Discurso de Lula da Silva (excerto)

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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Primeira BD de Batman vendida por mais de um milhão de dólares

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Novo recorde de preços no mundo da BD

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Público - 26.02.2010 - 13:31 Por Cláudia Bancaleiro
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O Batman venceu o Superman neste combate. É a partir de hoje o super-herói de banda desenhada mais valioso. Tudo porque bateu o homem do planeta Krypton na escala das edições mais caras à venda no mercado dos comics. Nos Estados Unidos, o número 27 da edição Detective Comics (1939), onde o homem morcego aparece pela primeira vez, foi comprado por 1.075.500 dólares (796.566 euros), batendo um exemplar do “número um” do Super-Homem vendido no início da semana por 735.500 euros. Estes números podem ser impressionantes em tempo de crise económica, mas para alguns coleccionadores são o preço justo para ter a edição mais rara, mais bem preservada, e a que pode ser um investimento rentável.
Exemplar da edição vendida por 796.566 euros 
Exemplar da edição vendida por 796.566 euros (DR)
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Em Junho de 1938, era publicado o primeiro exemplar de banda desenhada com o Super-Homem. Custava 10 cêntimos de dólar, qualquer coisa como sete cêntimos agora em euros. Setenta e dois anos depois, e em perfeito estado de conservação, com uma pontuação entre coleccionadores de 8 numa escala de 10, a cópia foi comprada por um anónimo, também nos Estados Unidos, por um milhão de dólares (735.500 euros).
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Cerca de um ano depois da publicação do primeiro número com o Super-Homem, em Maio de 1939, a National Publications, depois DC Comics, apresentava Batman, o “melhor detective do mundo”, mais um super-herói para combater os “maus”. Ontem, um exemplar dessa edição bateu todos os recordes e ultrapassou, num leilão organizado pela Heritage Auction Galleries, com sede em Dalas, um valor de venda superior a um milhão de dólares.
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Quem não segue o mercado dos “comics” pode considerar estes valores surpreendentes e exorbitantes quando a economia mundial está em crise, mas para os coleccionadores, neste caso de BD, esta é a altura ideal para investir num objecto que poderá atingir valores muito superiores no futuro.
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“Não é por si uma novidade valores que cheguem a um milhão de dólares”, afirma Pedro Moura, crítico de BD. Para este seguidor de banda desenhada, os valores que os exemplares raros têm atingido na última década são o resultado uma “especulação total sobre edições limitadas” que começou na década de 80 e que se estendeu até aos dias de hoje.
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As BD estavam acessíveis em qualquer banca e passaram a ser o único produto à venda em lojas especializadas, onde não só estavam disponíveis edições recentes como de colecção ou raras. Também a forma como se começou a lançar o produto foi organizada já a pensar em edições especiais que pudessem ser encaradas como um investimento pelos compradores, que as venderiam posteriormente por valores superiores.
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“Não me surpreendo [com os valores de venda de edições raras], tendo também em conta que nos últimos cinco anos os super-heróis têm sido retratos em filmes”, suscitando “interesse nas personagens e em todo o ‘merchandising’” que rodeia o filme, bem como nos produtos do passado associados ao super-herói. Surge aqui também o coleccionismo.
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Coleccionismo passa a investimento
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Álvaro Pons, professor universitário espanhol e crítico de banda desenhada, numa análise publicada pelo “El País”, argumenta que actualmente um exemplar número um do Super-Homem “transcende a importância histórica para converter-se num mito palpável para milhares de fãs, tradicionalmente coleccionadores compulsivos que guardam os seus livros como objectos de culto”.
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Para Pons, esta realidade “tem justificado sempre o preço alto [das primeiras edições] – calculado a partir de cuidadosas e medidas escalas baseadas no estado de conservação do ‘comic’”, mas este percurso tem-se alterado e caído no exagero, na medida em que “esse coleccionismo deixou de ser uma simples consequência da paixão pelas bandas desenhadas para se converter num interesse pelos ‘comics’ como objectos”. Surge, assim, na sua opinião, “uma nova figura, um coleccionador que não está interessado na história mas no objecto, que em si mesmo é valioso”.
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Para Shirrel Rhoades, antigo editor e vice-presidente executive da Marvel Comics, os valores recordes atingidos na venda de banda desenhada explicam-se com o actual estado da economia. “Quando o mercado está em baixo, os bens coleccionáveis oferecem uma alternativa em que se pode investir e vir a ter um potencial de crescimento do retorno investido”, explicou em declarações à Reuters.
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Também Vincent Zurzolo, director-geral da ComicConnect.com, site através do qual foi feita esta semana a venda do primeiro exemplar com o Super-Homem, defende que as somas elevadas que uma BD atinge devem-se ao facto de muitos coleccionadores encararem os “comics” como um investimento atractivo em plena crise económica.
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Segundo Zorzolo, existem pessoas dispostas a pagar valores acima do um milhão de dólares por uma edição com mais de 70 anos porque se trata de “um produto que lhes é familiar, com o qual se sentem confortáveis, que pensam vir a ser um bom investimento”
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Madeira After the Catastrophe -Funchal - Aerial Views (21/02/2010)


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rubenvTV
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Aerial footage of downtown Funchal which is the most devastated area besides Monte. I will be getting some footage of the monte area which is just as horrendous as what is seen Downtown.
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At this moment (21/02/2010 - 23:25) the weather is calm... some wind, but at least it stopped raining.
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Latest official numbers leave the number of deaths at 42. 70 injured and 39 families left homeless. Between the deaths, one is of a Fireman while he tried saving another life.
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My heart goes out to all the people directly involved in this horrible tragedy. 
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Madeira: Ribeira Brava. Inundações e movimentos de vertentes - mudflows e lahars (2010-02-20)


