Discurso de Lula da Silva (excerto)

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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Michael Jackson: um longo périplo de sucesso e polêmica



Rei do pop, dono do disco mais vendido da história, inventor do videoclipe moderno, maior entertainer vivo. Muitos são os adjetivos para se referir a Michael Joseph Jackson, que morreu nesta quinta-feira (25), aos 50 anos, após sofrer uma parada cardíaca em Los Angeles.


Jackson: recordes, fama e decadência sob holofote
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O artista encarou os holofotes logo cedo — e teve uma vida marcada por duas constantes, de igual grandeza e proporção: sucesso e polêmica. O astro nasceu em 29 de agosto de 1958, em Gary, cidade norte-americana do estado de Indiana. Ele tinha três filhos: Michael Joseph Jackson Jr., Paris Michael Katherine Jackson e Prince Michael Jackson II.

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O cantor saiu do anonimato ao lado de seus quatro irmãos — Jackie, Tito, Jermaine, Marlon — à frente do grupo Jackson Five, que emplacou consecutivos sucessos nas paradas durante as décadas de 1960 e 1970. Mas foi sozinho que Jackson viveu o auge e decadência de sua carreira. Em 1979, com o lançamento do álbum Off The Wall — seu primeiro solo, que arrancou elogios da crítica ao combinar R&B, Black Music e Disco —, o cantor começou a experimentar uma exposição cada vez maior na mídia.

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A ascenção culminou em 1982, com Thriller, até hoje o CD mais vendido do mundo, com cerca de 100 milhões de cópias. O álbum rendeu sete singles que figuraram entre os Top 10. Estima-se, por sinal, que ao longo de sua vida Jackson vendeu cerca de 750 milhões de álbuns — o que, somado aos 13 prêmios Grammy que recebeu, faz dele um dos artistas de maior sucesso de todos os tempos.

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Em 16 de maio de 1983, Jackson apresentou ao mundo o moonwalk — passo de dança em que o cantor deslizava sobre o palco, durante a canção Billie Jean, em um show em Los Angeles. Estava imortalizada sua marca registrada. Mas o astro já era motivo de especulações pela sua postura infantilóide, modificações profundas em seu rosto e branqueamento de sua pele. Nos anos 80, dizia-se até que o cantor dormia em uma câmara hiperbárica para retardar o envelhecimento — fato que jamais foi comprovado.

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Decadência

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A partir do início dos anos 90, os fatos sobre sua vida particular já chamavam muito mais atenção do que sua música — que, diga-se, nunca mais repetiu a genialidade da trilogia Off The Wall, Thriller e Bad. Por mais que lançasse discos de modo superlativo, o que atraía o público eram as histórias sobre o megalômano rancho Neverland, na Califórnia. Sem contar a preferência do cantor por estar sempre acompanhado de crianças — entre elas o então ator mirim Macaulay Culkin, estrela do filme Esqueceram de Mim.

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Em 1993, Michael Jackson foi acusado de abusar sexualmente de um menino de 13 anos, e a polícia chegou a invadir seu megarrancho. No mesmo ano, Jackson anunciou que se tornara dependente de analgésicos e cancelou repentinamente uma turnê mundial que faria para promover seu álbum Dangerous.

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Em 1994, fechou um acordo extrajudicial de valor mais tarde anunciado como tendo sido US$ 23 milhões com a família do garoto a quem foi acusado de abusar. O cantor também se apresentou ao vivo no Brasil em 1993, voltando ao país em 1996 para gravar o clipe da canção They Don't Care About Us, no Rio de Janeiro e na Bahia, com o grupo Olodum.

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A década de 2000

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Sem lançar disco desde 2001, Jackson enfrentou uma nova década turbulenta. Em 2003, o documentário de TV Living with Michael Jackson acusou o cantor de recber garotos para dormir em sua casa e de ter seu terceiro filho com uma mãe de aluguel. Jackson pôs no ar seu documentário próprio, rebatendo as alegações. Só que, após a exibição do longa, Jackson foi preso e se viu novamente envolvido em acusações de pedofilia.

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Entre 2004 e 2005, foi levado a julgamento, acusado de molestar um garoto de 13 anos em 2003 e de conspirar para sequestrar o garoto. Se fosse condenado, o cantor poderia passar quase 20 anos na prisão. O julgamento levou quatro meses e terminou em junho de 2005 com sua absolvição de todas as dez acusações. Logo após o julgamento, o cantor viveu uma temporada de exílio no Barein, como convidado da família real do país. Também passou um período na Irlanda e na França.

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Em reconhecimento à sua carreira, em 2002 foi eleito o “artista do século” pela premiação American Music Awards. Jackson reeditou em 2008 o clássico Thriller, que traz a participações de nomes atuais como Will.i.am e Akon. O cantor também levou uma nova compilação às lojas, King of Pop.

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Volta por cima?

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Depois de vários recomeços falsos, Jackson e a promotora musical AEG Live anunciaram, em março de 2009, que o astro faria 50 shows na 02 Arena em Londres. A previsão era que ele começaria os concertos em 13 de julho e seguiria até fevereiro de 2010. Jackson vinha ensaiando na região de Los Angeles para os shows em Londres, cujos ingressos esgotaram horas depois de começar a ser vendidos.

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A demanda pelos shows foi tão grande que dezenas de apresentações extras foram acrescentadas, ao mesmo tempo em que centenas de ingressos surgiram em sites de leilão online como o eBay — em meio a críticas à maneira como as vendas estão sendo feitas. Segundo cálculos da Billboard, o cantor poderia levar para casa mais de US$ 50 milhões de dólares com os shows.

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Na tarde desta quinta-feira (25), Jackson sofreu uma parada cardíaca em sua casa, na Holmby Hills, em Los Angeles. O cantor já não estava respirando quando os paramédicos chegaram ao local, por volta das 12h20 (horário local). Depois de receber uma massagem cardiopulmonar ainda na ambulância, seguiu direto ao hospital da Universidade da Califórnia, que fica a dois minutos da casa do cantor e aonde teria chegado em coma profundo. Morreu poucos minutos depois, dando fim a seu longo périplo de tantos sucessos e tantas polêmicas.

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Da redação, com agências
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in Vermelho - 25 DE JUNHO DE 2009 - 21h16
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