Discurso de Lula da Silva (excerto)

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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

História do Borda D'Água. que vendeu 320 mil exemplares em 2005

INDÚSTRIAS CULTURAIS

BORDA D'ÁGUA (I)

Diz o texto assinado por Marina Almeida, noDiário de Notícias de hoje, que o Borda D'Água vendeu 320 mil exemplares na edição do presente ano.O preço são "duas bicas" (€1), o público-alvo as "zonas de Coimbra, Leiria, Grande Porto e Minho [que] representam metade das vendas", a distribuição feita a partir de "um ficheiro antigo com cerca de 700 assinantes. Quando sai o almanaque informamo-los a todos. A partir desse dia começam a chover cartas com pedidos".O editor, escreve Marina Almeida, considera o Borda D'Água como uma espécie de talismã: "Fazemos um estudo mais psicológico das características que são atribuídas a cada um dos signos, a ligação com as plantas, as pedras, os metais, os dias". Composto em computador e impresso em offset, a edição de 2006 começa a ficar pronta no próximo mês.Observação: colocarei, durante esta semana, um post meu sobre o fenómeno doBorda D'Água.
BORDA D'ÁGUA - II

[continuação do post de 8 de Maio]

Borda d'Água é um almanaque popular anual que fornece elementos religiosos (festas, cultos), eclipses, fases da lua, previsões do tempo e juízo do ano, lê-se na Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura (vol. 3, p. 1619).

Almanaque quer dizer livro ou tabela com o calendário dos dias, semanas e meses do ano, festas religiosas, fases da lua e outras indicações. Até à invenção da imprensa, os almanaques possuíam o carácter de tábuas astronómicas e foram ganhando uma feição literária, instrutiva, crítica e recreativa, e mesmo como arma ao serviço da política (Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura, vol. 1, p. 1351). Segundo Marlyse Meyer (2001: 129) [a referência bibliográfica completa surge no último post sobre este tema], o almanaque (no caso de estudo um relacionado com farmácia) traduz-se em lazer e utilidade. Enquanto leitura popular, ensina adultos e crianças, num tom de brincadeira. Mas dá também uma dimensão mística do cristianismo. O lazer no almanaque é o jogo, o passatempo, a carta enigmática. Há a piada, a anedota.

seringador.jpgO primeiro Borda d'Água

O primeiro Borda d'Água que se conhece data de 1811, saido da Imprensa Régia, de Lisboa, com o longo título de Lunário, e Prognóstico Diário, que contém as prognosticações dos tempos por extenso, e as horas particulares de semear as fases da Lua, e mais Planetas, calculados para o meridiano do Porto neste ano de 1812, Bissexto. Obra utilíssima, segundo as regras Astronómicas, aos Lavradores, Pomareiros, Hortelãos, e Jardineiros, Pescadores e Caçadores, por seu autor, um astrónomo lusitano da Borda de Água. Tratava-se de um folheto com 16 páginas [imagem retirada da Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura, vol. 1, p. 1352, Editorial Verbo, Lisboa, 1963].

Já a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira (vol. 4, p. 911) revela autorias e outros Borda d'Água subsequentes. O almanaque de 1818 trazia o nome do autor: António de Sousa. Nesse mesmo ano, aparecia um Borda de Água impresso em Lisboa, figurando como seu autor Roberto da Silva Pinto. Já em 1823, editado pela Imprensa da Universidade de Coimbra, saía Um maltez da Borda de Água - Beira, e em 1824, em Lisboa, com a indicação de Necessário a todos em geral e muito particularmente a Lavradores - por Pedro Vila Nova, Amigo e Companheiro do Verdadeiro Borda de Água. Isto significa que havia clientela para comprar todas estas publicações, espalhadas pelo país.

[continua]

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