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geografismos


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A mais grave tempestade nos últimos 100 anos no arquipélago da Madeira provocou inundações e diversos de vertentes (movimentos de massa).
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As imagens reportam a situação mais grave em Ribeira Brava, Madeira, havendo a lamentar, ao momento, mais de 40 vítimas mortais
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A velocidade, energia e massas mobilizadas são causa de inevitável destruição. A protecção civil tem de ter planos muitos especificos e adequados.
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São identificadas algumas componentes das catástrofes naturais: inundações, movimentos de vertentes do tipo mudflows (fluxos de lama) e possivelmente lahars.
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AS CHEIAS E INUNDAÇÕES:
A cheia é uma situação natural de transbordamento de água do seu leito natural, qual seja, córregos, arroios, lagos, rios, mares e oceanos provocadas geralmente por chuvas intensas e contínuas.
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Quando este transbordamento ocorre em regiões sem ocupação humana, a própria natureza pode se encarregar de absorver os excessos de água gradativamente, gerando poucos danos ao ecossistema, mas podendo gerar danos jà graves quando o transbordamento ocorre em áreas habitadas. Os danos podem ser pequenos, médios, grandes ou muito grandes, de acordo com o volume de águas que saíram do leito normal e de acordo com a densidade populacional.
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Existe uma distinção entre os termos cheia e inundação: a distinção mais simples informa que a cheia refere-se a uma ocorrência natural (normalmente não afecta diretamente a população) enquanto as inundações são decorrentes de modificações no uso do solo e podem provocar danos de grandes proporções.
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OS MUDFLOWS:
Os fluxos de lama são fluxos aquosos que diferem de outros movimentos de massa por a percentagem de materiais grosseiros ser relativamente pequena. A percentagem de materiais finos (siltes e argilas) corresponde, em geral, a mais de 50%. Podem ocorrer em quase todos os tipos de vertentes.
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São induzidos, frequentemente, por períodos de elevada pluviosidade, podendo desenvolver-se todos os termos de transição entre cheia constituída quase apenas por água da escorrência superficial e fluxos de elevada densidade em que a quantidade de matéria em suspensão é muito grande.
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Normalmente são muito fluidos e, por isso, deslocam-se através da rede de drenagem pré-existente. Podem, assim, atingir grandes distâncias, mesmo deslocando-se em vales com inclinação suave.
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São frequentemente induzidos por elevadas precipitações ou por erupções vulcânicas que provocam a fusão das neves. Os fluxos de lama vulcânica são designados por "lahar" e podem ser bastante quentes se resultam de erupções com emissão de grandes quantidades de "tephra".
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OS LAHARS:
(nota: nas imagens deste filme a existência de lahars é discutível; mas será um ponto a esclarecer)
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Embora os lahars sejam muito frequentes quando ocorrem erupções vulcânicas, podem desenvolver-se mesmo em períodos de inactividade do vulcão, em encostas cobertas por piroclástos e tornadas instáveis devido, por exemplo, a precipitações intensas. Devido à saturação em água das camadas superficiais, os sedimentos vulcânicos podem entrar em liquefacção, constituindo-se um fluido viscoso e de muito alta densidade, deslocando-se este fluxo através do percurso de menor energia potencial, pelo que o seu curso é ditado pela topografia, em geral seguindo os vales dos cursos de água.
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Os lahars iniciam-se frequentemente por grandes deslizamentos com saturação por água; erosão de depósitos vulcânicos devido a escorrência induzida por forte pluviosidade; fusão rápida de gelo e neve depositada na parte superior de uma elevação vulcânica; libertação súbita de água de glaciares ou lagos vulcânicos (devido a erupções e/ou modificações topográficas rápidas).
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Os lahars podem ter dimensões muito variadas. Por vezes são muito pequenos, tendo apenas centímetros de largura e espessura, deslocando-se a velocidades inferiores a 1m/s, como os que ocorrem em vertentes não vegetadas durante chuvas intensas. No entanto, por vezes, podem ter centenas de metros de largura e dezenas de metros de espessura, fluindo a velocidades de dezenas de metros por segundo, chegando a atingir zonas a mais de 100 km da origem.
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FONTES:
DIAS, J.M Alveirinho.Tipos de Movimentações de Massa: http://w3.ualg.pt/~jdias/GEOLAMB/GA4_...

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Chico Buarque - Roda Viva


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Chico Buarque - Roda Viva Uploader Victor Kratos
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Chico Buarque : Roda Viva Lyrics

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(Chico Buarque, 1967)

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Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira pra lá
Roda mundo (etc.)
A roda da saia, a mulata
Não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa
Viola na rua, a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola pra lá
Roda mundo (etc.)
O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade pra lá
Roda mundo (etc.)

