CINEMA
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.Diário do Nordeste - 14/12/2009
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"A falecida", de Leon Hirszman e protagonizado por Fernanda Montenegro, baseado na obra de Nelson Rodrigues, chega agora em DVD em versão restaurada
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Diário do Nordeste - 14/12/2009
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Depois de "Eles não usam black-tie" e "São Bernardo", clássicos de Leon Hirszman, é a vez de "A Falecida" chegar ao DVD em versão restaurada.
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Zumira é uma mulher pobre do subúrbio que sonha com um funeral de luxo. Com o tema da morte como redenção para o vazio existencial e a estreia de Fernanda Montenegro no cinema, "A Falecida", primeiro longa-metragem do cineasta Leon Hirszman, baseado na obra de Nelson Rodrigues, ganha versão restaurada, sob curadoria de Lauro e Eduardo Escorel e Carlos Augusto Calil.
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Antes de "A Falecida", outra longas e curtas do diretor já haviam sido relançados em DVDs em cópias restauradas: "Eles não usam black-tie", "ABC da Greve", "São Bernardo", entre outros. No mesmo DVD de "A Falecida", dois curtas de Hirszman, também restaurados, estão presentes: "Nelson Cavaquinho" e "Partido Alto". A última caixa do Projeto Restauro Digital da obra de Leon Hirszman deve chegar ao mercado até o início de 2011 com os documentários que constituem o projeto Imagens do Inconsciente.
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"A inexistência de cópias em bom estado dos filmes de Leon Hirszman fez com que sua obra tivesse pouca circulação desde seu falecimento e com isso ficou pouco conhecida pela nova geração", lamenta Lauro Escorel, diretor de fotografia e um dos responsáveis pela curadoria da restauração da obra de Hirszman. "Ele é um dos mais importantes cineastas brasileiros e autor de clássicos da nossa cinematografia, como "São Bernardo" e "Eles não usam black-tie", lembra. "Sua família e seus colaboradores vinham há muito tempo pensando em como trazer seus filmes de volta. Com o surgimento da tecnologia de restauro digital isso tornou-se possível".
Projeto elaborado em mãos, a Petrobras Cultural se tornou patrocinadora das restaurações e possibilitou, juntamente com a Cinemateca Brasileira, que as obras do cineasta ganhassem nova chance de conquistar o público em DVD. "A parceria com o Minc, por meio da Cinemateca, foi fundamental para o êxito deste projeto. A Cinemateca reúne técnicos altamente capacitados que nos orientaram nos caminhos a seguir", conta Lauro.
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Trabalho artesanal
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Processo caro, a restauração de filmes, mesmo com a ajuda das novas tecnologias, demora a ser concretizado. "O trabalho é feito quase todo quadro a quadro, em máquinas de última geração", explica o curador. "Buscamos devolver o filme ao seus aspectos originais e este é o limite para o grau de intervenção a ser aplicada a cada caso. Busca-se a invisibilidade dos consertos, e isto toma tempo", detalha.
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Trabalho que ganha um complicador na falta de preservação dos materiais fílmicos. "Tradicionalmente, as matrizes e as cópias dos filmes brasileiros são pouco cuidadas pelos laboratórios e seus produtores", avalia. "Isso gera deterioração em graus variáveis, e muitos filmes têm seus negativos originais perdidos", reclama Escorel.
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"A tecnologia digital permite a reconstrução de trechos partidos, a eliminação de marcas de umidade, de riscos etc.", fala sobre o processo de restauração. "É um trabalho artesanal que consegue devolver à imagem do filme a seu esplendor original. Dependendo do estado de conservação, o trabalho de restauro pode levar de quatro meses a um ano", afirma.
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Trabalho que só pode ser realizado graças ao patrocínio de algumas instituições que veem nas restaurações uma forma de resgatar nosso passado, caso do Programa Petrobras Cultural, que já patrocinou a restauração de, além das obras de Hirszman, filmes de Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos e Joaquim Pedro de Andrade, entre outros. "Participamos de projetos de restauração de obras significativas do cinema nacional", orgulha-se Romildo Nascimento, coordenador de Patrocínio de Cinema, dentro do Petrobras Cultural. "Isso significa dar acesso a esses filmes".
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Filmes muitas vezes perdidos nos porões da memória nacional, com cópias em péssimo estado de condição e prestes a serem perdidas. "Os projetos de restauração são, de modo geral, apresentados pelos seus responsáveis (detentores das obras, familiares, pessoas preocupadas com preservação do patrimônio cultural etc.). A Petrobras define sua participação na restauração em função do interesse artístico do projeto", esclarece Ronaldo Nascimento. "Nossa relação é estabelecida de modo a incentivar a atividade cultural".
