Discurso de Lula da Silva (excerto)

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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Gangs dominam a Sul do Tejo e no Grande Porto

Crime nas cidades: Margem Sul
Manuel Moreira
O Bairro da Jamaica é conhecido pelo tráfico de droga e pelos confrontos
São os jovens delinquentes e as comunidades imigrantes quem mais preocupa as polícias que investigam os crimes e patrulham a Costa de Caparica, Monte de Caparica, Charneca, Trafaria, Almada, Corroios, Seixal, Barreiro ou Moita, na Margem Sul. A par de Setúbal, são estas zonas, situadas entre o rio Tejo e o rio Sado, que mais contribuem para que o distrito seja o terceiro do País, logo depois de Lisboa e do Porto, com um maior índice de criminalidade, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna.
  • 0h30 - Correio da Manhã - 2010.05.26
Por: Helder Almeida

Fontes policiais adiantam ao CM que as comunidades de imigrantes, muitos em situação ilegal, que cresceram sem controlo e enquadramento social na Margem Sul, são, de facto, "um problema grave pelo número de situações de crime violento em que surgem envolvidas". 
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A Costa de Caparica é um dos locais que a polícia tem sob vigilância apertada. "Pelas condições naturais da Costa instalou-se lá uma grande comunidade imigrante, nomeadamente de cidadãos brasileiros, e que de facto está relacionada com muitos dos crimes graves praticados em toda a Margem Sul", dizem as mesmas fontes policiais. 
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Sandro Bala – que está foragido no Brasil – é um exemplo. Recrutava compatriotas no país natal, com conhecimentos de jiu--jitsu, utilizando-os depois em extorsões a discotecas, bares e restaurantes. Dominou o crime organizado na Margem Sul e estendeu-se a Lisboa – o Budha Bar e a discoteca W, na capital, foram visitados e destruídos pelo grupo, que pretendia impor serviços de segurança. 
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Em 2008, o alarme social disparou, provocado por vários jovens imigrantes que na internet se assumiam como representantes em Portugal do Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa brasileira responsável por vários motins nas cadeias brasileiras.

.Mas o comandante da PSP de Setúbal, Bastos Leitão, chama a atenção para o facto de já acontecer "em muitos assaltos, portugueses falarem com sotaque brasileiro para despistarem a polícia". Por outro lado, os roubos com faca na rua, cometidos por grupos de jovens entre os 12 e os 16, segundo a PSP, são a nova tendência desde o final do ano passado, depois dos assaltos a estabelecimentos. "O Vale da Amoreira é uma zona muito fustigada por este tipo de criminalidade grupal", refere Bastos Leitão. "Já em Almada, actuam de forma mais isolada".
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DISCURSO DIRECTO
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"ROUBO COM ARMA DE FOGO": Calado de Oliveira, coordenador da PJ de Setúbal 
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Correio da Manhã – Qual é o crime mais investigado pela PJ na área entre o Tejo e o Sado?
Calado de Oliveira – Em toda a área Sul o crime mais investigado é o de roubo com arma de fogo. Já em 2008 e 2009 tinha sido. Têm algum significado os roubos na via pública e a estabelecimentos comerciais, como postos de combustível e pequenos estabelecimentos comerciais.
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– E este ano, há alguma alteração no tipo de criminalidade?
– Mantêm-se as tendências, apesar de haver um ligeiro decréscimo deste tipo de crimes no primeiro trimestre deste ano.
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– E quanto à criminalidade organizada?
– Os nossos indicadores não apontam para uma organização. Existe uma actividade grupal, com grupos que evoluem diariamente mas que não revelam consistência.
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– Qual o perfil do criminoso?
– Muito jovem, com idade entre os 16 e os 25, com pouca instrução e poucos hábitos de trabalho
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"ASSIM QUE CAI A NOITE COMEÇAM OS PROBLEMAS"
O final do ano de 2009 e o início de 2010 foi "a altura mais complicada de assaltos" na Costa de Caparica, segundo o presidente da junta de freguesia, António Neves. Os problemas são muitos: "pouco efectivo da GNR, miséria e toxicodependência", aponta o autarca.
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Os concessionários dos bares da Costa de Caparica, situados junto à praia, foram dos primeiros a sentir na pele os efeitos da criminalidade na zona. Quase todos foram já notícia por terem sido alvo de assaltos, com elevados prejuízos.
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É o caso do Delícias do Mar, que já foi roubado duas vezes. "Das duas vezes partiram os vidros para entrar. Assim que cai a noite começamos a olhar para as pessoas com outros olhos. Começam os nossos problemas", conta Cristina Lourenço, 38 anos, filha do gerente.
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Um pouco mais à frente fica o Espaço 20, que já foi visitado pelos assaltantes em quatro ocasiões. E o método é sempre o mesmo. "Partem os vidros da parte de trás e aproveitam a protecção da duna artificial que está demasiado alta e esconde o bar da estrada", refere, quase conformada, Manuela Cardoso, 44 anos, gerente.
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O presidente da junta da Costa de Caparica diz que agora "tudo tem estado mais calmo", até porque, apesar do efectivo pequeno, "tem havido boa acção policial".
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SAIBA MAIS
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GNR DE SETÚBAL
O comandante de Setúbal, coronel Porteira de Almeida, garante que este ano "há uma ligeira descida da criminalidade em geral", apesar de ser ainda um "distrito complicado".
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12
Número de elementos que pertencem às Equipas de Prevenção e Reacção Imediata da PSP e que patrulham todo o distrito de Setúbal em motos de alta cilindrada.
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3500
Estimativa do presidente da junta da Costa de Caparica sobre o número de imigrantes brasileiros legais na freguesia.
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BOMBAS DE GASOLINA
Setúbal foi o distrito do País que mais assaltos a postos de abastecimento de combustível registou em 2009, com 70 participações à GNR e PSP, seguido do Porto e Braga. 
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ÁREAS SENSÍVEIS
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BAIRRO DA JAMAICA
Situado no Fogueteiro, o Bairro da Jamaica é uma das zonas mais degradadas e que alberga muitas pessoas oriundas, essencialmente, das antigas colónias. 
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QUINTA DA PRINCESA
Igualmente constituída por pessoas vindas das ex-colónias, a Quinta da Princesa é rival do Bairro da Jamaica no tráfico de droga. Os confrontos com violência são frequentes. 
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VALE DA AMOREIRA
É uma zona situada na Baixa da Banheira e que preocupa a PSP principalmente por estar associada ao crime violento praticado por gangs formados por jovens. 
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BAIRRO DO PICA-PAU
Situado no Monte de Caparica, é sobretudo conhecido por ser o ponto de origem de vários gangs juvenis que praticam assaltos no Metro Sul do Tejo e nos autocarros. 
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QUINTA DO CONDE
É uma vasta área, no concelho de Sesimbra, marcada pelo desordenamento do território e degradação, pela imigração ilegal e pelo tráfico de droga. 
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http://www.vacances-location.net/aluguer-ferias/maps/detailed/portugal/lisboa/peninsula-de-setubal.png 
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Grande Lisboa e Península de Setúbal
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Crimes nas cidades: V. N. de Gaia e Matosinhos
Diogo Pinto