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André Velloso - Rio de Janeiro, Brazil
alvnet@altavista.net


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http://www.metrolyrics.com/roda-viva-lyrics-chico-buarque.html
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Obra teatral de Chico Buarque

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

(...)
Roda viva
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A peça Roda viva foi escrita por Chico Buarque no final de 1967 e estreou no Rio de Janeiro, no início de 1968, sob a direção de José Celso Martinez Corrêa, com Marieta Severo, Heleno Pests e Antônio Pedro nos papéis principais. A temporada no Rio foi um sucesso, mas a obra virou um símbolo da resistência contra a ditadura durante a temporada da segunda montagem, com Marília Pêra e Rodrigo Santiago. Um grupo de cerca de 110 pessoas do Comando de Caça aos Comunistas (CCC) invadiu o Teatro Galpão, em São Paulo, em julho daquele ano, espancou artistas e depredou o cenário. No dia seguinte, Chico Buarque estava na plateia para apoiar o grupo e começava um movimento organizado em defesa de Roda viva e contra a censura nos palcos brasileiros. Chico disse no documentário Bastidores, que pode ter havido um erro, e que a peça que o comando deveria invadir acontecia em outro espaço do teatro.
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(...)
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sábado, 27 de fevereiro de 2010

Jacques Martin e Tibet




O CÉU NÃO É O LIMITE

Kid Ordinn e Alix revivem às portas do Céu a fase de ouro da bd francófona. Homenagem aos recentemente desaparecidos autores de bd da minha infância, Jacques Martin e Tibet.I 2010

Lisboa, menina e moça - Carlos do Carmo


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Lisboa Menina e Moça

Carlos do Carmo

Composição: Ary dos Santos e Paulo de Carvalho
No castelo, ponho um cotovelo
Em Alfama, descanso o olhar
E assim desfaz-se o novelo
De azul e mar
À ribeira encosto a cabeça
A almofada, na cama do Tejo
Com lençóis bordados à pressa
Na cambraia de um beijo
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Lisboa menina e moça, menina
Da luz que meus olhos vêem tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura
Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida
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No terreiro eu passo por ti
Mas da graça eu vejo-te nua
Quando um pombo te olha, sorri
És mulher da rua
E no bairro mais alto do sonho
Ponho o fado que soube inventar
Aguardente de vida e medronho
Que me faz cantar
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Lisboa menina e moça, menina
Da luz que meus olhos vêem tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura
Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida
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Lisboa no meu amor, deitada
Cidade por minhas mãos despida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida
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http://letras.terra.com.br/carlos-do-carmo/483795/
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Auschwitz concentra todas as contradições das nossas sociedades modernas