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Uma relação que está presente dentro de um projeto mais amplo para o audiovisual brasileiro. "Atuamos na área audiovisual do modo mais abrangente possível, patrocinando produção e difusão de curtas e longas, festivais e mostras de cinema, projetos de formação e restauração", descreve. "A restauração de obras marcantes do cinema nacional é um dos pilares dessa atuação e apoiada desde da edição inicial do Programa Petrobras Cultural". Uma entre tantas iniciativas que buscam resgatar nossa história, trazendo o passado para o presente e refrescando nossa memória. Sim, o cinema nacional tem muito a nos mostrar. (FF)
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PROCESSOS
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Técnicas analógicas - Segundo o site Americas Film Conservacy, os métodos analógicos ainda são os mais utilizados para a restauração de filmes. Utilizando processos químicos no formato analógico, a grande maioria dos estúdios usa essa técnica para proteger filmes de longa-metragem e garantir a qualidade de seus materiais. Esse processo permite a limpeza de partes danificadas das películas cinematográficas através de ultrasom. As fitas com arranhões e outras imperfeições podem ser reparadas através do processo analógico e permitir a imersão em fluídos especiais para retirar imperfeições causadas pela ação do tempo. Restaurando essas imperfeições e possibilitando o ajuste de cores e gamas, a restauração analógica pode também ser auxiliada com computação gráfica melhorando ainda mais a qualidade do material restaurado.
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Técnicas digitais - Quando processos analógicos parecem não adiantar, ou mesmo não funcionam, processos digitais de restauração são os mais indicados. Trabalhos, utilizando processos digitais, são caros e requerem alta especialização em computação gráfica. Requer o tratamento quadro a quadro, selecionando as imagens danificadas e refazendo cenas perdidas novamente, consumindo horas de trabalho. Essas cenas damificadas são trocadas por cenas restauradas no processo digital. Atualmente, esse processo, inteiramente digital, por conta de custo, não é muito utilizado, a não ser quando é a única solução
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Mecanismos de restauração - A restauração de filmes é feita a partir de cópias originais negativas para chegar numa pré-copia pronta para preservação. Laboratórios especializados em restauração, criaram formas de separar matrizes de filmes antigos a partir do filmes existentes. A grande maioria dos estúdios faz essa separação de matrizes de seus filmes recém-lançados com o intuito de prepapar material para futuras cópias.
DVD
"A Faleciada"
Leon Hirszman
R$60,80
85min
1965
VIDEOFILMES
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Zumira é uma mulher pobre do subúrbio que sonha com um funeral de luxo. Com o tema da morte como redenção para o vazio existencial e a estreia de Fernanda Montenegro no cinema, "A Falecida", primeiro longa-metragem do cineasta Leon Hirszman, baseado na obra de Nelson Rodrigues, ganha versão restaurada, sob curadoria de Lauro e Eduardo Escorel e Carlos Augusto Calil.
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Antes de "A Falecida", outra longas e curtas do diretor já haviam sido relançados em DVDs em cópias restauradas: "Eles não usam black-tie", "ABC da Greve", "São Bernardo", entre outros. No mesmo DVD de "A Falecida", dois curtas de Hirszman, também restaurados, estão presentes: "Nelson Cavaquinho" e "Partido Alto". A última caixa do Projeto Restauro Digital da obra de Leon Hirszman deve chegar ao mercado até o início de 2011 com os documentários que constituem o projeto Imagens do Inconsciente.
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"A inexistência de cópias em bom estado dos filmes de Leon Hirszman fez com que sua obra tivesse pouca circulação desde seu falecimento e com isso ficou pouco conhecida pela nova geração", lamenta Lauro Escorel, diretor de fotografia e um dos responsáveis pela curadoria da restauração da obra de Hirszman. "Ele é um dos mais importantes cineastas brasileiros e autor de clássicos da nossa cinematografia, como "São Bernardo" e "Eles não usam black-tie", lembra. "Sua família e seus colaboradores vinham há muito tempo pensando em como trazer seus filmes de volta. Com o surgimento da tecnologia de restauro digital isso tornou-se possível".
Projeto elaborado em mãos, a Petrobras Cultural se tornou patrocinadora das restaurações e possibilitou, juntamente com a Cinemateca Brasileira, que as obras do cineasta ganhassem nova chance de conquistar o público em DVD. "A parceria com o Minc, por meio da Cinemateca, foi fundamental para o êxito deste projeto. A Cinemateca reúne técnicos altamente capacitados que nos orientaram nos caminhos a seguir", conta Lauro.
