Discurso de Lula da Silva (excerto)

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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

1944: Paris é libertada da ocupação alemã

Calendário Histórico

Em 25 de agosto de 1944, tropas francesas e americanas libertaram Paris da ocupação alemã. Pelo rádio, da Inglaterra, o general Charles de Gaulle conclamou seus compatriotas a apoiarem os Aliados.


Desde 1940, a capital francesa estava ocupada pelos alemães. Tardaria até meados de agosto de 1944, até que as tropas aliadas conseguissem avançar em direção a Paris.
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Já nos dias que antecederam à libertação da cidade, ocorreram greves da polícia, dos correios e do metrô parisiense, o rádio suspendeu suas transmissões e, no dia 19 de agosto de 1944, o Comitê da Libertação de Paris conclamou a população a rebelar-se.
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Ministérios, redações de jornais e partes da administração municipal foram ocupados. Os grupos da Resistência parisiense passaram a lutar em combates de rua, atrás de barricadas construídas às pressas.
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Seu líder era o comunista convicto Henri Tanguy, conhecido como coronel Rol. Ele e seus correligionários queriam aproveitar uma rebelião geral em Paris, a fim de assumir o poder político antes que as forças francesas de Charles de Gaulle e as tropas aliadas chegassem para libertar a cidade.
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Desobediência a Hitler
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O comandante alemão da região metropolitana de Paris era o general Von Choltitz, desde 7 de agosto de 1944. Do ditador alemão Adolf Hitler, Von Choltitz recebera carta branca para defender a cidade com todos os recursos e para destruí-la inteiramente, antes de uma retirada. O general, no entanto, contrariou as ordens cada vez mais insistentes de Hitler para a destruição de Paris.
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Ele solicitou ao cônsul-geral da Suécia em Paris, Raoul Nordling, que cruzasse o front e entrasse em contato com os Aliados, a fim de apressá-los e acelerar assim a capitulação nazista.
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Atendendo a uma sugestão de Raoul Nordling, o general Von Choltitz buscou contato com a Resistência em 19 de agosto. Porém, Raoul Nordling sofreu um ataque cardíaco pouco antes da sua partida. A carta de livre trânsito tinha sido emitida com o nome abreviado de R. Nordling. O irmão do cônsul-geral sueco, Rolf Nordling, assumiu assim a missão de alto risco.
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O general Leclerc juntara-se a Charles de Gaulle e comandava então a 2ª divisão blindada francesa, que avançou rapidamente para Paris, a partir de 23 de agosto de 1944. Já no dia seguinte, companhias aliadas estavam nos subúrbios ocidentais da capital. Na tarde de 25 de agosto, o general Leclerc e o coronel Rol receberam a capitulação do general Von Choltitz, na chefatura de polícia da capital francesa.
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De Gaulle também chegou a Paris em 25 de agosto de 1944 e discursou à noite diante da prefeitura. Ele lembrou o sofrimento de uma Paris martirizada pela ocupação e preconizou, ao mesmo tempo, o futuro de liberdade e de autodeterminação da cidade.
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Restauração da República

No dia seguinte, 26 de agosto de 1944, De Gaulle participou da parada triunfal da 2ª divisão blindada francesa, sob o comando do general Leclerc. Partindo do Arco do Triunfo, ele desceu a Avenida Champs Elysées, prosseguindo até a Catedral de Notre Dame. Os parisienses saudaram o libertador com grande entusiasmo.
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O passeio pela cidade encerrava grande risco para o general, pois muitos franco-atiradores ainda disparavam dos seus esconderijos. Mas De Gaulle recusou-se a interromper a sua caminhada e marchou orgulhosamente pelas ruas parisienses.
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Na catedral, continuou a ser celebrado o Te Deum, apesar de tiros disparados até mesmo dentro do templo gótico. Nunca se soube quem ordenou os disparos. Dois franco-atiradores foram presos em outras partes da cidade, mas não puderam ser interrogados, pois foram linchados imediatamente pela população furiosa.
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Há quem atribua os tiros aos comunistas. Eles procurariam, desta forma, impedir que De Gaulle subisse ao poder. Essa hipótese, no entanto, jamais pôde ser provada. A parada da 2ª divisão blindada na cidade recém-liberada tinha como objetivo ressaltar o papel do movimento França Livre e reforçar a posição do general De Gaulle como líder do novo governo francês.
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Com isso, ele queria rechaçar as ambições comunistas de poder na França. Especialmente o fato de que o líder comunista da Resistência, coronel Rol, tenha sido um dos signatários da capitulação alemã, ao lado do general Leclerc, deixou o general tremendamente indignado.
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De Gaulle forçou resolutamente a constituição de um governo francês, impedindo assim que a França se tornasse uma zona de ocupação das potências aliadas. No dia 9 de setembro, tomou posse um governo de unidade nacional, sob a presidência de Charles de Gaulle. Com isso, ele cumpriu a missão a que se propusera: libertar o país, restabelecer a República e organizar eleições livres e democráticas na França.
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Em Berlim, Hitler procurava saber, em vão, do seu general Jodl: "Paris está em chamas?"
Michael Stegemann (am) 
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