Ípsilon

Ferran Gallego

Auschwitz concentra todas as contradições das nossas sociedades modernas

Público - 10.02.2010 - José Manuel Fernandes
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Ferran Gallego, professor de História do Fascismo na Universidade de Barcelona, não acredita que possamos compreender o século XX e mesmo os dias de hoje sem entender como, no país de Bach e Kant, se exterminaram milhões de seres humanos em nome da civilização, da cultura e do "triunfo da Vontade"
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Entre o operário ferroviário de Munique que fundou o partido nazi, Anton Drexler, e o militar aristocrata, morfinómano e decadente que chegou a ser o número dois do III Reich, Hermann Goring, parece ir a distância de um mundo. Porém, no ambiente de colapso social, económico e moral da Alemanha do pós-guerra, gente imensamente diferente haveria de se juntar, pouco a pouco, para protagonizar uma experiência de transformação revolucionária de um país e da Europa com as mais trágicas consequências.
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Conversar com Ferran Gallego é tentar perceber que elementos da nossa cultura, então mas também hoje, tornaram possível uma deriva cujos fantasmas ainda não se afastaram por completo das sociedades contemporâneas.
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Nos doze retratos que traça no livro surgem-nos alguns personagens que nem sempre caiem no estereótipo do nazi bruto, animalesco, personagens diferentes, alguns deles complexos e contraditórios. Até que ponto era complexo e variado o nacional-socialismo?
Suficientemente complexo e variado para ter conseguido conquistar o apoio de dezenas de milhões de alemães normais, que não eram sádicos nem extremistas. De facto estamos demasiado habituados a olhar para os nazis como uns brutos e a reduzir o nazismo ao seu carácter monstruoso. Isso acontece porque é mais cómodo olhar para esse fenómeno dessa forma, porque assim consideramos que foi uma loucura que nada teve a ver connosco e com a história europeia. Porém o nazismo foi uma deriva patológica da mesma cultura europeia que foi capaz de conceptualizar os direitos humanos. O que hoje nos surge como completamente extravagante foi, na altura, adoptado como uma ideologia normal por milhões de pessoas, atraindo até grandes intelectuais como Martin Heidegger, cidadãos que viram no movimento um sinal de que a Vontade podia vencer a Razão.
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O discurso da vontade, a afirmação política de que somos capazes se quisermos: essa linguagem ainda hoje está presente no espaço público...
É por isso que continua a ser importante estudar o nazismo pois ele nasceu da nossa cultura. Há discursos e comportamentos que podem regressar, há pedaços da nossa cultura que fizeram o nazismo e não desapareceram, como as identidades radicais, a obsessão pelo triunfo individual, a indiferença moral. O nazismo foi possível porque se acreditou que o mundo do século XIX tinha sido destruído e se podia fazer o que quiséssemos em nome da comunidade e com a força da Vontade.
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Todos os que retrata são ateus ou agnósticos. Há alguma relação entre a ausência de religião e de ralação com Deus e o advento destas ideologias?
O nazismo não pode aceitar um Deus que afirma que os homens são todos iguais e feitos à sua imagem e semelhança. Há um espiritualismo nos nazis, mas que afirma a superioridade de uma comunidade-raça. Não foi por acaso que muitos dos grandes opositores do nazismo saíram do cristianismo protestante e, também, de entre os católicos. Para um cristão todas as vidas valem o mesmo, para um nazi as vidas não têm todas o mesmo valor, podem até não ter nenhum valor. Pior: há vidas que o nazi considera portadoras de infecções sociais e, portanto, vidas que têm de ser "extirpadas"
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Temos porém de olhar para o nazismo na sua época, compreendendo o trauma que a sociedade europeia sentiu na sequência da I Guerra Mundial. Creio que foi Dostoievsky que escreveu que se Deus morre tudo passa a ser permitido, e foi um pouco isso que aconteceu na Europa nessa altura. Teve-se a percepção de que a emergência de um enorme poder técnico permitiria ultrapassar os limites da Humanidade, e isso coincidiu com um momento em que desapareceram as baias morais. Foi uma mistura explosiva.
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Nos anos de 1930 a democracia não era popular na Europa, praticamente só o Reino Unido resistiu à vaga das ditaduras...
O nazismo era único, mas movimentos como o fascismo italiano, o franquismo espanhol, e tantos outros, foram movimentos que se afirmaram como revolucionários, que se sentiram protagonistas num momento de mudança, e que acabaram por ter algumas relações de parentesco mesmo não tendo sido idênticos. Partilhavam uma cultura anti-democrática que queria destruir a herança de 1789, o legado da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Há uma passagem nos diários de Goebbels em que ele escreve: "Hoje acabou a História que começou em 1789". Queriam destruir o sentido da política tal como se afirmara desde a Revolução Francesa, ou mesmo da Revolução Americana. Queriam acabar com a ideia de cidadãos iguais e substitui-la pela da comunidade de células que habitam num mesmo organismo, num mesmo corpo nacional.
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Drexler, o primeiro companheiro de Hitler que retrata no livro, o operário ferroviário que funda o partido, é tratado de uma forma quase compassiva. Ele declara-se ao mesmo tempo socialista e alguém que aspira a resgatar a sua comunidade. Porquê a referência a socialismo?
No centro da Europa houve uma tradição que opunha o chamado "socialismo alemão" ao "socialismo marxista", mas que entendia o socialismo como um "comunitarismo nacionalista" e não tinha raízes nos movimentos operários clássicos.
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Mas ambos esses "socialismos" detestavam a burguesia.
O nazi via na burguesia um sinal da degenerescência ideológica e cultural e por isso também a desprezava. Era um símbolo da decadência contra o qual havia que desencadear um movimento de regeneração. Os nazis declaravam-se mesmo anti-capitalistas, o que não é estranho num movimento que cresceu nos meios populares e cujos dirigentes vieram de baixo. De resto a elite alemã desprezava-os. Mas também não eram proletários, antes gente marginalizada: Hitler, o pintor que fora repudiado; Goebbels, o licenciado que tem de trabalhar no balcão de um banco. Eram também gente que a guerra e o pós-guerra tinham atirado para as margens da sociedade, mesmo quando vinham de boas famílias. Pessoas revoltadas, rejeitadas. Goebbels, por exemplo, foi obrigado a deixar a namorada porque estava desempregado e a família dela era rica não o aceitava. Muitos partilhavam por isso um enorme ressentimento contra uma sociedade que os deixava de fora.
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Considerando a variedade de histórias pessoais, e de percursos, dos doze personagens que retrata no livro, variedade que traduz alguma da complexidade do nazismo, podemos daí concluir que os alemães acabaram por ser, como alguns defendem, não apenas enganados, antes "carrascos voluntários"?