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Trabalho artesanal
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Processo caro, a restauração de filmes, mesmo com a ajuda das novas tecnologias, demora a ser concretizado. "O trabalho é feito quase todo quadro a quadro, em máquinas de última geração", explica o curador. "Buscamos devolver o filme ao seus aspectos originais e este é o limite para o grau de intervenção a ser aplicada a cada caso. Busca-se a invisibilidade dos consertos, e isto toma tempo", detalha.
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Trabalho que ganha um complicador na falta de preservação dos materiais fílmicos. "Tradicionalmente, as matrizes e as cópias dos filmes brasileiros são pouco cuidadas pelos laboratórios e seus produtores", avalia. "Isso gera deterioração em graus variáveis, e muitos filmes têm seus negativos originais perdidos", reclama Escorel.
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"A tecnologia digital permite a reconstrução de trechos partidos, a eliminação de marcas de umidade, de riscos etc.", fala sobre o processo de restauração. "É um trabalho artesanal que consegue devolver à imagem do filme a seu esplendor original. Dependendo do estado de conservação, o trabalho de restauro pode levar de quatro meses a um ano", afirma.
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Trabalho que só pode ser realizado graças ao patrocínio de algumas instituições que veem nas restaurações uma forma de resgatar nosso passado, caso do Programa Petrobras Cultural, que já patrocinou a restauração de, além das obras de Hirszman, filmes de Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos e Joaquim Pedro de Andrade, entre outros. "Participamos de projetos de restauração de obras significativas do cinema nacional", orgulha-se Romildo Nascimento, coordenador de Patrocínio de Cinema, dentro do Petrobras Cultural. "Isso significa dar acesso a esses filmes".
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Filmes muitas vezes perdidos nos porões da memória nacional, com cópias em péssimo estado de condição e prestes a serem perdidas. "Os projetos de restauração são, de modo geral, apresentados pelos seus responsáveis (detentores das obras, familiares, pessoas preocupadas com preservação do patrimônio cultural etc.). A Petrobras define sua participação na restauração em função do interesse artístico do projeto", esclarece Ronaldo Nascimento. "Nossa relação é estabelecida de modo a incentivar a atividade cultural".
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Uma relação que está presente dentro de um projeto mais amplo para o audiovisual brasileiro. "Atuamos na área audiovisual do modo mais abrangente possível, patrocinando produção e difusão de curtas e longas, festivais e mostras de cinema, projetos de formação e restauração", descreve. "A restauração de obras marcantes do cinema nacional é um dos pilares dessa atuação e apoiada desde da edição inicial do Programa Petrobras Cultural". Uma entre tantas iniciativas que buscam resgatar nossa história, trazendo o passado para o presente e refrescando nossa memória. Sim, o cinema nacional tem muito a nos mostrar. (FF)
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PROCESSOS
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Técnicas analógicas - Segundo o site Americas Film Conservacy, os métodos analógicos ainda são os mais utilizados para a restauração de filmes. Utilizando processos químicos no formato analógico, a grande maioria dos estúdios usa essa técnica para proteger filmes de longa-metragem e garantir a qualidade de seus materiais. Esse processo permite a limpeza de partes danificadas das películas cinematográficas através de ultrasom. As fitas com arranhões e outras imperfeições podem ser reparadas através do processo analógico e permitir a imersão em fluídos especiais para retirar imperfeições causadas pela ação do tempo. Restaurando essas imperfeições e possibilitando o ajuste de cores e gamas, a restauração analógica pode também ser auxiliada com computação gráfica melhorando ainda mais a qualidade do material restaurado.
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Técnicas digitais - Quando processos analógicos parecem não adiantar, ou mesmo não funcionam, processos digitais de restauração são os mais indicados. Trabalhos, utilizando processos digitais, são caros e requerem alta especialização em computação gráfica. Requer o tratamento quadro a quadro, selecionando as imagens danificadas e refazendo cenas perdidas novamente, consumindo horas de trabalho. Essas cenas damificadas são trocadas por cenas restauradas no processo digital. Atualmente, esse processo, inteiramente digital, por conta de custo, não é muito utilizado, a não ser quando é a única solução
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Mecanismos de restauração - A restauração de filmes é feita a partir de cópias originais negativas para chegar numa pré-copia pronta para preservação. Laboratórios especializados em restauração, criaram formas de separar matrizes de filmes antigos a partir do filmes existentes. A grande maioria dos estúdios faz essa separação de matrizes de seus filmes recém-lançados com o intuito de prepapar material para futuras cópias.
DVD
"A Faleciada"
Leon Hirszman
R$60,80
85min
1965
VIDEOFILMES
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=705528.
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