Discurso de Lula da Silva (excerto)

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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

1991: Proibido o Partido Comunista da URSS

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No dia 29 de agosto de 1991, o Soviete Supremo proibiu as atividades do Partido Comunista em toda a União Soviética. Iniciou-se uma luta pelo poder, trazendo mudanças de lideranças através de eleições livres.

 

"O que é o poder soviético? Pela primeira vez no mundo, o poder soviético está organizado entre nós, na Rússia, de tal forma que somente os operários, somente os camponeses trabalhadores – com a exclusão dos exploradores – podem formar organizações de massa: os sovietes. E a esses sovietes é dado todo o poder soviético. Esta é a razão pela qual a palavra 'soviete' é agora não apenas entendida, mas também popular e prezada em todo o mundo pelos operários, por todos os trabalhadores. E é a razão que torna o poder soviético inevitável, inexorável e que fará com que ele vença em todo o mundo, num futuro não muito longínquo…"
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Foi assim que o líder e primeiro chefe do PCUS (Partido Comunista da União Soviética), Vladimir Ilitch Ulianov – apelidado Lenin –, descreveu na primavera de 1921 o sistema social da União Soviética, fundada três anos antes. No entender de Lenin, os sovietes – ou seja, conselhos – eram idênticos ao Partido Comunista da União Soviética.
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O PCUS surgiu em 1903, a partir da ala majoritária bolchevique do Partido Operário Social Democrata Russo, que era liderada por Lenin. Quando os bolcheviques se impuseram, no ano revolucionário de 1917, eles deram à sua organização bem estruturada e disciplinada o nome de Partido Comunista Geral Russo.
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"Acerto de contas" de Stalin
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Depois da Segunda Guerra Mundial e um ano antes da morte de Stalin, ele se tornou definitivamente o Partido Comunista da União Soviética. Após a morte de Lenin em 1924, seu sucessor Stalin, obcecado pela mania de perseguição, fez um acerto de contas com os companheiros mais próximos do primeiro líder soviético, como Trotski e Sinoviev.
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Stalin fez um grande expurgo no próprio partido, que custou dezenas de milhares de vidas e significou banimento e pena de trabalhos forçados para centenas de milhares. Mas a vitória na Segunda Guerra Mundial trouxe ao partido de Stalin um aumento maciço do número de filiados.
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Os sucessores de Stalin foram Nikita Krutchov e, a partir de 1964, Leonid Brejnev. Após a morte do secretário-geral Brejnev, em novembro de 1982, o comando do PCUS foi assumido inicialmente por Yuri Andropov, então chefe do serviço secreto soviético, que faleceu depois de 15 meses no poder.
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Como novo chefe do Kremlin foi escolhido então o ex-chefe de gabinete de Brejnev, Konstantin Tchernenko, mas também essa era durou pouco, terminando com sua morte em março de 1985. O sucessor escolhido foi, desta vez, o membro mais jovem do politburo do PCUS, Mikhail Gorbatchov.
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Temor por privilégios ameaçados
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Na época da fundação por Lenin, o PCUS contava com cerca de 470 mil integrantes. Durante a era de Gorbatchov, o número total de filiados aumentou para cerca de 20 milhões. Mas também o iniciador da perestroika e da glasnost tinha a ilusão de que seria possível criar um Estado democrático com o Partido Comunista. E assim ocorreu o inevitável: os beneficiários do antigo sistema stalinista rebelaram-se ao ver ameaçados os seus privilégios.
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Gorbatchov entendeu tarde demais o que o seu sucessor Boris Ieltsin já havia compreendido há muito: que a revolução sem êxito dos altos escalões tinha sido seguida por uma revolução bem sucedida nas bases. Esta manifestava-se pela ira em relação ao partido, cujo domínio durante sete décadas fora marcado por opressão, embuste, falsidade democrática e incompetência econômica. Foi o presidente russo Boris Ieltsin quem dissolveu e proibiu o PCUS, no dia 29 de agosto de 1991, poucos dias depois do fracassado golpe de Estado contra Gorbatchov.
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Os cerca de 75 anos de existência do PCUS podem ser resumidos em cinco personalidades históricas: Lenin, Stalin, Krutchov, Brejnev e Gorbatchov. E foi o próprio Krutchov a constatar – durante o legendário 20º Congresso do PCUS, em 1956, quando se fez a desmitificação de Stalin – serem o comunismo e a democracia sistemas políticos que se excluem reciprocamente.
 
Ewald Rose (am) 
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