Isso é esquecer que Hitler, mesmo quando já era Chanceler, nunca venceu umas eleições como maioria absoluta. Muitos opunham-se-lhe quando chegou ao poder. E se depois também é verdade que a Alemanha não se transformou apenas numa prisão gigante onde meia dúzia de brutos mantinha o povo aterrorizado, isso só foi possível porque nos primeiros anos o nazismo teve grande sucesso económico. Nessa época, democracia, na memória das pessoas, tinha a imagem de um regime associado a desemprego, a hiperinflacção, a humilhação. Não temos números para medir a popularidade de Hitler, mas sabemos, por exemplo, que 75 por cento da acção da Gestapo decorria de denúncias, sinal de que a sociedade se auto-vigiava. A resistência foi mínima, e mesmo que a maioria não fosse entusiasta, considerava, prosaicamente, que o nazismo lhes tinha proporcionado uma vida melhor. Mais: temos testemunhos de alemães que nunca se manifestaram, que não eram nazis, e que não resistiram por terem medo da repressão mas por recearem ir contra a onda de entusiasmo que Hitler gerou. Na Alemanha dos anos 30 era possível uma pessoa desconfiar das suas próprias convicções por se sentir tão isolada...
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Para além de Göring não há mais nenhum militar entre os doze companheiros de Hitler que escolheu. Porquê? A Wehrmacht comportou-se realmente como um exército profissional imune à influência do nazismo? Os crimes foram das SS?
Foi muito doloroso fazer a escolha dessas doze figuras e é pena que não tenha podido incluir alguns militares, ou outras figuras importantes como Ribbentrop ou Hess. Uma das razões porque deixei muitos militares de fora foi porque optei por retratar um grupo de políticos que está com Hitler desde muito cedo. Os militares eram profissionais, apareceram mais tarde neste processo, e se teria sido muito interessante analisar a forma como a tradição nacionalista prussiana do exército foi pervertida pelo nacionalismo nazi, isso não cabia nesta obra. Houve alguns que se opuseram a Hitler e foram destituídos ainda antes da II Guerra começar, contudo a verdade é que as forças armadas também aceitaram como um adquirido positivo a destruição da República de Weimar. Se não podemos acusar os militares de cumplicidade directa com o Holocausto, podemos acusá-los de terem convivido com naturalidade a ditadura.
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Mesmo assim, e sem confundir a Wehrmacht com as SS, que desempenharam papéis distintos, não há dúvida que muitos militares profissionais foram responsáveis por actos e por ordens que violavam todas as leis da guerra. Isso sucedeu sobretudo a Leste, naquela que foi a verdadeira guerra de Hitler. Aí a Wehrmacht não hesitava, por exemplo, em abandonar os prisioneiros, muitas vezes a fuzilá-los - metade dos prisioneiros de guerra russos são deixados morrer. Ao mesmo tempo a Wehrmacht tolerava as acções das SS contra os judeus. A Leste travou-se uma guerra muito suja, uma guerra total como não há memória e que hoje temos muita dificuldade em compreender em todas as suas dimensões.
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E como explicar o fenómeno dos Einsatzgruppen, esses esquadrões encarregues de exterminar os judeus depois da invasão da URSS, grupos que eram integrados muitas vezes por soldados ou até polícias que um dia podiam estar a vigiar uma pacata rua de Hamburgo e, no dia seguinte, a matar um judeu com uma bala na nuca em Kiev?
É um fenómeno muito impressionante o dessas pessoas "cinzentas", muitas vezes soldados na reserva, cidadãos que tinham vivido como adultos na República de Weimar e votado nos social-democratas, e que ali actuavam às ordens das SS. Não eram delinquentes, não eram lumpen, mas fizeram-no... Assim como também encontramos entre os SS académicos, jovens cultos, alguns deles com carreiras brilhantes, mas que se tinham deixado fanatizar. Não podemos continuar a olhar para eles apenas como brutos, pois há muita investigação recente que nos mostra como, por exemplo, alguns haviam sido alunos brilhantes vindos de famílias que lhes tinham dado a melhor educação. O que se passou foi que essas pessoas como que sofreram aquilo que eu costumo designar por "mutilação moral".
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A possibilidade de pessoas cultas, educadas, poderem voltar a cair em tais extremismos, assim como a já referida permanência de elementos na nossa cultura que permitiram o nazismo, reforçam a necessidade de o estudarmos e compreendermos melhor?
Estudar o nazismo não é a mesma coisa que estudar outro período histórico qualquer. Sem compreendermos este fenómeno nunca poderemos compreender o que foi o século XX. Mais: temos de saber que foi no mesmo país em que nasceu Bach que se imaginou Auschwitz, e que enquanto matavam judeus nos campos ouviam as suas composições para piano e faziam-no em nome da cultura alemã. Auschwitz foi construído em nome da civilização e contra uma suposta barbárie. Os nazis estavam convencidos que eles é que eram os bons, os "decentes". Himmler sempre utilizou essa linguagem, pois pedia aos seus homens para aguentarem esse trabalho "tão duro" que era o do assassínio em massa e, ao mesmo tempo, não se deixarem contaminar e manterem a sua "decência".
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Auschwitz não foi um acidente, não foi apenas um excesso do nazismo, Auschwitz interroga-nos sobre o carácter da cultura e da modernidade. Auschwitz obriga-nos a pensar que temos de estar sempre conscientes de que a nossa capacidade para mudar o mundo, ou o poderio que nos dão as tecnologias, têm de ser sempre balizados por referências morais muito fortes que evitem que a técnica sem moral conduza ao utilitarismo. Em Auschwitz escondem-se, condensam-se, todas as contradições das nossas sociedades modernas. Até a ideia de progresso, pois um médico como Mengele não se via como um criminoso, mas como alguém que procurava fazer avançar a ciência, que queria perceber as raízes biológicas dos comportamentos humanos e o fazia pelo método experimental.
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Estamos suficientemente atentos ou o que ainda há pouco se passou na ex-Jugoslávia apenas nos prova que um retrocesso é sempre possível?
Em momentos de insegurança e de incerteza, em momentos de medo, podem surgir movimentos que buscam a identidade, a afirmação do grupo, da tribo, e todas as identidades radicais criam-se não em torno do que une mas do separa o grupo dos outros. Quem sou eu? Eu sou o que o outro não é. E isso faz-se num grupo que, em momentos de insegurança, oferece segurança aos seus membros. É isso que se passa, por exemplo, com muitos jovens muçulmanos que se sentem atraídos pelos grupos radicais, pelo terrorismo, pois negam o outro e procuram acolhimento nessas comunidades de iguais. Eles também recusam o mundo moderno, como os nazis recusavam. Tal como recusam os terroristas bascos, que matam em nome de um povo, de uma identidade, não de uma revolução ou da emancipação. Vivem para um nacionalismo de comunidade, para um patriotismo de espaços pequenos, de vizinhos, em que só reconhecem os que são muito próximos recusando um mundo aberto em que todos os homens são iguais.
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A Perspectiva das Coisas. A natureza-morta na Europa, séculos XVII-XX (1)

