Discurso de Lula da Silva (excerto)

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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Porto - 53 - As estátuas da nossa Sala de Visitas


Quinta-feira, 18 de Novembro de 2010


53 - As estátuas da nossa Sala de Visitas

Sou um admirador de Estátuas e de Monumentos comemorativos. Temos bastantes espalhadas - e espalhados - pela cidade, sendo talvez o de maior grandiosidade e não só pelo tamanho, o conjunto na Rotunda da Boavista, memorizando a Guerra Peninsular e as Invasões Napoleónicas.

Da Praça da Liberdade até à Praça do Município e passando pela Avenida dos Aliados, encontramos várias estátuas merecedoras de um olhar e de uma foto. Nem sempre se consegue o melhor ângulo, pois estes espaços normalmente estão "alugados" desde bares a standes de automóveis, de barracas para festas de natal e afins, enfim, tudo que deixe dinheiro à Câmara, mesmo que desfeie a nossa Sala de Visitas. Começando de Sul para Norte, na Praça da Liberdade, está a homenagem ao Ardina. Obra de Manuel Dias de 1990. Representa o antigo vendedor de jornais, vulgo Ardina, que apregoava as manchetes dos jornais do dia. Houve alguns famosos na cidade, entre eles o Feio, que estava em Santa Catarina junto ao antigo Paladium. Refiro-me a este em particular, porque as feições da estátua, para mim e alguns amigos, é a reprodução desse homem, que julgo já ter falecido. Embora em altura, nada a condizer. No centro da mesma Praça está o monumento a D. Pedro IV - 1º do Brasil - da autoria do escultor Célestin Anatole Calmels (a estátua) e do arquitecto Joaquim Costa Lima. Foi inaugurado em 1866. Pesa 5 toneladas e tem cerca de 10 metros de altura
Representa o Rei segurando na mão direita a Carta Constituicional de 1826, vestido com a farda de Caçadores 5 e sobre ela uma espécie de sobrecasaca, seu traje habitual.
No pedestal duas cenas da vida do Rei, em baixo relevo. Do lado poente, a entrega do coração à Cidade do Porto - que está na Igreja da Lapa devidamente conservado - . Na altura da foto, este baixo relevo não deveria estar colocado, pois vê-se um pano preto. Mas lendo abaixo irão perceber porquê. Do lado nascente representa a entrega da Bandeira a Tomás de Melo Breyner, Comandante do Batalhão dos Voluntários da Rainha, após o Desembarque do Mindelo. A título de curiosidades, refira-se que esta bandeira foi bordada pelas Damas do Faial; O monumento foi pago pelos habitantes da Cidade; Tomás de Melo Breyner era familiar da escritora e poetisa Sofia de Melo Breyner Andresen, mas não encontrei nenhuma referência pessoal. Aliás a página da Wikipédia http://pt.wikipedia.org/wiki/Monumento_a_D._Pedro_IV faz uma ligação errada a um outro senhor com o mesmo nome e com certeza seu familiar.
Mais duas curiosidades: Primitivamente estes baixos relevos eram em mármore de Carrara - terão sido destruídos é o que presumo - e substituídos mais tarde por outros em bronze, que foram roubados em 2007 aquando da recuperação do monumento pela Porto com Pinta. Quando se retiraram os painéis publicitários, cá delas ? Quem as terá ? G'anda Pinta... Bom, para o caso não interessa nada. Fizeram-se novas placas partindo de fotos das anteriores, que foram colocadas em Março de 2008. Mas também fico cheio de dúvidas quanto à data, pois as duas fotos acima foram feitas em 12 Abril (com o pano preto) e 28 de Dezembro de 2007, já sem os panos.
Na base acenta um pedestal em Pedra Lioz um calcário raro existente na zona de Lisboa, principalmente na Serra de Sintra/Pêro Pinheiro. No frontal Norte, as Armas da Cidade do Porto.
No frontal sul, as armas dos Braganças.

Iniciando a subida da Avenida dos Aliados deparamos com a Juventude, mais conhecida como a Menina Nua.
Obra em mármore de Henrique Moreira de 1929 e a modelo foi a belíssima Aurélia Magalhães Monteiro (4/12/1910-2/6/1992)
No outro topo está a representação da Abundância, mais conhecida como "Os Meninos da Avenida" ou "Os Meninos Nus".
Obra igualmente de Henrique Moreira de 1931, em Bronze Dourado e taça contem Flores e Frutos.

Já na Praça do Município está o "Garrett" - na versão popular portuense - obra de Barata Feyo em bronze de Novembro de 1954. Concebida para assinalar o centenário da morte do Liberal Revolucionário, Poeta, Dramaturgo, Romancista, Jornalista, Político, Sedutor, João Baptista da Silva Leitão, mais tarde (1821, Almeida Garrett ) e feito Visconde (de Almeida Garrett) por Decreto Real de D. Pedro V de 25/6/1981. Nasceu no Porto em 4 de Fevereiro de 1779, viveu exilado na sua juventude na Ilha Terceira, nos Açores, e morreu em Lisboa em Novembro de 1854. Pelo meio exílios e funções diplomáticas e políticas na Europa e em Portugal. A ele se deve o Teatro Nacional D. Maria II, O Panteão Nacional e o Conservatório de Arte Dramática.







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