Discurso de Lula da Silva (excerto)

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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

José Afonso, “o rosto da utopia”, recordado por todo o país nos 25 anos da sua morte

 


Músico morreu a 23 de Fevereiro de 1987


19.02.2012 - 22:50 Por Hugo Torres

 As canções de José Afonso “mantêm toda a actualidade” nos dias de hoje
As canções de José Afonso “mantêm toda a actualidade” nos dias de hoje (DR)

Os tributos a José Afonso vão multiplicar-se esta semana, quando se assinalam 25 anos sobre a sua morte. As cantigas do mais importante músico de intervenção português vão ouvir-se em público em Coimbra, Braga, Lisboa, Barreiro, Seixal e Setúbal. Seja para recordar, recuperar histórias ou lançar debates. Barcelona também entra no roteiro.

Uma visita ao site da Associação José Afonso (AJA) permite descobrir as iniciativas preparadas para esta semana, em diferentes pontos do país. A agenda começa logo em Coimbra, onde José Afonso – ou, popularmente, “Zeca” – estudou, onde se lançou como músico e activista político, onde se transformou num símbolo dos estudantes.


O programa coimbrão “Zeca Afonso – O rosto da utopia” arranca já amanhã, segunda-feira, às 11h, na Baixa. A essa hora é inaugurada uma exposição discográfica na Praça da Comércio, com actuação do Grupo de Fados de Coimbra. No dia seguinte, às 15h30, o Teatro Paulo Quintela acolhe um debate com os jornalistas Adelino Gomes e Joaquim Vieira, que adaptou para televisão a biografia de Zeca, e o compositor Rui Pato.



Na quarta-feira, dia 22, ainda em Coimbra, a Estudantina Universitária actua no Café Santa Cruz, às 22h. No dia seguinte, às 21h30, o mesmo espaço recebe uma tertúlia sobre José Afonso. Esta última iniciativa encerra o programa no exacto dia em que se assinalam os 25 anos sobre a morte do músico.



José Afonso morreu a 23 de Fevereiro de 1987, aos 57 anos, em Setúbal, onde morava. Sofria de esclerose lateral amiotrófica, doença neurodegenerativa progressiva e fatal que o afastou dos palcos a partir de 1983. Os derradeiros concertos foram os dos coliseus de Lisboa e Porto. Galinhas do Mato, de 1985, é o seu último álbum, que teve de ser completado pelos amigos José Mário Branco, Sérgio Godinho, Helena Vieira, Fausto e Luís Represas. Em 1986, já muito debilitado, ainda apoiou a candidatura presidencial de Maria de Lourdes Pintasilgo.



A maior parte das iniciativas publicitadas pela AJA acontecem no dia 23, quinta-feira. A própria associação preparou um espectáculo de celebração da obra de José Afonso para Lisboa. Terá lugar na Academia de Santo Amaro, em Alcântara, às 21h. A apresentação estará a cargo do encenador Hélder Costa (que partilha a direcção de A Barraca com Maria do Céu Guerra) e contará com nomes de palco como Francisco Fanhais, Zeca Medeiros, Francisco Naia, Pedro Branco ou Couple Coffee.



Também em Lisboa, mas mais cedo (18h), no espaço da Cidade Universitária da Biblioteca-Museu República e Resistência, o jornalista e escritor Viriato Teles vai promover uma sessão de evocação. Recordar José Afonso é a palavra de ordem e é o mesmo que se fará em Setúbal, no La Bohème, a partir das 22h, com António Galrinho e Rui Lino a lerem 25 poemas de “Zeca”.



Ainda na quinta-feira, em Braga, o Theatro Circo abre as portas a um tributo conjunto: de José Afonso e de Adriano Correia de Oliveira, cujo desaparecimento aconteceu há 30 anos (a 16 de Outubro). Com apresentação e declamação de Camilo Silva e Maria Torcato, o Canto D’Aqui convidou vários artistas para subir ao palco nessa noite (21h30) e na próxima, para o mesmo espectáculo.



No dia 24, sexta-feira, o itinerário passa pelo Seixal e pelo Barreiro, à hora de jantar. No Seixal, Luís Pires, Pedro Branco, Vítor Sarmento actuam no restaurante O Bispo. No Barreiro, a associação “Grupo dos Amigos do Barreiro Velho” vai ao restaurante O Pial mostrar como as canções de José Afonso “mantêm toda a actualidade”, 25 (ou mais) anos depois. “Zeca Afonso sempre esteve e continua a estar com os que lutam por um mundo melhor”, lê-se no convite.



Por fim, Barcelona. A capital catalã vai acolher dois concertos no L’Auditori, a 25 de Fevereiro e a 3 de Março. O primeiro será da responsabilidade dos Drumming, grupo português de percussão com sede no Porto. O segundo é do projecto “20 canções para Zeca Afonso”, que propõe “um novo olhar sobre a música” do autor de Grândola, Vila Morena.

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