ipsilon
My ípsilon:
Sábado, 27 Fevereiro 2010
Ípsilon


A Perspectiva das Coisas. A natureza-morta na Europa, séculos XVII-XX (1)

  • Telefone: 217823700
  • Local: Fundação e Museu Calouste Gulbenkian
  • Preço: 5€ (c/descontos).
  • Horarios: De 11.02.2010 a 02.05.2010, Domingo, Terça, Quarta, Quinta, Sexta e Sábado das 10h00 as 18h00
  • Artista: Juan Sanchéz Cotán, Juan van der Hamen, Pieter Claesz, Juan Zurbarán, Rembrandt van Rijn, Antonio de Pereda, Nicolas Largilierre, Jean Siméon Chardin, Luis Meléndez, Francisco de Goya, entre outros
  • Obs: Pintura. Inaugura 11/2 às 18h30.
Público - 11.02.2010


Primeira parte de uma exposição dedicada à natureza-morta na pintura europeia. Obras-primas de autores de renome como Francisco Goya, Juan Sanchéz Cotán ou Jean Siméon Chardin. 
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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

the holocaust never happened?


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the holocaust never happened?   
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"The Big Lie" (translate to english)


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This fil was made for the purpose of trying to illustrate what happened and not to allow all the Holocaust deniers erase our past and everything that the nazis did to us!
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Auschwitz through the lens of the SS


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In December 2006, a retired U.S. Army Lieutenant Colonel and former member of the Counter Intelligence Corps (CIC) wrote to the United States Holocaust Memorial Museum archives. As one of its many tasks as a military intelligence agency, the CIC conducted investigations of Nazi perpetrators for U.S. prosecutors in the Judge Advocate General's Office after World War II. While stationed in Germany in 1946, this officer found a photograph album in an abandoned apartment in Frankfurt and took it home with him. In 2007, he donated the album to the Museum, but wanted his donation to remain anonymous.
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The album contained 116 pictures taken between May and December 1944 chronicling the life of SS officers and other officials at the Auschwitz-Birkenau concentration camp. The rare images capture SS guards and Nazi officials relaxing and enjoying time off—hunting, singing, trimming Christmas trees, and more—all while Jews were being murdered at rates as fast as anytime during the Holocaust. The album was created and owned by Karl Hoecker, an adjunct to camp Kommandant Richard Baer.
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The album complements the only other known collection of photographs taken at Auschwitz, published as the "Auschwitz Album" in 1980. Those images specifically depict the arrival of Hungarian Jews at the camp in late May 1944, and the selection process that the SS imposed on them. Some of the images contained in the new album were taken just days later. In contrast to documenting mass murder, they focus on the daily lives and recreational pursuits of Nazi officials, and no prisoner appears in any of the images.
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Remarkably, many of the album's pictures were taken when the camp's gas chambers and crematoria were operating at and above capacity as Hungarian Jews were arriving and being murdered.
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See all of the photos from the Hoeker album and the "Auschwitz album," and learn more about Auschwitz and Karl Hoecker at http://www.ushmm.org/research/collect...
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Horthy Miklós, the truth beneath the myths


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Short documentary about controversial hungarian politician Miklós Horthy de Nagybánya (Hungarian; Leader 1920 44).
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If Horthy wasn't declared, trialed and sentenced (like, say, Antonescu...), then he wasn't a villain?
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Simple fact that under his rule war crimes were committed makes him a war criminal.
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Through that is he still adored by major of hungar population. Specially by far right groups like Jobbik.
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Enviado por E.B.
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Síndroma do Canal Cárpico

Syndrome du canal carpien

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Coupe du canal carpien (vue distale du poignet droit, paume vers le haut.
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Le syndrome du canal carpien est un ensemble de signes fonctionnels et physiques lié à la souffrance du nerf médian au niveau du poignet par sa compression (par élévation de la pression au sein du canal carpien).
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Ce syndrome résulte de nombreuses maladies, conditions et accidents.
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Le sujet atteint ressent un engourdissement (hypoesthésie), une dysesthésie, une paresthésie (fourmillements) des doigts "médians", une douleur de la main irradiant au bras et un déficit moteur, avant tout, des antépulseurs de la colonne du pouce. Le tableau fonctionnel et physique n'est modifié ni par l'âge, ni par le sexe, ni par l'ethnie ou la profession et est causé par ou associé à des maladies générales ou des facteurs locaux .

Sommaire

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Anatomie du canal carpien : rapports du nerf médian [

Le canal carpien est la zone de transition entre l'avant-bras et la main. Il est situé dans le talon de la main. Il forme un défilé ostéofibreux inextensible, plus étroit à ce niveau qu'à l'avant-bras ou la main.
Cette zone représente une arche, délimitée par la deuxième rangée des os du carpe (entre l'hamulus de l'Hamatum et le trapèze) et fermée à la face ventrale par le ligament annulaire antérieur du carpe (également appelé rétinaculum des fléchisseurs).
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À l'intérieur de cette structure circulent les tendons fléchisseurs des doigts (les extrinsèques de la main : long fléchisseur du pouce et huit tendons fléchisseurs superficiels et profond des quatre doigts longs) et le nerf médian. L'artère et le nerf ulnaire (cubital) cheminent dans une loge indépendante située sur le bord interne : la loge de Guyon. Le fléchisseur radial du carpe (FRC) a sa propre loge, à l'intérieur de la concavité du trapèze.
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Lorsqu'il existe un œdème ou une atteinte inflammatoire de la gaine des muscles fléchisseurs (synovites), il en résulte une augmentation de la pression intracanalaire entraînant une compression du nerf médian, responsable du syndrome. Cette compression peut entraîner jusqu'à la lésion irréversible du nerf.

Épidémiologie 

L'incidence annuelle aux États-Unis est d'un peu plus de 400 cas pour 100 000 habitants, dont un tiers se fait opérer[1].
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Il s'agit de l'atteinte la plus répandue en France en médecine du travail parmi les troubles musculosquelettiques. La compression du nerf médian passerait à la chronicité (arrêts de travail en série...) avec handicap avéré dans 5 à 10% des cas.

