Discurso de Lula da Silva (excerto)

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domingo, 17 de maio de 2009

Victor Hugo - Vida e Obra





No 200º aniversário do nascimento de Victor Hugo (Besançon, 1802)
Vida de um gigante

• Manoel de Lencastre

Travar conhecimento com o grande escritor francês, é encontrar um pai, um irmão, um avô, um companheiro. É entrar na iluminada rota dos humanistas, dos Amigos do Homem, dos que amam o seu semelhante e o defendem. É aprender a estar melhor e mais vezes ao lado dos indefesos, dos vulneráveis, dos desprotegidos, dos antagonizados, dos sem recursos, dos humilhados, dos sem abrigo, dos injustiçados, de todos os que choram e sofrem face à malícia e à indiferença. É conhecer melhor a Humanidade. É amá-la ainda mais. É chorar com ela. Por ela lutar. É resistir com mais convicção ao banditismo que ergue bandeiras na nossa época.

Victor Marie Hugo era um jovem contestatério que no período de 1828 a 1834 adorava tiradas anti-burguesas. Mas ganhou a amizade da duquesa e do duque de Orléans e aproximou-se das posições politicas conservadoras e dos interesses da côrte. Louis Philippe fê-lo par de França em 1845. Todavia, os acontecimentos de 1848 (revolução do proletariado parisiense) e até 1851, obrigaram-no a uma séria reflexão. Sentiu-se torturado pela grande questão da miséria. E concluiu que à bancada parlamentar direitista em que se incluia, apenas interessava o reforço das medidas policiais e repressivas em geral, contra os trabalhadores e os pobres.

A 9 de Janeiro de 1852, tendo-se colocado a favor da resistência ao golpe de Estado bonapartista, o seu nome foi feito entrar no rol dos proscritos. A ditadura forçou-o ao exílio enquanto Louis Napoleão Bonaparte (Napoleão III) estivesse no poder. Este, fôra proclamado imperador dos franceses. Victor Hugo, assim, conheceria 18 anos de vida no exílio (ilhas de Jersey e Guernesey, no Canal da Mancha). Mas regressaria a Paris quando a República foi reimplantada e o império bonapartista conheceu o colapso.

Da Comuna de Paris (18.03.1971) diria que «foi uma boa coisa, mas mal feita» posto que as suas reservas quanto ao movimento operário e de libertação dos trabalhadores não seriam facilmente feitas desaparecer. Victor Hugo nunca se afastaria, totalmente, dos condicionalismos nascidos com a sua origem de classe. No entanto, durante a semana sangrenta em que a Comuna foi destruída e os seus defensores assassinados em circunstâncias incríveis, mostrou-se à altura da sua própria grandeza dando a cara a favor dos «communards». Quando o chamado partido da ordem, chefiado por Thiers e apoiado pelos alemães, iniciou a semana sangrenta (de 21 a 28 de Maio de 1871) que enlutou a França democrática e manchou o nome do país, Victor Hugo deu concretas provas do seu indesmentível humanismo.

Colocou a sua casa de Bruxelas à disposição de refugiados «communards» vencidos. Por isso, foi expulso da cidade pelo governo belga. Então, o ódio da imprensa reaccionária francesa contra o homem de coração que Victor Hugo era, atingiu a mais inadmissível expressão.

A terceira República, surgida após a Comuna com Thiers na chefia do Executivo, permitiu-lhe o regresso a Paris, mas Victor Hugo, ainda que dele não pudesse dizer-se que abraçara a causa do socialismo, não era já o homem que encarara com passividade a chamada ordem das coisas segundo os interesses estabelecidos. Ficaria na História da Literatura como um dos seus mais raros vultos, como o mestre do romantismo francês, aquele que amou os simples, que os compreendeu e sempre defenderia. Victor Hugo, assim, abraçou as causas do homem angustiado do seu tempo e fez campanhas vibrantes tanto na literatura como no campo parlamentar e fora dele - essas causas foram, principalmente, as da Educação e da melhoria das condições que se exigiam ao sexo feminino, da liberdade de expressão, da República laica, tolerante e solidária; simultâneamente, manifestou-se sem vacilações contra a exploração das crianças, contra a arma do exílio politico e pela abolição da pena de morte.

Falava, frequentemente, dos direitos da criança e dos sofrimentos das mulheres. As sua lutas, em grande parte, são as nossas, agora, quando o século XXI já está em marcha - o que demonstra o quanto o progresso social tem sido lento e constantemente feito atrasar pelos interesses que continuam a tirar benefícios da exploração.