Criminalidade sem abrandar

Nos concelhos de Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Maia e Gondomar, a criminalidade violenta e grave passa pelo furto de veículos usados depois em assaltos a espaços comerciais, estações de serviço, bancos, farmácias e residências. O tráfico de droga faz-se pelas urbanizações sociais de Vila D’Este e Olival, em Gaia, pelas ruas dos bairros da Biquinha, em Matosinhos, e do Tardariz, em Gondomar. O crimes não abrandou nos últimos anos.
  • 25 Maio 2010 - Correio da Manhã
Por:Manuela Teixeira
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A segurança nos concelhos limítrofes ao Porto é partilhada pela PSP e GNR, mas há zonas em que ambas as forças actuam. Ainda há cerca de um mês, a GNR de Gaia fez uma grande operação em Vila D’Este, que passou há pouco tempo para a jurisdição da PSP. Apreendeu 35 quilos de haxixe numa das habitações de um dos maiores bairros do País, onde residem 17 mil pessoas. Entre estes, há moradores que fazem da casa ponto de tráfico de estupefacientes. Em Gaia, o bairro do Olival é outro ponto de venda. 
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Nestes concelhos em redor da cidade do Porto registam-se a maioria dos assaltos a postos de abastecimento de combustíveis, nomeadamente os que estão localizados nas estradas nacionais e municipais. As vias de fácil acesso também facilitam a fuga rápida sem deixar rasto. Os assaltantes actuam em grupos de dois a quatro homens, encapuzados e armados. Os carros que usam nos assaltos são geralmente furtados. Em 2009, o Grande Porto registou 62 ataques postos de venda de combustíveis, a maioria com recurso a arma de fogo para coagir os funcionários. Raramente são disparados tiros.
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Segundo os números das autoridades, a criminalidade no distrito aumentou em alguns casos. Carros topo de gama, residências e farmácias são também muito atacados.
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Os crimes graves contra as pessoas rondam no distrito do Porto os 35 casos por cada mil habitantes. Em 2009 foram apresentadas às forças de segurança 3846 situações. Alguns destes ataques ocorreram dentro das casas das vítimas.
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Um dos novos alvos de roubos no Grande Porto são as máquinas de venda de cigarros e as carrinhas de transporte de tabaco. Alguns assaltos a cafés têm como objectivo levar apenas a máquina do tabaco. O elevado preço dos cigarros representa já um negócio ilegal rentável.
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17 MIL RESIDENTES EM VILA D'ESTE
Vila D’Este é uma urbanização construída em finais dos anos 70 e princípio de 80 através do sistema corporativo. Tem mais de duas mil habitações em vários prédios.
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Moram lá cerca de 17 mil pessoas. A Câmara de Gaia prevê investir cerca de 20 milhões de euros em obras de reabilitação.
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SAIBA MAIS
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AGRESSÕES
Os ladrões são cada vez mais agressivos e recorrem com frequência a armas de fogo e a facas para ameaçar e ferir as vítimas.
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62
Durante 2009, as autoridades registaram 62 assaltos as posto de venda de combustíveis, só no distrito do Porto.
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35
Os crimes contra pessoas praticados no Grande Porto rondam os 35 casos por cada mil habitantes
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TABACO
As máquinas e carrinhas de tabaco são os novos alvos dos ladrões, devido ao elevado preço dos cigarros.
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"A LOJA FOI ASSALTADA TRÊS VEZES EM POUCO TEMPO"
Joaquim e Luísa Pereira já foram alvo de vários assaltos. O casal é dono de uma loja de vestuário no centro de Matosinhos e não tem sido poupado pelos ladrões. "Nos últimos anos, a nossa loja já foi assaltada de noite três vezes" disse ao CM Joaquim Pereira, de 76 anos. O comerciante, que também já foi roubado na rua e ficou sem os seus haveres, está revoltado. Maria Luísa, de 50 anos, mulher de Joaquim, viveu as mesmas más experiências e até presenciou outras. "Aqui na loja já apanhei várias pessoas a roubar roupas e algumas conseguiram fugir com elas", contou.