Causes 

Il existe en théorie de multiples facteurs favorisants connus et décrits mais relativement rares : traumatismes répétés sur la face palmaire du poignet, anomalies osseuses saillant dans le canal, modifications hormonales chez la femme, dialyse rénale, obésité (surtout chez le patient jeune[2]) etc. 
Il semble exister également une prédisposition génétique[3].
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Ce syndrome se rencontre plus souvent chez les femmes ou à tout le moins chez les sujets à poignet mince au regard de la longueur de la main...
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Chez la femme, la cause serait peut être "de nature hormonale", c'est pour cela pour certains que ce syndrome atteindrait plus fréquemment les femmes enceintes ainsi que les femmes proches de la ménopause... Chez l'homme, la cause serait quasi exclusivement d'ordre mécanique : typiquement, on trouverait le syndrome chez l'ouvrier utilisant fréquemment un marteau piqueur...
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Les formes de syndrome du canal carpien d'origine professionnelle seraient dit-on nombreuses, à tout le moins... en France. Cette pathologie est, de fait, en France, "reconnue" par le tableau de maladie professionnelle n° 57 du régime général de la sécurité sociale...
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Article détaillé : Troubles musculosquelettiques.
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Il est de plus en plus fréquemment observé chez les personnes travaillant sur un poste informatique non ergonomique (clavier[4], souris, position du siège mal adaptés...). Dans ce cas, il suffit parfois de revoir la configuration du poste de travail pour y remédier.[5]
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D'autres causes sont plus rares : ténosynovites, compression par les muscles fléchisseurs au cours de la polyarthrite rhumatoïde, causes infectieuses, algodystrophies, dépots amyloïdes (lors de l'hémodialyse).
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Le syndrome est plus fréquent en cas de diabète, d'hypothyroïdie, de myélome ou de de sarcoïdose.
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Un nombre important de syndromes du canal carpien n'ont aucune cause clairement identifiée (idiopathiques).

Diagnostic 

Symptômes 

Les symptômes siègent sur la totalité ou sur une partie seulement du territoire anatomique du nerf médian. Ils prédominent sur la face palmaire des trois premiers doigts et sont parfois décrits par les malades comme atteignant toute la main. Le syndrome du canal carpien se présente de manière bilatérale dans plus de la moitié des cas[6].
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Le syndrome s'exprime par des picotements, des engourdissements, des fourmillements ou des décharges électriques dans les doigts. Il oblige le malade à mobiliser sa main. Le malade dit souvent que sa main lui paraît gonflée, engourdie, endormie, morte, que sa circulation semble arrêtée, qu'il se sent maladroit. Il existe une faiblesse de la pince pouce-index, une diminution de la masse musculaire (amyotrophie) de l'éminence thénar (sous le pouce), une sensation de doigts boudinés. L'apparition est habituellement progressive et la forme aigüe reste assez rare.
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Typiquement, les douleurs sont nocturnes, réveillant le malade, l'obligeant à se lever (acroparesthésies nocturnes). Elles peuvent apparaître seulement au petit matin ou se répéter plusieurs fois dans la nuit. Dans la journée, les douleurs peuvent être déclenchées par certains mouvements ou par le maintien de position lors d'activités telles que téléphoner, lire le journal, conduire, tricoter… Des activités manuelles professionnelles ou de loisirs, exceptionnelles ou habituelles, mais intenses, sont parfois à l'origine de l'apparition du syndrome.

Examen clinique

L'examen clinique retrouve parfois des troubles vasomoteurs (acrocyanose ou doigts bleus, parfois accompagnés de douleurs dans le cadre d'un syndrome de Raynaud).
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L'altération de la sensibilité de la main peut être détectée par un test de Weber.
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l'examen de l'atteinte musculaire montre qu'il peut exister une perte du « O » parfait lors de l’opposition du pouce. La perte de la force musculaire peut être attestée au dynamomètre de Jamar. C'est surtout le déficit des antépulseurs de la colonne du pouce (antépulsion contrariée, mesurable) qui est très constant.
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La percussion de la face antérieure du carpe peut provoquer des fourmillements (signe de Tinel), de même que l'hyperflexion du poignet (signe de Phalen). La compression du poignet avec un garrot peut provoquer l'apparition d'une douleur au bout de trente secondes.

Examens complémentaires  

L'électromyogramme (EMG) sert à confirmer l'atteinte du nerf médian et permettrait pour certains d'apprécier l'importance des lésions nerveuses. Il montre une augmentation de la latence motrice et diminution de la conduction nerveuse. Un EMG normal permettrait, selon certains, quant à lui d'exclure de façon presque certaine une forme sévère de syndrome du canal carpien : ont été décrites en fait des formes sévères à examen électrique "normal".
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Sauf cas très particuliers, polyarthrite rhumatoïde, hémodialyse, ou luxation antérieure du semi-lunaire, la dépense pour une radio de routine est excessive. La radiographie du poignet, selon l'incidence du canal carpien (main collée à la plaque, et avant-bras perpendiculaire), permettrait exceptionnellement d'en apprécier le mécanisme. Par contre, la comparaison de deux clichés de face montrerait volontiers du côté le plus atteint une déminéralisation (par défaut d'utilisation) dans des cas avérés..
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Une très bonne échographie du tronc nerveux pourrait être intéressante dans la grande majorité des formes communes.
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Les autres examens d'imagerie (scanner, imagerie par résonance magnétique ne sont pas faits systématiquement, et cela, même en cas, notamment, d'échec d'une intervention chirurgicale (la libération a été en règle générale insuffisante : incision "trop" haute ou "trop" basse et "pas assez" longue"), ou de formes atypiques (formes à l'effort ou compression extrinsèque).
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Le bilan biologique ne montre rien de particulier. Il faut rechercher systématiquement un diabète, association non exceptionnelle et qui favorise une extension de la compression à la partie "haute" du ligament annulaire, source de "mauvais résultat" si méconnue.