História

Um homem como Victor Hugo não poderia escrever a sua obra ou sequer viver se não estivesse de olhos bem abertos á cena histórica do seu tempo. O panfleto, «Napoléon, le petit», para além de acentuar o carácter minúsculo do visado (Napoleão III) engrandecia a memória do outro, o único Napoleão que, na realidade, existiu e cuja sombra se espalhava, ainda, sobre a realidade francesa da época do autor de «O Homem que ri».

Ao descrever a batalha de Waterloo em algumas dezenas das suas mais memoráveis páginas, (Os Miseráveis), Victor Hugo demonstra, magistralmente, a sua compreensão dos factos que decidiram aquele histórico conflito, o que nem sempre tem acontecido com alguns dos mais reputados historiadores.

Waterloo, com efeito, aparece registada na História como a grande vitória da Inglaterra cujo exército era comandado por Sir Arthur Wellesley (duque de Wellington) o vencedor da Guerra Peninsular que, em grande parte e nos seus mais decisivos momentos, fôra travada no empapado (de sangue e lágrimas) solo português. Mas, a verdade é que às seis horas da tarde, Wellington olhava o relógio, ansiosamente, e admitia ter a batalha perdida. Do outro lado, Napoleão considerava que a situação parecia mostrar-se-lhe favorável. Mas o destino traria Blücher àquelas paragens já no cair da tarde.

Evidentemente, sempre tínhamos gostado de sublinhar que os ingleses venceram em Waterloo. Até ao dia em que lemos «Os Miseráveis» e nos vimos forçados a aceitar a descrição inesquecível que Victor Hugo nos deixou. Não foi por acaso que os ingleses ofereceram a Blucher uma das mais espectaculares recepções jamais vistas em Londres. A verdade é que, ao dar-lhes a vitória em Waterloo, o general prussiano entregou-lhes o domínio do mundo.

Ler «Os Miseráveis»
Mensagem humanista

Em toda a obra literária de Victor Marie Hugo há uma mensagem de fundo humano, talvez única. No romance «Os Miseráveis» (começado a redigir em 1845 e só terminado em 1861 mas publicado logo no ano seguinte) o escritor eleva-se a um patamar raras vezes atingido por qualquer dos principais mestres das letras universais. Victor Hugo conduz-nos, como leitores, à situação social chocante da França que emergiu depois da derrota de Napoleão em Waterloo. Choca-nos, na sua descrição de acontecimentos que expõem todas as facetas da alma humana quando o conflito a incendeia. Em «Os Miseráveis», o conflito é permanente.

Pegar neste romance é tirar um curso das mil facetas do sentir dos homens, é aprender a conhecê-los, na sua cobardia e na sua grandeza, na sua capacidade para sofrer mas também para ferir, na sua ambição, na sua generosidade e na sua fraqueza perante valores materiais, na sua ignorância, na sua quase impossibilidade de fugir ao chamamento individualista que o martiriza desde o princípio da grande aventura no mundo.

O cadastrado Jean Valjean possuia qualidades que ele próprio desconhecia. Mas à saída do presídio ainda não passava de uma fera que o sistema prisional esperava que regressasse com novos crimes às costas. Entretanto, o bispo que recusa denunciá-lo pelo furto de dois candelabros em prata e acaba por lhe os oferecer para afugentar esforços policiais, surge-lhe no caminho como homem de Deus, dá-lhe uma lição de solidariedade e trata-o como filho. Logo aqui, Victor Hugo demonstra o seu apego ao que tem como grandes valores da alma humana - essencialmente, quando ela se reduz perante a superioridade de um gesto generoso e desinteressado.

Valjean, diminuído e engrandecido pela acção do bispo que o salvou, partiu para novas paragens onde acabaria por encontrar-se na situação de homem industrial que, evidentemente, não podia deixar de explorar os operários que o serviam. Também aqui, Victor Hugo foge ao conflito de classes e, fiel a si próprio, dá-nos a imagem bondosa e solidária de um bom patrão que, tendo sofrido, sabia avaliar as dores que vinham de fora mas ignorava aquelas que se criavam no interior da sua própria fábrica. Porém, desolado perante o drama de uma das suas operárias que recorre à prostituição para tentar defender e sustentar a criança de que é mãe (Cosette), decide salvar essa criança mas já não vai a tempo de impedir a morte da mãe.

