Discurso de Lula da Silva (excerto)

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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Tutankhamon: um faraó frágil que não era filho de Nefertiti

 

Tutankhamon: um faraó frágil que não era filho de Nefertiti

Público - 17.02.2010 - 19:12 Por Alexandra Prado Coelho
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Um dos mistérios ficou resolvido ontem: o pai de Tutankhamon, o mais mediático de todos os faraós do antigo Egipto, foi Akhenaton, seu antecessor no trono, conhecido como o “faraó herege”. Mas há outro que perdura: quem terá sido a mãe do rei Tut? A única coisa que os investigadores que durante um ano e meio estudaram o ADN de onze múmias egípcias concluíram foi que a célebre rainha Nefertiti, mulher de Akhenaton, não pode ter sido a mãe do jovem faraó
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Os resultados das análises genéticas foram publicados na terça-feira no Journal of the American Medical Association e anunciados ontem numa conferência de imprensa no Museu Egípcio, no Cairo, por Zahi Hawass, secretário-geral do Conselho Supremo das Antiguidades egípcias.
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Uma das principais conclusões foi a de que Tutankhamon sofria de osteonecrose, uma doença que priva os ossos de circulação sanguínea, e que era, provavelmente, bastante dolorosa. No entanto, a causa da morte, aos 19 anos, terá sido o malária (foi encontrado na múmia o parasita Plasmodium falciparum, que causa o paludismo). Além disso, o faraó tinha um pé torto, o que explicaria a grande quantidade de bengalas encontradas no seu túmulo, e tinha uma grave fractura numa das pernas. Fica assim afastada a hipótese, admitida por alguns investigadores, de ter sido assassinado na sequência de uma intriga palaciana.
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Havia grande expectativa quanto aos resultados dos testes de ADN feitos à múmia do jovem faraó e de outras, incluindo dois fetos encontrados que se supunha serem filhas de Tutankhamon e da sua mulher Ankhesenamon.
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Hawass fez o que faz habitualmente: transformou o anúncio dos resultados num acontecimento, considerando-os a revelação mais excitante desde que em 1922 o arqueólogo britânico Howard Carter encontrou o túmulo de Tutankhamon, o melhor preservado de todos os túmulos egípcios. “Vamos saber quem era o rei Tut”, prometeu Hawass.
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Uma das ambições dos peritos era saber quem foram os pais de Tutankhamon. Supunha-se, embora sem certezas até agora, que o pai era Akhenaton, o “herege” que instaurou o culto do deus Aton, numa tentativa (falhada) de estabelecer o culto a um deus único (ou pelo menos dominante, dado que a questão do monoteísmo neste período continua pouco clara).
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A identidade da mãe do rei Tut tem sido outro mistério. Uma das teses mais aliciantes é a de que seria Nefertiti, a Grande Esposa Real de Akhenaton, célebre pela sua beleza – que conhecemos sobretudo pelo busto que se encontra no Neues Museum, em Berlim –, mas cuja múmia não foi até hoje encontrada, o que impede que sejam feitas comparações de ADN. Mas vários historiadores admitem que a mãe fosse outra mulher de Akhenaton, Kia.
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O egiptólogo Luís Manuel de Araújo, do Instituto Oriental da Faculdade de Letras de Lisboa, explicara ao P2, ainda antes do anúncio das conclusões, que era pouco provável que Nefertiti fosse a mãe de Tutankhamon. “Se fosse ela, o jovem príncipe estaria representado nas imagens que bem conhecemos da família real, onde apenas figuram Akhenaton, Nefertiti e as seis filhas do casal. No caso de eles terem tido um filho, sem dúvida que ele figuraria com grande destaque nas imagens.”
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A equipa liderada por Hawass considera agora provável que Tutankhamon seja filho de uma múmia não identificada conhecida apenas pelo código KV35YL e à qual chamam Jovem Dama. “Não sabemos o nome dela”, afirmou o arqueólogo egípcio, mas o mais importante é que ela é filha de Amenhotep III” e da mulher deste, a rainha Tiy, pais de Akhenaton. A confirmar-se esta hipótese, isso significaria que o jovem faraó foi fruto da união de dois irmãos, o que ajudaria a explicar a sua saúde débil.
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Família complexa
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Este tipo de incesto não era raro na época. Luís Manuel de Araújo lembra que hoje se acredita que “os dois jovens herdeiros de Akhenaton que vieram a reinar no Egipto entre cerca de 1335 e 1325, Tutankhamon e Ankhesenamon, seriam meios-irmãos: ele filho de Akhenaton e da dama Kia [hipótese não confirmada], ela filha de Akhenaton e de Nefertiti”. Esta consanguinidade poderia justificar os dois fetos encontrados no túmulo de Tutankhamon – os dois meios-irmãos não terão conseguido gerar descendência.
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Esta complexa família viveu durante aquele que ficou conhecido como o período Amarna, na segunda metade da décima oitava dinastia egípcia. Amenhotep IV quis fazer uma ruptura total com o passado: instituiu o culto do deus-sol Aton, mudou o seu nome para Akhenaton e transferiu a residência real para Akhetaton (Horizonte de Aton), local hoje conhecido como Amarna.
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A opção gerou grande polémica e depois da sua morte houve várias tentativas para apagar da história este período. Sabe-se que Tutankhamon, que terá subido ao trono com apenas nove anos e terá governado durante outros nove (restaurando a antiga religião politeísta e a antiga capital, Memphis), foi seu sucessor, embora possa ter havido entre os dois um breve período em que o Egipto foi governado por uma figura sobre a qual se sabe muito pouco: Smenkhkare.
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Os exames feitos às múmias permitiram ainda acabar com a ideia de que tanto Akhenaton como Tutankhamon sofreriam de uma alteração genética que lhes daria características femininas, entre as quais seios e ancas largas com que são muitas vezes representados nas gravuras. Não foi encontrado nada que levasse a pensar que os dois faraós sofriam desse problema. Hawass conclui por isso que eram motivos religiosos que levavam a que fossem representados com traços femininos, como deuses que não eram nem homem nem mulher.
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E se se tivesse concluído que Tutankhamon não era filho de Akhenaton, isso teria mudado alguma coisa? Nada de especial, acredita Luís Manuel de Araújo. Saber quem são os pais do faraó-menino é “uma questão que interessará à egiptologia, mas interessa sobretudo para satisfazer a curiosidade do grande público”.
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Mas o egiptólogo não tem dúvidas de que essa “paixão que as pessoas sentem pelo Egipto deve ser respeitada, facultando resposta para estas e outras dúvidas porventura mais candentes”
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Apresentação dos resultados no Museu do Cairo  
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Apresentação dos resultados no Museu do Cairo (Asmaa Waguih/Reuters)
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Heritage Key melhor site e tem uma portuguesa...

