposentadoria para Cascais."


Cortesia: Instituto Moreira Salles


O Aqueduto das Águas LivresCortesia: Instituto Moreira Salles
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Um vaqueiro no sertão de Pernambuco Cortesia: Instituto Moreira Salles


Um escravo a ser açoitado no Rio de JaneiroCortesia: Instituto Moreira Salles
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