A justiça, entretanto, persegue-o. Javert, o inflexível e persistente agente policial, desconfia daquele que é, agora, «maire» da autarquia local. Para este, entretanto, tudo o que importa é a salvação de Cosette que a mãe confiara à guarda do casal Thenardier. Estes, são simplesmente escroques que escravizam a pequenita e a forçam a trabalhos impróprios para a sua tenra idade. Possuem relíquias do campo de batalha de Waterloo onde se apropriaram de despojos e não hesitaram em saquear os bolsos dos soldados mortos. Apercebendo-se da «qualidade» dos Thenardier, o «maire» resgata Cosette contra uma soma importante, mas cria novos inimigos. Decide, então, aproveitando a considerável fortuna que já possui, reentrar em fuga e iludir Javert que nunca deixa de persegui-lo.

Para Victor Hugo, o homem que decide fazer o bem quando outros não recuam no intuito de fazer-lhe mal, tem de ser uma figura poderosa. O verdadeiro Jean Valjean nunca seria capaz de arrostar com as trágicas situações que lhe surgiram se, efectivamente, não possuisse riqueza. Aqui, Victor Hugo mostra-se cativo da ambição que vive um pouco em todos nós – sermos poderosos para defendermos os que não podem fazê-lo por si próprios. Para criar Cosette e dela fazer uma «menina», o ex-forçado recorre a novas identidades e a meios de fortuna sempre abundantes.

Mas Cosette descobriria o amor em Marius, um jovem oriundo de famílias aristocráticas que, entretanto, não era estranho aos meios revolucionários parisienses. Ao descobrir que o amor de Cosette não podia ser combatido, Valjean, apesar da presença de Javert, vai retirar Marius das barricadas e tranporta-o, bastante ferido, através dos esgotos de Paris conseguindo, a grande custo, iludir o sempre inflexível agente. É nestas circunstâncias que surge a figura do pequeno parisiense, Gavroche, figura iniludível de rapaz das ruas que está com a revolução e por ela morre com um sorriso nos lábios. Na descrição de Gavroche e das condições em que existe, Victor Hugo demonstra com toda a clareza e com rara imponência o seu amor à humanidade e à cidade de Paris.

Evidentemente, Javert acaba por convencer-se de que toda a sua perseguição de décadas não passa de um crime contra «um homem de Deus» e suicida-se. Jean Valjean morre com Marius e Cosette junto a si. Mas os candelabros sobrevivem a todo o drama.

Mulheres na vida de Victor Hugo

Diversas mulheres engrandeceram a vida de Victor Hugo. Algumas nunca passaram de simples desconhecidas. Outras eram, apenas, serviçais. Mulheres de teatro (nem todas tinham de ser actrizes ...), ou figuras célebres na sociedade, foram muitas na vida do famoso escritor. Hugo, pode dizer-se, viveu rodeado de esposas, amantes com estatuto, amantes sem designação especial, simples admiradoras. Adèle Foucher, amiga de infância, conquistaria o título de esposa legítima a 12 de Outubro de 1822, apesar da desconfiança dos pais que não viam com bons olhos o futuro de um homem cujos recursos pareciam ser de origem estranha – a literatura.

No espaço de oito anos, Adèle deu a Victor Hugo nada menos de cinco filhos. Quatro, sobreviveram. Adèle, entretanto, consciente de que Hugo era homem de múltiplas aventuras do coração e do sexo, pagou-lhe em idêntica moeda ao tornar-se amante de Sainte-Beuve.

A 2 de Janeiro de 1833, Victor Hugo vai ler a peça «Lucrécia Borgia» aos actores e actrizes que a representarão no teatro «de la Porte-Saint-Martin». O drama incluía uma personagem, a da princesa Negroni, cujas características especiais serviam a actriz designada pelo director da representação. Essa actriz chamava-se Juliette Drouet e, com 27 anos de idade, tinha dívidas, amantes, constantes necessidades de dinheiro. Tornou-se amiga de Hugo e acompanhá-lo-ia até ao fim. Mas Hugo desconfiava. Nunca a deixou sair desacompanhada senão 12 anos após terem-se conhecido.

