Discurso de Lula da Silva (excerto)

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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

1959: Fabricado o primeiro Mini

Calendário Histórico

 

No dia 18 de agosto de 1959, a montadora britânica Austin & Morris apresentou à opinião pública um novo modelo de carro, que surpreendeu pelo pequeno tamanho: o Mini, projetado por Alec Issigonis. Hoje, trata-se de um clássico na Europa.

 

Na efervescência dos anos 60, toda uma geração oscilava entre pettycoat e a revolução sexual. Um carro virou símbolo da juventude nessa época: o Austin Seven, mais conhecido como Mini. Em 18 de agosto de 1959, a primeira unidade do veículo deixou a linha de montagem da fábrica inglesa em Longbridge.
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O jornalista especializado alemão Dieter Günther lembra que o Mini deve grande parte de sua popularidade a uma série de inovações que introduziu no mercado automobilístico em 1959. Os modelos anteriores de carros compactos eram fortemente influenciados pelo Fusca, com motor traseiro. O Mini, porém, tinha apenas três metros de comprimento, motor transversal na frente e tração dianteira.
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Essa tecnologia até então relativamente incomum dispensava um túnel de transmissão mais volumoso (hoje, praticamente todos os carros pequenos utilizam esse sistema). E o slogan "maior por dentro do que por fora" era muito esperto.
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Esboço num guardanapo 
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O Mini nasceu da necessidade do Reino Unido de economizar combustível durante a crise do Canal de Suez, no final da década de 50. Em função disso, havia uma demanda por carros econômicos.
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Os diretores da British Motor Company – mais tarde absorvida pelo grupo Austin – reuniram-se num jantar com o chefe dos seus projetistas. Alec Issigonis (1906–1988), nascido na Grécia, fez os primeiros esboços do minicarro num guardanapo. O modelo virou cult, transformando o "homem da rua" num "homem ao volante", como dizia a publicidade. E seu idealizador ganhou o título de Sir.
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Segundo Dieter Günther, os carros compactos, na época, não tinham classe. "Já o Mini era chique, tinha classe, agradava tanto à esposa de um banqueiro quanto ao operário; ele proporcionava um verdadeiro prazer de dirigir."
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Já no primeiro ano de produção, foram vendidas cerca de 20 mil unidades do novo modelo. Custando menos de 500 libras esterlinas, era um carro acessível a todas as classes sociais. Com um motor de 34,5 cv, desenvolvia velocidades de até 115 km/h. Mas o Mini foi bem mais do que uma versão inglesa do Fusca.
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Graças a um certo John Cooper, que lançou o Mini Cooper, o carro ficou famoso por vencer ralis nos anos 60. Venceu quase todos o prêmios de automobilismo da época. Os destaques, porém, foram as três vitórias no rali de Monte Carlo, em meados da década de 60.
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Cooper reequipou o veículo, lançando em 1961 uma versão esportiva de 55 cv e velocidade máxima de 145 km/h. O modelo clássico era vermelho, com teto branco e duas listras de rali no capô. O Mini Cooper tornou-se um sucesso de vendas.
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Cobiçado por todos

Segundo Dieter Günther, "de repente, passou a ser chique dirigir um Mini. Firmas especializadas passaram a criar acessórios especiais, como vidros elétricos, parabrisas fumê ou painéis de instrumentos em madeira. Esses modelos custavam tanto quanto um Bentley ou um Rolls-Royce.Mas existiam clientes ilustres dispostos a comprá-los", como a atriz Diana Rigg e o Beatle Ringo Starr. A costureira inglesa Mary Quandt até teria se inspirado no Mini para criar a famosa minissaia, igualmente curta, chique e predestinada a virar clássica.
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O Mini clássico foi fabricado, continuamente, durante 41 anos e influenciou profundamente os modelos de carros pequenos projetados depois. O último Mini "tradicional", fabricado pela MG Rover, saiu da linha de montagem em 4 de outubro de 2000 e levou o número 5.387.862. Ele está exposto no Heritage Motor Museum em Gaydon, Warwickshire, ao lado do primeiro Mini Minor, produzido em 1959.
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O minicarro criado por Alec Issigonis evoluiu a ponto de as versões modernas ultrapassarem os 160 km/h e perfazerem mais de 18 km por litro de combustível. A marca Mini sobreviveu a várias transferências de donos (BMC, Austin, Morris e British Leyland, Rover). Sua produção só foi suspensa depois que a BMW assumiu a fábrica inglesa da Rover, em 1994. Pouco tempo depois, a BMW desfez-se da deficitária Rover, mas manteve as duas marcas de sucesso da empresa britânica: Mini e Land Rover.
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No Salão do Automóvel de Paris, no ano 2000, a BMW apresentou então o novo Mini, que começou a ser produzido no outono europeu de 2001 e logo se tornou um enorme sucesso de vendas. 
 
Catrin Möderler (gh) 
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