Diagnostic différentiel 

Les plus courants sont les atteintes des racines nerveuses C6-C7, le syndrome de la traversée thoracobrachiale et les neuropathies périphériques, syndrome du rond pronateur, atteinte du nerf interosseux antérieur.

Traitement 

Il ne faut pas attendre les complications pour traiter. Quand il y a perte de la sensibilité digitale ou fonte musculaire, le nerf est en général sévèrement atteint. Dans les formes légères ou modérées un traitement médical, conservateur, peut être proposé. Dans les formes plus sévères la chirurgie paraît préférable[7]. Les formes sévères surviennent le plus souvent chez les personnes âgées.
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Les récidives ne sont pas rares après traitement médical, mais sont exceptionnelles après chirurgie.
Il n'existe pas de recommandations officielles françaises ou européennes pour sa prise en charge. Le seul document de type recommandations a été publié en 1993 par l' American Academy of Neurology[8].

Traitement médical

Les injections de dérivés cortisonés dans le canal (infiltrations) peuvent être efficaces pendant quelques semaines[9].
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Dans les formes légères ou modérées, une orthèse de repos du poignet permet souvent de calmer les engourdissements[10]. Elle peut être portée seulement la nuit. Cette amélioration des symptômes est parfois de courte durée, obligeant alors à proposer la chirurgie.
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Les médicaments associant diurétiques et anti-inflammatoires n'ont pas démontré de manière franche leur efficacité. Il est de même pour des techniques alternatives : laser, ultrasons ou yoga[10].
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Dans tous les cas, il est licite d'essayer cette triade : arrêt du mouvement causal, repos (orthèse) et pharmacologie (anti-inflammatoire et diurétiques).
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Les atteintes purement mécaniques sont souvent professionnelles et peuvent entrainer un changement d'affectation ou de poste de travail. Quand cela est possible, il est conseillé de réduire les micro-traumatismes répétés, en particulier l'exposition aux vibrations.

Traitement chirurgical 

Il est basé sur la neurolyse permettant la libération du nerf médian des structures qui le compriment. La chirurgie, quelle que soit la technique à ciel ouvert, ou par endoscopie [11], donne de très bons résultats.
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Certains canaux très serrés et cela en dépit de la pression commerciale [12] (déjà passée aux USA depuis 10 ans...) ne sont pas accessibles à l'endoscopie sans risque majeur : ce sont les indications opératoires indiscutables. Il consiste en la section du ligament annulaire antérieur du carpe. La technique endoscopique améliore le résultat dans les trois premières semaines mais il n'existe pas de différence significative dans les résultats à moyen et long terme. Il existe cependant un risque de lésion du nerf médian par voie endoscopique qu'il ne faut pas négliger.
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Un repos prolongé est nécessaire avant la reprise d'un travail manuel exigeant. Une rééducation est utile (manipulation d'une balle en mousse). Les sujets opérés se plaignent parfois de quelques douleurs résiduelles, d'une légère perte de force de préhension.
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Les suites post-opératoires sont généralement bonnes : une personne sur six a, cependant, des douleurs persistantes mais à des degrés divers[13]. Il existe cependant des complications possibles : algodystrophie, infection (dans environ 1% des cas), récidive. Plus rarement, une section d’un des rameaux nerveux destinés au pouce peut survenir.

Notes et références 

  1. Gelfman R, Melton LJ, Yawn BP, Wollan PC, Amadio PC, Stevens JC, Long-term trends in carpal tunnel syndrome, Neurology, 2009;72:33-41
  2. Bland JDP, 'The relationship of obesity, age, and carpal tunnel syndrome: more complex than was thought? [archive], Muscle and Nerve, 2005;32:527-32
  3. Hakim AJ, Cherkas L, El Zayat S et Als. The genetic contribution to carpal tunnel syndrome in women: a twin study [archive], Arthritis Rheum 2002;47:275-9
  4. L'utilisation d'un clavier de type « Dvorak » permettrait d'être moins sensible à ces problèmes, comme expliqué sur cette page du clavier BÉPO [archive]
  5. Ergonomie: poignets douloureux, 'syndrome du canal carpien' Actualité - Silicon.fr [archive]
  6. Bland JDP, Rudolfer SM, Clinical surveillance of carpal tunnel syndrome in two areas of the United Kingdom, 1991-2001 [archive], J Neurol Neurosurg Psychiatry 2003;74:1674-9
  7. Jarvik JG, Comstock BA, Kliot M et als. Surgery versus non-surgical therapy for carpal tunnel syndrome: a randomised parallel-group trial [archive], Lancet, 2009;374:1074-1081
  8. Report of the Quality Standards Subcommittee of the American Academy of Neurology, Practice parameter for carpal tunnel syndrome (summary statement) [archive], Neurology, 1993;43:2406-9
  9. Marshall S, Tardif G, Ashworth N, Local corticosteroid injection for carpal tunnel syndrome [archive], Cochrane Database Syst Rev, 2007;2.CD001554
  10. a et b Piazzini DB, Aprile I, Ferrara PE, et als. A systematic review of conservative treatment of carpal tunnel syndrome [archive], Clin Rehabil, 2007;21:299-314
  11. Endoscopie d'un Canal Carpien [archive]
  12. Endoscopie d'un Canal Carpien [archive]
  13. Atroshi I, Hofer M, Larsson GU, Ornstein E, Johnsson R, Ranstam J, Open compared with 2-portal endoscopic carpal tunnel release: a 5-year follow-up of a randomized controlled trial [archive], J Hand Surg (Am), 2009;34:266-272