Discurso de Lula da Silva (excerto)

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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Natal e não Dezembro - David Mourão-Ferreira

UM POEMA DE NATAL E UM BEIJO PARA O MEU AMIGO VICTOR!
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VELAS

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Natal, e não Dezembro
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Entremos, apressados, friorentos,

Numa gruta, no bojo de um navio,

Num presépio, num prédio, num presídio,

No prédio que amanhã for demolido...

Entremos, inseguros, mas entremos.

Entremos, e depressa, em qualquer sítio,

Porque esta noite chama-se Dezembro,

Porque sofremos, porque temos frio.

Entremos, dois a dois: somos duzentos,

Duzentos mil, doze milhões de nada.

Procuremos o rastro de uma casa,

A cave, a gruta, o sulco de uma nave...

Entremos, despojados, mas entremos.

De mãos dadas talvez o fogo nasça,

Talvez seja Natal e não Dezembro,

Talvez universal a consoada.
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David Mourão-Ferreira,

Cancioneiro do Natal
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