Juliette passou a copiar os manuscritos do grande escritor, a dirigir-lhe a correspondência, a organizar-lhe a contabilidade. Hugo, declarou-lhe: «Se o meu nome se eternizar, o teu eternizar-se-á com ele». A ligação entre ambos duraria meio século ao longo do qual se verificaram numerosas crises e tragédias. Juliette tinha ciúmes do grande homem que era o seu. Descobre-lhe uma amante, Léonie Biard D’Aunet, casada. O adultério entre ambos, leva Léonie a cumprir dois meses de prisão e Hugo a moderar-se posto lhe ter sido frisado não ser próprio de um par de França aquele tipo de envolvimento. Entretanto, para vingar-se de Juliette Drouet, a esposa real, Adèle Foucher, acolhe no lar familiar da Place Royale, a referida Léonie, que proclama como amiga. A rivalidade entre Julietete e Léonie centra-se na qualidade do título essencial - amante oficial de Victor Hugo.

Depois da morte de Adèle em Bruxelas (1868), Juliette ficou praticamente só na indisputável posição de mulher da vida de Victor Hugo. Isto, apesar de o escritor continuar a ser visto, a receber, ou a tornar-se parte da existência de outras. Entre estas, para desespero de Juliette, contava-se a própria serviçal, Blanche Lanvin. Mas Juliette chegaria ao fim dos seus dias em 1883. Terminou esgotada pela doença cancerosa que a minava e, simultaneamente, pelas consequências da perseguição que realizava às diversas amantes de Victor Hugo. Dela diria o homem de cujo nascimento se comemoram, agora, 200 anos: «Nasci para a vida a 26 de Fevereiro de 1802. Nasci para o amor a 16 de Fevereiro de 1833. A minha mãe gerou-me. Mas tu, Juliette, criaste-me.»

Sobre a personalidade feminina em geral, Victor Hugo nunca cessou de exprimir a sua admiração em termos de indisputável grandeza e de geral afecto. Amava a Pátria, amara a mãe, amara Adèle, amava Juliette e, acima de todas, amara a grande avó Humanidade.

Calendário do bicentenário

Como seria de esperar, o bicentenário do nascimento de Vitor Hugo está a ser comemorado em França, especialmente, através de múltiplas sessões públicas, exposições, colóquios, espectáculos. A rádio e todas as estações de televisão, começaram já um extenso programa de abordagem e análise da vida e da obra de Vitor Hugo em todos os seus aspectos.

Assim, destacam-se entre os muitos espectáculos e entre as conferências e exposições anunciadas:

Na Comédie Française: «Ruy Blas», que estará em cena até 30 de Abril;
No Auditório do Conservatório de Châtillon: «Hernani»; até 30 de Maio;
Nos Théatre du Gymnase e Théatre de la Porte Saint-Martin: «Vitor Hugo: l´homme et le visionaire», até 31 de Março;
No Théatre Molière, Maison de la Poesie, Paris: um ciclo de conferências sob o tema «Autour de Vitor Hugo», todas as terças feiras, até 26 de Abril ;
«Vitor Hugo et la Cathédrale Notre Dame de Paris», uma exposição consagrada à descoberta de «Notre Dame» pelo grande escritor;
«Vitor Hugo, l´homme Océan», exposição organizada pela BNF com desenhos, manuscritos e fotografias ; até 21 de Junho;
Evidentemente, em toda a França as celebrações do 200º aniversário do nascimento do grande escritor estão a realizar-se numa série impressionante. Também na Bélgica, no Luxemburgo e nas ilhas do Canal da Mancha a vida e a obra do príncipe da literatura que Vitor Hugo continua a ser, têm sido focadas mas mais no âmbito das passagens do escritor por aqueles países.

Cronologia

- 26.02. Nasce em Besançon, filho de Léopold Hugo e de Sophie Trébuchet;
- Estada em Madrid. Victor e o irmão, Eugène, são colocados no «Colégio dos
Nobres»;

1817 - Recebe uma menção de encorajamento da Academia Francesa pelo
poema «Uma felicidade que procura o estudo em todas as situações da vida»;

1819 - Recebe o «Lys» de oiro pela participaçãp nos Jogos Florais de Toulouse; funda
com os irmãos, a publicação «Le Conservateur Littéraire»;

1820 - Primeira versão do romance «Bug-Jargal»;

1822 - «Odes e poesias diversas»; desposa (12.10.1822) Adèele Foucher;

1823 - Romance «Han d’Islande»;

1824 - «Novas Odes» (28.08);

