Discurso de Lula da Silva (excerto)

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domingo, 12 de setembro de 2010

Cineasta francês Claude Chabrol morreu hoje aos 80 anos

Em Paris
12.09.2010 - 14:06 Por Lusa
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O cineasta francês Claude Chabrol, faleceu hoje, em Paris, aos 80 anos. Em declarações à Lusa a actriz e realizadora Inês de Medeiros lembra um homem que “tinha um amor absoluto pela vida e pelo cinema”.
Chabrol exibindo o prémio carreira do festival de Berlim, ganho em 2009 
Chabrol exibindo o prémio carreira do festival de Berlim, ganho em 2009 (Fabrizio Bensch)


“Para mim ele representa sobretudo o amor absoluto pelo cinema. Tinha uma necessidade absoluta de filmar, de retratar uma certa sociedade”, apontou, a propósito do desaparecimento desta importante figura da Nouvelle Vague francesa, a par de realizadores como François Truffaut e Jean-Luc Godard.

Inês de Medeiros destacou a “vasta obra” deixada por Claude Chabrol e também o facto do cineasta se ter especializado em temáticas muito próprias, como a da crueldade no seio familiar, e nos meios sociais mais fechados”.

“Ele era também um bon vivant, gostava de comer bem e de beber bem. Amava tanto a vida como o cinema”, descreveu a autora do documentário “Cartas a uma ditadura” (2006).

Inês de Medeiros realçou igualmente o “trabalho extraordinário” de Claude Chabrol com algumas actrizes, dando o exemplo de Isabelle Huppert, com quem trabalhou muito no final da vida, em filmes como “La Céremonie”, onde contracena com a actriz francesa Sandrine Bonnaire.

Destacou ainda a importância do realizador nascido em Paris, a 24 de Julho de 1930, no quadro do movimento da Nouvelle Vague, “mas com um trabalho numa vertente mais romanesca”.

Sobre as influências de Chabrol no cinema português, Inês de Medeiros avaliou que “é perceptível” em realizadores como Fernando Lopes, “num certo olhar sobre a média e alta burguesia e até os segredos familiares”.

Claude Chabrol realizou, entre outros, no início da carreira, nos anos 1950, “Le Beau Serge”, “Les Cousins”, “À Double Tour”, e na última década “A Dama de Honra”, “A Comédia do Poder” e “A Rapariga cortada em dois”.

Satirista incansável

Apreciador da boa cozinha, de personagens “monstruosos” e de literatura, Chabrol simboliza “o cinema à francesa”, ao mesmo tempo psicológico e social, quase sempre com uma marca sarcástica.

“A sua vasta obra, cheia de ironia, disseca sem concessões, por vezes com crueza e ferocidade, as zonas mais obscuras e abjectas da alma humana, mas também o desespero dos seres humanos apanhados pela fatalidade e aprisionados nos jogos de poder”, disse sobre ele Véronique Cayla, presidente do Centro Nacional do Cinema, em Paris.

Em muitos dos seus filmes, fez incursões pela província, usando uma crueza irónica para descrever os escândalos e segredos de família, denunciando a hipocrisia destinada a preservar a respeitabilidade de fachada.

Para o ministro da cultura francês, Frédéric Mitterrand, Chabrol era “um analista subtil e feroz”, dotado de um “olhar ao mesmo tempo malicioso e fulminante”. “Era um inconformista por excelência, um mestre da ironia”, disse.

Um seu predecessor no governo francês, Jack Lang, descreveu-o assim: “Ninguém melhor do que ele soube encenar a hipocrisia de uma certa burguesia”.

Apesar de os filmes de Claude Chabrol terem conhecido um grande sucesso entre o público, não foi muito recompensado ao longo da carreira, excepto por um Urso de Ouro atribuído em Berlim em 1959 pelo filme “Les Cousins”, o prémio Jean Vigo, e o Grande Prémio do Festival de Locarno, por “Le Beau Serge” (1957).

Esta última película foi a primeira que assinou e a que teve alguma importância para o surgimento da Nouvelle Vague.

