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sábado, 22 de maio de 2010

Grandes obras de Matisse e Picasso roubadas num museu de Paris

Por Ana Dias Cordeiro
Quadros de Modigliani, Braque e Léger estavam também entre as obras desaparecidas do MAMP. Valor do conjunto será de 100 milhões

É um dos mais importantes museus da capital francesa, junto ao Sena, na zona turística da Torre Eiffel, e foi alvo de um dos mais valiosos roubos de obras de arte dos últimos anos na noite de quarta para quinta-feira. Cinco obras de grandes nomes, entre as quais um Picasso cubista, Le Pigeon aux Petits Pois, e uma obra-chave de Matisse, La Pastorale, que será a perda mais significativa do Museu de Arte Moderna de Paris (MAMP).

Tal como La Femme à l"Éventail de Modigliani, também desaparecida, estão "ao nível de obras-primas", disse ao PÚBLICO o francês Jean-François Chougnet, historiador de arte e director do Museu Berardo, em Lisboa, que faz trocas de obras com o MAMP.

Estas três pinturas fazem parte da doação feita em 1953 pelo médico e coleccionador Maurice Girardin, uma doação estruturante para o museu, que com ela se tornou numa das grandes colecções de Paris. As restantes duas obras desaparecidas são Nature Morte aux Chandeliers, de Fernand Léger, adquirida pela Câmara de Paris, e L"Olivier près de l"Estaque, de George Braque, que chegou ao MAMP como parte de uma outra doação.

O conjunto começou, na manhã de ontem, por ser avaliado em 500 milhões de euros pelo Ministério Público francês, mas, a meio da tarde, o jornal Le Monde avançava outra estimativa, muito inferior e que terá sido feita pelo museu: 100 milhões de euros, o mesmo valor avançado pelo pelouro da Cultura da Câmara de Paris como avaliação fidedigna.

O MAMP alberga a segunda colecção de arte moderna mais importante da capital francesa, depois do Centro Pompidou. Tem "o núcleo mais significativo do fauvismo", explica Jean-François Chougnet, e, por isso, "a perda mais importante" foi La Pastorale de Matisse. "A obra pertence a um período-chave de Matisse, uma fase de experimentação, quando o artista saía do fauvismo e antes de fazer Luxe, Calme et Volupté." Esta pintura de 1904, inspirada num poema de Baudelaire, marcou a entrada na segunda fase da carreira do pintor francês.

A tela La Femme à l"Éventail, de Modigliani, tinha também um valor particular, como todas as obras de pintor italiano, que morreu com apenas 36 anos, em 1920. A obra agora roubada data de 1919.

Vidro partido

O roubo foi notado cerca das sete horas da manhã, hora de Paris, quando os primeiros funcionários entraram no museu. As imagens gravadas pelas câmaras de vigilância do edifício mostram uma pessoa a entrar no edifício por uma das janelas, lê-se na notícia publicada no site do museu. Responsáveis da instituição constataram que o vidro da janela estava partido e um cadeado arrombado, escreve a AFP. Um filme que circulou na Internet mostra investigadores da polícia no terraço, reforçando a tese de entrada pela janela.

Ainda ao encontro dessa versão, o jornal Le Parisien acrescenta, com base numa fonte interna do museu, que o alarme do MAMP não funcionava há mais de dois meses. "A hierarquia foi alertada e deve ter avisado a câmara", disse a fonte. Já no ano passado, um relatório da inspecção da cidade de Paris alertou a câmara não para a fragilidade da segurança, mas para a fragilidade estrutural do edifício onde o museu está instalado, o Palais de Tokyo, construído em tempo reduzido para a Exposição Universal de 1938.

O MAMP ocupa apenas uma das alas do Palais de Tokyo, com obras ainda de Bonnard, Chirico, Giacometti, Robert e Sonia Delaunay. A outra ala alberga o Museu de Arte Contemporânea.
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