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No último fim-de-semana, o casal presenciou o roubo ao interior de um carro estacionado perto da loja. Partiram os vidros e roubaram tudo o que havia lá dentro.
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Maria Luísa chega a garantir que cada dia se sente mais insegura. "Acho que há pouca polícia nas ruas a vigiar. A presença da polícia fardada afasta quem anda a rondar as zonas com intenção de roubar", afiançou.
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O mesmo sentimento tem Paula Antunes, residente em Gaia. "Até tenho medo de ir meter gasolina à noite por causas dos assaltos às bombas", disse a funcionária de uma repartição de Finanças. Paula nunca foi vítima de qualquer ataque violento mas diz que já sofreu um ataque de pânico por suspeitar de um homem que, pensou por momentos, a iria roubar.
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"Foi no multibanco. Fui levantar dinheiro e um sujeito na máquina ao lado estava parado a olhar para mim com um ar muito estranho. Pensei que ia puxar de uma faca mas acabou por sair normalmente", contou ao CM.
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Vitória, de 18 anos, também apanhou um susto em Fânzeres, Gondomar, quando foi a casa de um familiar residente numa zona pouco iluminada. "Parou um carro ao meu lado com dois homens lá dentro e eu achei que eram bandidos", recordou a jovem – que desatou a correr, fugindo dos ‘suspeitos’, e ficou sem saber qual seria a razão da abordagem.
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DISCURSO DIRECTO
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"POLÍCIAS NÃO COMUNICAM": César Nogueira, Associação Profissionais da GNR/Norte
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Correio da Manhã – Em concelhos partilhados por GNR e PSP as comunicações entre as duas forças funcionam?
César Nogueira – Não funcionam bem porque ainda temos sistemas de comunicação diferentes. No caso de perseguição a uma viatura suspeita que vá em direcção a uma área da PSP, a informação tem que ser via telefone. Perde-se tempo fundamental.
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– Os meios da GNR nesta área de jurisdição são suficientes e operacionais?
– Temos sempre falta de carros- -patrulha. Alguns estão sempre a avariar por estarem velhos. Há carros com mais de 500 mil quilómetros que já não estão muito operacionais.
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– Quais são as zonas mais complicadas no Grande Porto?
– Vila Nova de Gaia tem vários problemas porque tem diversos acessos que permitem fugas rápidas às autoridades. A urbanização Vila D’Este, por ter muita gente, é sempre um barril de pólvora. Claro que há boas pessoas a morar lá, mas também há muitos criminosos.
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CASOS NA REGIÃO
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VIOLÊNCIA
Grupo atacou e roubou Adelaide Rebelo, de 68 anos, em casa, na Madalena, Gaia. Amarraram-lhe os pés e mãos e colaram uma fita adesiva na boca para não gritar.
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BANCOS
Onde há dinheiro há ladrões. Os bancos continuam a ser assaltados à luz do dia. Os assaltantes ameaçam os funcionários com armas de fogo para obter os euros em caixa.
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TABACO
O assalto a um café em Santa Maria do Avioso, na Maia, acabou com tiroteio dos ladrões contra uma testemunha. Roubaram a máquina de tabaco.
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CARROS QUEIMADOS
Automóveis queimados como acto de vandalismo ou vinganças pessoais começam a ser frequentes. Em outros casos ateiam fogo às viaturas furtadas e usadas em assaltos.
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ARMAS
Uma das últimas operações da PSP de Espinho apreendeu na feira semanal várias armas ilegais. O armamento é também negócio de alguma venda ambulante.
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http://www.aulasconsoftware2006.org/images/mapa_porto_gd.jpg
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Grande Porto
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