Notícia actualizada às 19h01
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MarianA , Lisboa. 12.09.2010 21:39

Após leitura da notícia, nomeadamente

do subtítulo e dos seis primeiros parágrafos, fico sem saber quem querem homenagear, mas parto do principio que seja Claude Chabrol, o grande Senhor da Nouvelle Vague. Pela sua obra passam retratos cáusticos e politicamente incorrectos da pequena burguesia, ainda que salpicados de ironia e humor, com todos os seus vícios, escândalos e ódios escondidos sob uma capa de aparências artificiais e enganadoras que é preciso manter a todo o custo, para vaidade e respeitabilidade dos protagonistas. Grande cineasta, grandes filmes, grandes interpretações. Recebeu, ainda, imperdoavelmente omitidos, em 2005, o prémio René-Clair da Acedemia Francesa pelo conjunto da sua obra cinematográfica, em 2009 a Cãmara de Ouro da 59ª Berlinale e em 2010 o Grand Prix da SACD (Societé des Auteurs et Compositeurs Dramatiques).
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Óbito

Manoel de Oliveira destaca originalidade de Chabrol

12.09.2010 - 16:51 Por Lusa
O cineasta Manoel de Oliveira lamentou hoje a morte do realizador francês Claude Chabrol, aos 80 anos, em Paris, sublinhando que “a verdadeira originalidade está na personalidade de cada artista”.
Em declarações à Agência Lusa, Manoel de Oliveira, que chegou a conhecer pessoalmente Chabrol, definiu-o como “um grande realizador”.

Figura destacada do movimento da Nouvelle Vague, na década de 1950, em França, Claude Chabrol realizou, entre outros, no início da carreira, “Le Beau Serge”, “Les Cousins”, “À Double Tour”, e, mais recentemente, “A Comédia do Poder” e “A Rapariga cortada em dois”.

Sobre o trabalho desenvolvido dentro deste movimento de realizadores franceses, Manoel de Oliveira comentou que “tudo no cinema é novo”, e deu o exemplo do que aconteceu também em Itália e noutros países europeus.

“São designações que não submetem os realizadores”, considerou o decano do cinema português, que passou recentemente pelo Festival de Cinema de Veneza para apresentar a curta-metragem “Painéis de São Vicente de Fora, visão poética” (2009), sobre pintura portuguesa antiga.

“Os realizadores acabam por se afirmar, como Chabrol, como independentes. Já não pertencem à Nouvelle Vague ou a outra coisa qualquer. Pertencem a eles próprios”, resumiu o cineasta de 101 anos.

Para Manoel de Oliveira, “a verdadeira originalidade está na personalidade de cada artista, realizador ou escritor”, reiterou
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Cultura

Vermelho - 12 de Setembro de 2010 - 15h32


Cinesta francês Claude Chabrol morre aos 80 anos

O cineasta francês Claude Chabrol morreu nesse domingo (12) aos 80 anos, segundo fontes da Prefeitura de Paris citadas pela emissora France Info.

Chabrol, considerado um dos principais nomes da cinematografia francesa, nasceu em 24 de junho de 1930, e foi, além de diretor, produtor e crítico da prestigiada publicação "Cahiers du cinéma", ao lado de François Truffaut e Jacques Rivette - que, a exemplo dele, também se tornariam importantes diretores.

Em 1958 começou a trabalhar como chefe de imprensa da 20th Century Fox na França e paralelamente escreveu roteiros, rodou curta-metragens, e de forma ocasional interveio como ator em alguns filmes.

Graças a uma herança recebida por sua mulher, Agnes Goute, pode realizar seu primeiro filme, Le beau Serge, que estreou em 1959 e com que obteve o Urso de Ouro no Festival de Cinema de Berlim. Assim começou o movimento conhecido como "Nouvelle Vague", que revolucionou a história da sétima arte a partir da França e cujos 50 anos foram comemorados ano passado.

Entre os filmes de Chabrol estão alguns dos mais destacados do cinema francês, como Violette Nozière, La Cérémonie e Merci pour le chocolat. Em 2009 dirigiu Bellamy e suas últimas obras foram dois capítulos de Au siècle de Maupassant: Contes et nouvelles du XIXème siècle.

Fonte: Opera Mundi
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  • Todos Choramos a Morte de Claude Chabrol!

    12/09/2010 16h22

    Todos que gostam do bom cinema, lamentam a morte de Claude Chabrol, o cineasa das mulheres (e de temas corajosos como o aborto, etc.) e da crítica sagaz ao habiual conformismo da burguesia francesa. Chabrol e foi mas fica para a História e sua longa, densa e impotante filmogrfia. Parabéns ao Vermelho pela lembrança deste grande artista do Século XX.
    Diorge Alceno Konrad
    Santa Maria - RS
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