Foram estudadas 10 ou 19 múmias para se estabelecer os parentescos dos Faraós, e muito ...
José Manuel
17.02.2010 23:42
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  1. Heritage Key melhor site e tem uma portuguesa...

    Foram estudadas 10 ou 19 múmias para se estabelecer os parentescos dos Faraós, e muito mais. Segundo os testes ADN de dois laboratórios diferentes Toutankhamon é filho da pessoa mumificada KV55 identificada como sendo de Akhenaton, casado com a sua irmã pessoa mumificada KV 35YL desconhecesse o verdadeiro nome por isso a nomearam de "Jovem Senhora". Dos dois fetos encontrados na câmara funerária de Toutankhamon (um prematuro de cerca de cinco meses com crânio monstruoso/ Craniosynostosis e outro em estado embrião com o mesmo problema) os estudos ADN provam que são seus filhos, mas desconhecesse quem é a mãe. O arqueólogo chefe egípcio promete mais resultados dentro de seis messes. Toutankhamon morreu por causa de doença grave paludismo e infecção óssea, e era filho incestuoso de dois irmãos. Este artigo do Público é medíocre e confuso, recomendo o blogue da especialista com dois Mestrados que prepara o seu Doutoramento em Arqueologia autora de dois livros a portuguesa Paula Alexandra da Silva Veiga, tem dois sites, procurar no Google: (oriente antigo blogspot) e (Paula Veiga | Heritage Key).
    • RE: Heritage Key melhor site e tem uma portuguesa.

      Ontem, ou anteontem, esteve a dar no programa Odisseia, aqui em Portugal, um documentário (com o Dr. Zaid Hawas) que apontava para a causa de morte de Touthankamon uma queda de carro de caça com a consequente fractura do fémur esquerdo (zona distal), seguida de uma infecção generalizada do sangue (sepsis). Nesse mesmo documentário referiram que Touthankamon era filho de Akhenaton e uma sua mulher secundária (amante?) que não me recordo agora o nome. Vou ver esse site que refere. Este tema é fascinante! Saudações cordiais...
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