1826 - Segunda versão do romance «Bug-Jargal»; poesia: «Odes e baladas»;

1827 - Poesia: «Ode à coluna da Praça Vendôme»; teatro: Cromwell;

1829 - Poesia: «As Orientais»; Romance: «O último dia de um condenado»; Teatro: «Marion de Lorme»;

1830 - Teatro: «Hernani» (24.08);

1831 - Romance: «Nossa Senhora de Paris»; Poesia: «Folhas de Outono»;

1832 - Teatro: «O rei diverte-se»;

1833 - Teatro: «Lucrécia Borgia» e « Maria Tudor»;

1834 - Romance: «Claude Gueux»; Ensaio: «Literatura e Filosofia misturadas»;

1835 - Teatro: «Angelo, o tirano de Pádova»; Poesia: «Cantos do Crepúsculo»;

1837 - Poesia: «Vozes Interiores»;

1838 - Teatro: «Ruy Blas»;

1840 - Poesia: «Sombras e raios de luz»; publicação do poema «A Volta do Imperador»;

1841 - (07.01.): eleição para a Academia Francesa;

1845 - Nomeado par de França (13.04); começa a redigir os futuros «Os Miseráveis»;

1847 - Discurso na Câmara dos Pares (04.06) sobre «A Família Bonaparte» cujo
regresso do exílio exige;

1848 - Eleito deputado pela cidade de Paris (04.06); os filhos (01.08) fundam
«L’Evénement», jornal político que apoiaria a candidatura de Louis Napo-
léon Bonaparte à presidência;

1849 - Eleito deputado conservador à Assembleia legislativa (13.05); discurso sobre
«A miséria» (09.07); preside ao Congresso Internacional da Paz (Agosto);

1850 - Discursos: sobre «A liberdade do ensino» (15.01); sobre «O sufrágio universal» (21.05); sobre «A liberdade de imprensa» (09.07); Victor Hugo liga-se cada vez mais às ideias da esquerda;

1851 - Histórica visita às caves de Lille onde vivia a população miserável constituida, primordialmente, por gente da classe operária textil (10.02); discurso na Assembleia legislativa sobre «A revisão da Constituição» (17.07); os filhos são encarcerados por delitos de imprensa; face ao golpe de Estado de Louis Napoléon Bonaparte, tenta organizar a resistência popular e mergulha na clandestinidade (02 a 11/12); abandona Paris e dirige-se para Bruxelas (11.12);

1852 - Escreve o panfleto «Napoleão, o pequeno»;

1855 - «Carta a Louis Bonaparte» (09.04) quando o ditador se deslocou a Londres; obrigado a abandonar Jersey, muda-se para Guernesey;

1856 - Poesia: «Contemplações»;

1859 - Recusa oferta de amnistia oferecida por Napoleão III (18.08); poesia:
«Legenda dos Séculos» (primeira série);

1861 - Em Waterloo, termina «Os Miseráveis»;

1862 - Publicação do romance «Os Miseráveis»;

1864 - Ensaio: «William Shakespeare»;

1865 - Poesia: «Canções das ruas e dos bosques»;

1866 - Romance: «Os trabalhadores do mar»;

1869 - Romance: «O homem que ri»;

1870 - Volta a Bruxelas (17.08); regresso triunfal a Paris (20.08);

1871 - Deputado eleito em Paris (08.02); demite-se da Assembleia, em Bordéus
(08.03); expulso da cidade de Bruxelas por ter oferecido abrigo aos
refugiados da repressão sangrenta contra a Comuna de Paris; muda-se para
o Luxemburgo e volta, depois, à capital francesa;

1874 - Romance: «O Noventa e três»;

1876 - Eleito senador pela região do Sena; manifesta-se a favor da amnistia aos
«communards»;

1977 - História: «História de um crime»;

1878 - Poesia: «O Papa»; discurso sobre «O centenário de Voltaire»; sofre uma
congestão cerebral (28.06);

1881 - Festa nacional para o aniversário de Victor Hugo; a parte da avenida de
Eylau onde o escritor reside recebe o seu próprio nome; poesia: «Os quatro
ventos do espírito);

1882 - Releito senador (08.01); teatro: «Torquemada»;

1885 - Morte de Victor Hugo (22.05); funerais nacionais (01.06); dois milhões de
pessoas acompanham o modesto carro funerário até ao Panteão;

«Avante!» Nº 1475 - 7.Maço.2002
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